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“Os evangélicos” como nossos “outros”: sobre religião, direitos e democracia1 1 Este artigo foi escrito em agosto de 2018, alguns meses antes das eleições que levariam Jair Bolsonaro à presidência do país. Pouco mais de um ano depois, em setembro de 2019, o texto passou por uma intensa revisão, na tentativa de incorporar as importantes sugestões advindas das avaliações das(os) pareceristas da revista, a quem já agradeço. Eu preferi, porém, não “atualizar” o artigo durante a revisão. Busquei respeitar o contexto pré-eleitoral em que ele foi escrito e acabei concluindo que o cerne dos seus argumentos e análises não se alterou substancialmente nesse período, talvez mesmo se haja ratificado. Uma primeira e bem menor versão deste texto foi apresentada, em outubro de 2017, por ocasião do IV Encontro de Antropologia México - Brasil (EMBRA), na Unicamp. Agradeço enormemente a Isadora Lins França pelo diálogo e pelo convite para compor uma das mesas do evento e a Maria Filomena Gregori pelo inspirador debate acerta do artigo. Enfim, agradeço a Regina Facchini, Francisco Sá Barreto e Mariana Azevedo, por suas leituras e provocações a respeito do que aqui procuro discutir. Sempre e muito, aprendo a seu lado.

“The evangelicals” as our “others”: on religion, rights and democracy

Resumo: Neste artigo, problematizo as fronteiras da oposição “nós” e “os evangélicos”, operacionalizada nos conflitos em que militantes e acadêmicos se acham implicados diante de pautas mobilizadas por integrantes da bancada evangélica relativas a gênero e sexualidade. Tal problematização se dá a partir de três excertos narrativos, dois “etnográficos” e um “advocatício”. Seu tratamento analítico objetiva a) localizar as religiosidades entre as experiências que constituem relações de classe, gênero, sexualidade etc.; e b) tematizar as conexões entre essas religiosidades, especialmente as evangélicas, e processos de produção de direitos e a experiência democrática. Com isso, a oposição “nós” e “os evangélicos” é posta em questão enquanto é localizada no interior dos conflitos em torno das fronteiras da democracia.

Palavras-chave:
evangélicos; gênero e sexualidade; direitos; democracia


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