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Comparação entre achados clínicos e ultrassonográficos no diagnóstico da fibrose periportal em uma área endêmica de esquistossomose no Brasil

INTRODUÇÃO: Neste estudo, se comparou os achados da palpação abdominal e do ultrassom em pacientes de área endêmica de esquistossomose que foram acompanhados por 27 anos no Brasil. MÉTODOS: Em 2004, 411 pacientes de Brejo do Espírito Santo, no estado da Bahia, após consentimento informado e por escrito foram selecionados para o presente estudo. Baseando-se no exame clínico eles foram divididos em 3 grupos: 41 (Grupo 1) com evidência de fibrose hepática no ano de 2004; 102 (Grupo 2) com evidência de fibrose hepática no passado (1976-1989) mas não em 2004; e 268 (Grupo 3) sem evidência de fibrose hepática em 27 anos de seguimento. Todos foram submetidos a exame ultrassonográfico do abdome em que o examinador não sabia o resultado do exame clínico. Os dados foram armazenados em banco de dados. RESULTADOS: A prevalência de fibrose periportal ao ultrassom foi de 82,9%, 56,9% e 13,4% nos Grupos 1, 2 e 3, respectivamente. Na presença de fígado duro, nodular ou lobo esquerdo proeminente e baço palpável duro, o ultra-som revelou fibrose periportal em 70,9%. Porém, fibrose periportal foi diagnosticada através do ultrassom em 25,4% dos pacientes, na ausência de evidência clínica de envolvimento hepático. Assim, o ultrassom diagnosticou fibrose periportal 3,1 vezes mais frequentemente que o exame clínico. CONCLUSÕES: O exame clínico tem importância na avaliação da morbidade da esquistossomose mansônica em áreas endêmicas, mas o ultrassom mostra-se mais preciso quando se pretende diagnosticar o envolvimento hepático e a fibrose periportal.

Esquistossomose; Ultrassom abdominal; Exame clínico; Fibrose periportal


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