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Problemas de mortalidade no Brasil e na Alemanha: passado-presente-futuro. Aprendendo um do outro?

Estudo realizado em 1984, por um professor suiço-alemão, especializado em demografia histórica, com a finalidade de promover diálogo mútuo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, sobre demografia. Três pontos são destacados: 1. Tomando a mortalidade infantil de São Paulo no período de 1908 a 1983, como exemplo, é mostrado que o Brasil tem ao seu dispor excelente e variada literatura de pesquisa sobre o assunto, que é injustificavelmente desconhecida pela maioria dos europeus. É enfatizado que o Brasil não depende do conhecimento dos autores europeus para explicações concernentes aos fatores que, sob vários aspectos, estão implicados: podem ser considerados, pelos europeus, dois aspectos do Brasil, a este respeito. No primeiro torna-se evidente que o conhecimento do europeu, do ponto de vista médico-biológico, não é apropriado para se chegar a conclusões sobre os problemas atuais do Brasil e que quaisquer conclusões poderão ser extrapoladas em apenas alguns poucos casos. O segundo aspecto refere-se à reinterpretação da história da mortalidade infantil nos países europeus, até as últimas décadas, que em sentido mais abrangente mostra uma situação semelhante à brasileira. 2. Um diálogo frutífero só poderia ser realizado se ambos os interessados apresentassem francamente seus problemas. Por este motivo, o estudo faz referências enfáticas aos atuais problemas do europeu em relação a estudos da morte e do morrer - problemas que surgem perto da fronteira das transições demográfica e epidemiológica: o envelhecimento da população, as doenças crônicas incuráveis como as principais causas de morte e o problema do idoso. O Brasil parece estar se aproximando da situação européia, neste particular, e há de se defrontar com estes problemas mais cedo ou mais tarde. Uma discussão já com vistas ao futuro, parece ser proveitosa. 3. O estudo não pretende apresentar um quadro deprimente de problemas que se alternam sucessivamente. Apesar da cautela que se deve ter quando se faz prognósticos, há boas razões para um certo otimismo quanto ao futuro: em primeiro lugar, em relação ao desenvolvimento dos países europeus - presumindo que se continui a seguir as tendências atuais de desenvolvimento - e mesmo em relação ao Brasil.

Mortalidade; Epidemiologia


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