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Prevalência da infecção e de portadores do vírus da hepatite B, após 19 anos do programa de vacinação na Amazônia ocidental Brasileira

INTRODUÇÃO: Reduções nas taxas de prevalência de infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) e de portadores, incidência de câncer de fígado e mudança nos padrões de doenças hepáticas são descritos, depois da introdução da vacinação contra hepatite B. MÉTODOS: Foi conduzido um estudo de soro prevalência de base populacional, com o objetivo de estimar a prevalência do VHB e fatores de risco de infecção na área rural de Lábrea, depois de 19 anos de introdução da vacinação contra hepatite B. RESULTADOS: Metade dos indivíduos investigados mostrou reatividade ao anti-HBc total, 52,1% (IC 95% 49,6-54,7). A prevalência do HBsAg foi 6,2% (IC 95% 5,1-7,6). Análises multivariadas mostrou associação inversa da infecção pelo VHB e vacinação (OR 0,62; IC 95% 0<44-0,87). A presença do HBsAg permaneceu independentemente associada com o passado de hepatite (OR 2,44; IC 95% 1,52-3,89) e inversamente associado a história de vacinação (OR 0,43; IC 95% 0,27-0,69). A prevalência do HBeAg, entre os HBsAg positivos foi 20,4% (IC95% 12,8-30,1), tendo em média os indivíduos positivos 11 anos de idade (1-46) p=0,0003. CONCLUSÕES: Foi demonstrado que o VHB é ainda um importante problema de saúde publica, e que a vacinação contra o VHB poderia ter tido um impacto maior na epidemiologia do VHB na região. Se esses achados forem extrapolados para outras regiões rurais da Amazônia brasileira, podemos predizer que a fonte de pacientes crônicos é ainda um desafio a ser vencido. Estudos futuros devem focar os aspectos clínicos, a epidemiologia molecular, vigilância de casos agudos e grupos de risco.

HBV; Hepatite B; Prevalência; Vacinação; Epidemiologia


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