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Alta prevalência de Staphylococcus aureus resistente à meticilina com SCCmec tipo III em pacientes com fibrose cística no sul do Brasil

INTRODUÇÃO: Colonização pulmonar bacteriana é a principal causa de morbidade em fibrose cística (FC). Patógenos como Staphylococcus aureus são muito bem adaptados ao ambiente pulmonar e podem persistir por anos no mesmo paciente. Determinantes genéticos desta bactéria, como presença de SCCmec emergiram recentemente como um problema nesta população de pacientes. MÉTODOS: Foram comparados isolados de Staphylococcus aureus obtidos de diferentes materiais clínicos, de pacientes com e sem FC atendidos em um hospital de referência em tratamento de fibrocísticos de acordo com o tipo de SCCmec e o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos. RESULTADOS: Foram coletados 364 Staphylococcus aureus, um isolado por paciente, sendo 164 (45%) de pacientes com FC. Entre estes pacientes, 57/164 (44,5%) eram MRSA, e entre pacientes não fibrocísticos, MRSA compreendiam 89/200 (35%). Foram encontrados outros patógenos, associados ao Staphylococcus aureus, em 38 pacientes com FC. Todos 57 MRSA de pacientes com FC possuíam o cassete de multiresistência tipo III. Por outro lado, 31/89 MRSA de pacientes não fibrocísticos possuíam SCCmec tipo I (35%) e 44/89 possuíam tipo III (49%). O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi similar entre pacientes com e sem FC. CONCLUSÕES: A alta prevalência do SCCmec de multiresistência tipo III entre pacientes com FC comparado com pacientes sem FC em nossa instituição pode dificultar o controle da progressão da doença, feito através da antibioticoterapia, e que promove a sobrevivência deste tipo de paciente.

Fibrose cística; SCCmec; MRSA; Multirresistência


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