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Suscetibilidade de Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) de Piripiri (Piauí, Brasil) a duas cepas de Schistosoma mansoni Sambon, 1907

Susceptibility of Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) from Piripiri (Piauí, Brazil) to two strains of Schistosoma mansoni Sambon, 1907

Resumos

A suscetibilidade de exemplares de B. straminea descendentes de uma amostra originária do município de Piripiri (Piauí, Brasil), foi testada face a duas cepas de Schistosoma mansoni: "LE" (Belo Horizonte) e "SJ" (São José dos Campos). Verificou-se que a cepa "SJ" infectou 12,5 (8) dos exemplares sobreviventes de B. straminea e 63,6% (14) de B. glabrata usadas como controle. Quando exposta à cepa "LE" do trematódeo, B. straminea mostrou-se refratária, enquanto 84,0% (42) dos exemplares de B. glabrata utilizadas como controle encontravam-se positivas para o S. mansoni. Foram discutidos aspectos relacionados a suscetibilidade de B. straminea e a importância dos resultados obtidos.

Biomphalaria straminea; Planorbídeos; Esquistossomose mansônica


The susceptibility of descendents of a Biomphalaria straminea sample from Piripiri, Piauí, Brazil was tested with two strains of Schistosoma mansoni: "LE" (Belo Horizonte) and "SJ" (São José dos Campos). The SJ strain infected 12.5% of the surviving specimen of the B. straminea and 63.6% of the B. glabrata, which were used as controls. The B. straminea tested were refractory to the LE strain; whereas, 84% of the B. glabrata were positive.

Biomphalaria straminea; Planorbidae; Schistosomiasis


Suscetibilidade de Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) de Piripiri (Piauí, Brasil) a duas cepas de Schistosoma mansoni Sambon, 1907* * Trabalho parcialmente subvencionado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através do PDE 09-2-03 e 02-2-07.

Susceptibility of Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) from Piripiri (Piauí, Brazil) to two strains of Schistosoma mansoni Sambon, 1907

Omar dos Santos CarvalhoI; Cecília Pereira de SouzaI; Paulo Zábulon de FigueiredoII

IDo Centro de Pesquisas "René Rachou"/FIOCRUZ — Av. Augusto de Lima, 1715 — 30000 — Belo Horizonte, MG — Brasil

IIDo Departamento de Medicina Comunitária da Universidade Federal do Piauí — Av. Frei Serafim, 2280 — 64000 — Teresina, PI — Brasil

RESUMO

A suscetibilidade de exemplares de B. straminea descendentes de uma amostra originária do município de Piripiri (Piauí, Brasil), foi testada face a duas cepas de Schistosoma mansoni: "LE" (Belo Horizonte) e "SJ" (São José dos Campos). Verificou-se que a cepa "SJ" infectou 12,5 (8) dos exemplares sobreviventes de B. straminea e 63,6% (14) de B. glabrata usadas como controle. Quando exposta à cepa "LE" do trematódeo, B. straminea mostrou-se refratária, enquanto 84,0% (42) dos exemplares de B. glabrata utilizadas como controle encontravam-se positivas para o S. mansoni. Foram discutidos aspectos relacionados a suscetibilidade de B. straminea e a importância dos resultados obtidos.

Unitermos:Biomphalaria straminea. Planorbídeos. Esquistossomose mansônica.

ABSTRACT

The susceptibility of descendents of a Biomphalaria straminea sample from Piripiri, Piauí, Brazil was tested with two strains of Schistosoma mansoni: "LE" (Belo Horizonte) and "SJ" (São José dos Campos). The SJ strain infected 12.5% of the surviving specimen of the B. straminea and 63.6% of the B. glabrata, which were used as controls. The B. straminea tested were refractory to the LE strain; whereas, 84% of the B. glabrata were positive.

Uniterms:Biomphalaria straminea. Planorbidae. Schistosomiasis.

INTRODUÇÃO

Considerada como a espécie mais primitiva entre os planorbíneos, a Biomphalaria straminea é também a que apresenta maior distribuição geográfica, sendo assinalada desde Costa Rica ao centro da Argentina (Barbosa e Figueiredo3 1969; Paraense19,20 1970, 1977), Entretanto, sua importância como hospedeiro intermediário de S. mansoni encontra-se praticamente restrita às zonas do litoral, mata e agreste do Nordeste Brasileiro.

Ali, a Biomphalaria straminea está intimamente relacionada a altas taxas de esquistossomose humana (Barbosa e Coelho1 1956; Lucena14 1964; Pessoa e Amorim21 1957), não obstante os baixos índices de infecção natural, observados entre outros, por Coutinho e col.7 (1940), Barbosa e Coelho1,2 (1954, 1955), Barbosa e col.5 (1952), Lucena14 (1964).

Além do Nordeste, dois outros focos envolvendo B. straminea são conhecidos: um em Fordlândia no Pará (Machado e Martins16 1951) e outro em Goiânia no Estado de Goiás (Cunha Neto8 1967; Cunha Neto e col.9 1967; Ribeiro e col.24 1967).

