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O emprego da aminoquinolina WR6026 como substituto incolor da violeta de genciana na profilaxia da doença de Chagas transfusional

A inexistência de uma droga eficiente e incolor para esterilizar in vitro o sangue chagásico faz com que a violeta de genciana continue sendo desde 1953 a única substância empregada no controle da doença de Chagas transfusional. A recente descoberta da ação tripanosomicida da aminoquinolina WR 6026, estimulou-nos a pesquisar eventuais efeitos deletérios deste sal sobre o eritrócito preservado, com o objetivo se avaliar a conveniência de seu emprego no controle da doença de Chagas transfusional. Dez unidades de sangue total foram coletadas em bolsas duplas CPD-A1 e divididas em volumes iguais. Em uma das bolsas foram colocados 62.5µg/mL de WR 6026 e ambas as bolsas estocadas a 4ºC. À zero hora, dos dias 7,14, 21 e 28 amostras foram retiradas de cada bolsa com e sem WR6026 e submetidas aos seguintes testes: dosagem de ATP, hemoglobina, eletrólitos (Na e K), gases (pO2 e pCO2) e curva de fragilidade osmótica. Os resultados foram similares nos dois grupos, com exceção do ATP que, no grupo teste, apresentou valores significamente maiores que os do grupo controle no 14º dia de estocagem. Os resultados permitem concluir que o WR6026 não interfere na preservação e possivelmente na viabilidade do eritrócito durante a estocagem normal, sugerindo que este sal pode vir a ser o substituto incolor da violeta de genciana, no controle da doença de Chagas transfusional.

Doença de Chagas associada à transfusão; Quimioprofilaxia; Aminoquinolina; Transfusão de sangue


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