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Satisfação dos profissionais e da comunidade com a estratégia da saúde da família

OBJETIVO:

Analisar as limitações e os pontos positivos da Estratégia de Saúde da Família na perspectiva dos profissionais da saúde e da comunidade.

MÉTODOS:

Estudo realizado entre os meses de junho e agosto de 2009, na cidade de Vespasiano, MG, localizada na região Sudeste do Brasil. Para avaliar a Estratégia de Saúde da Família (ESF), foi aplicado questionário em 77 profissionais da saúde e 293 cuidadores de crianças menores de cinco anos. Variáveis como o treinamento das equipes de saúde, acesso da comunidade aos serviços prestados pelas equipes de ESF, comunicação com os pacientes, a atenção prestada à criança e as informações de saúde passadas aos cuidadores foram alguns dos pontos de interesse da investigação. Análises de regressão logística foram utilizadas para se avaliar a significância estatística das variáveis estudadas, bem como os valores de odds ratio e intervalo de confiança.

RESULTADOS:

A maioria dos profissionais relatou que seus treinamentos foram insuficientes em quantidade, conteúdo e metodologia utilizada. Os cuidadores e profissionais identificaram semelhantes limitações da Estratégia de Saúde da Família (os serviços inacessíveis à comunidade, falta de treinamento e número insuficiente de profissionais) e também pontos fortes semelhantes (a comunicação entre agentes comunitários e comunidade, fornecimento de informações educacionais e foco na atenção à criança). Como recomendações para a melhoria do programa foram apontados: a necessidade de mais médicos e especialistas, treinamentos em maior quantidade e qualidade e melhoria na marcação de consultas. A satisfação dos cuidadores foi relacionada aos benefícios ofertados, como as visitas dos profissionais às casas (OR 5,8; IC95% 2,8;12,1), boa relação entre comunidade e profissionais (OR 4,8; IC95% 2,5;9,3) e foco na saúde da família (OR 4,1; IC95% 1,6;10,2). Problemas como número insuficiente de profissionais (OR 0,3; IC95% 0,2;0,6), dificuldade de acesso aos serviços prestados pela ESF (OR 0,2; IC95% 0,1;0,4) e qualidade ruim dos serviços ofertados (OR 0,3; IC95% 0,1;0,6) foram relacionados à insatisfação da comunidade com a ESF. De uma maneira geral, a maioria dos cuidadores (62%) mostraram estar satisfeitos com os serviços prestados pela ESF.

CONCLUSÕES:

Identificar as limitações e os pontos positivos da ESF pode gerar uma valiosa informação, que auxiliará na melhoria dessa estratégia para a atenção primária no Brasil.

Satisfação no Emprego; Satisfação do Paciente; Programa Saúde da Família; Equipe de Assistência ao Paciente; Recursos Humanos em Saúde


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