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Melhora clínica após o início do tratamento em pacientes portadores de co-infecção Leishmania/HIV

INTRODUÇÃO: No Brasil, há uma grande área de sobreposição de leishmaniose visceral (LV) e infecção pelo HIV, o que favoreceu o aumento da incidência de co-infecção Leishmania/HIV. MÉTODOS: Este estudo avaliou a resposta clínica ao tratamento de 65 pacientes em dois centros de referência de saúde em Belo Horizonte, Brasil. RESULTADOS: O quadro clínico inicial foi semelhante entre os dois grupos, exceto pela maior frequência de diarréia e linfadenomegalia periférica em indivíduos infectados pelo HIV. Pacientes HIV-positivos apresentaram menor contagem de linfócitos no sangue (686/mm³versus 948/mm³p = 0,004) e menores valores de alanina aminotransferase (ALT) (48UI/L versus75,6UI/Lp = 0,016) do que pacientes HIV-negativos. Infecção pelo HIV-1 (hazard ratio-HR= 0,423, p = 0,023) e anemia (HR = 0,205, p = 0,002) foram preditores independentes de resposta clínica incompleta após o início do tratamento leishmanicida. CONCLUSÕES: Este estudo reforça a indicação de testagem para HIV em todos os pacientes diagnosticados com LV. O procedimento permitiria o reconhecimento precoce da co-infecção, levando à adequação do manejo clínico e o início da terapia antirretroviral, aumentando as chances de sucesso terapêutico.

Leishmaniose visceral; HIV; Co-infecção; Tratamento


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