No Estado do Piauí, algumas populações de B. straminea já haviam sido observadas pela SUCAM. Todavia, só recentemente foi esta espécie de planorbíneo associada à infecção humana por S. mansoni em um foco na cidade de Picos (Figueiredo10 1978).

No presente trabalho, estuda-se o comportamento de exemplares de B. straminea, originários da localidade de Piripiri (PI), a duas cepas de S. mansoni.

MATERIAL E MÉTODOS

Os exemplares de B. straminea utilizados neste experimento descendiam de uma amostra de 290 espécimens, todos negativos para S. mansoni, originários de Piripiri (PI), integrante da área servida pelo açude Caldeirão.

Em um dos experimentos utilizou-se a cepa "LE" de S. mansoni, isolada em Belo Horizonte, MG (Pellegrino e Katz22 1968) e em outro a cepa "SJ" de São José dos Campos (SP, Brasil), isolada no Grupo Interdepartamental de Estudos sobre esquistossomose — UFMG (GIDE) desde 1975 e mantida no CPqRR.

Os miracídios foram obtidos segundo a técnica de Pellegrino e Katz22 (1968), e a infecção e exame dos moluscos foram realizados conforme descrição anterior (Carvalho e col.6 1979).

Ao final do período experimental todos os exemplares sobreviventes foram esmagados entre lâminas de vidro para verificar a presença de cercárias e/ou esporocistos, procedimento que era também utilizado tão logo, nas observações diárias, constatava-se a presença de algum exemplar morto.

Foram realizados dois experimentos, utilizando-se infecção em massa e grupos de 25 exemplares de B. straminea.

Como controle de infecção, utilizou-se exemplares de B. glabrata mantidos no moluscário do CPqRR, descendentes de uma cepa originária do Barreiro de Cima, Belo Horizonte, MG. Todos os exemplares de planorbíneos utilizados nos experimentos possuiam 5-8 mm de diâmetro.

Experimento I — Um total de 125 exemplares de B. straminea, divididos em 5 grupos foram expostos a 50, 100, 150, 200 e 250 miracídios/caramujo da cepa "LE" de S. mansoni. Como controle utilizou-se 50 exemplares de B. glabrata infectados com 10 miracídios/caramujo da mesma cepa "LE" de S. mansoni.

Experimento II — Cento e cinqüenta exemplares de B. straminea, divididos em 6 grupos, foram submetidos a infecção com 50, 100, 150, 200, 250 e 300 miracídios/caramujo da cepa "SJ" de S. mansoni. Como controle de infecção foram utilizados 60 exemplares de B. glabrata, infectados com 20 miracídios/caramujo da cepa "SJ" de S. mansoni.

RESULTADOS

Experimento I — Entre 125 exemplares de B. straminea, inicialmente expostos a cepa "LE", 59 morreram no decorrer do experimento. O exame por compressão entre lâminas, destes exemplares, não revelou a presença de cercárias e/ou esporocistos de S. mansoni.

Todos os 66 espécimens sobreviventes, acompanhados até o 90o dia do experimento, mostraram-se negativos para cercárias de S. mansoni.

No grupo controle, dos 50 exemplares sobreviventes, 84,0% (42) encontravam-se positivos para cercárias de S. mansoni.

Experimento II — No 90o dia de infecção, 49,3% (74) dos exemplares sobreviventes de B, straminea expostos a cepa "SJ", 10,8% (8) eliminavam cercárias de S. mansoni: 1 (10,0%) exemplar infectado com 100 miracídios/caramujo, 1 (12,5%) infectado com 150 miracídios/caramujo, 4 (36,4%) infectados com 200 miracídios/caramujo e 2 (18,2%) do grupo infectado com 300 miracídios/caramujo (Tabela).

Do grupo controle, 63,6% (14) dentre os 22 B. glabrata sobreviventes, eliminavam cercárias de S. mansoni.

Entre os exemplares mortos, tanto dos grupos experimentais como do controle, não foi possível evidenciar a presença de cercárias e/ou esporocistos do trematódeo.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Dos resultados obtidos, conclui-se que a Biomphalaria straminea descendente de uma amostra oriunda de Piripiri foi suscetível à cepa "SJ" de S. mansoni, isolada em São José dos Campos, mostrando-se, por outro lado, refratária à cepa "LE" de Belo Horizonte.

A possibilidade de B. straminea daquela área infectar-se com S. mansoni corroboram as observações pioneiras realizadas por Figueiredo10 (1978) sobre a existência de foco autóctone de esquistossomose no Piauí. A falta de maiores informações sobre outros focos da doença na região reflete, provavelmente, apenas a inexistência de pesquisas de campo relacionadas ao assunto. Segundo Paraense20 (1977), a importância da B. straminea é tanto maior quanto mais se interioriza na região nordestina, fazendo-se a espécie dominante no agreste e única no sertão onde é responsabilizada pela transmissão da parasitose.

Em que pese tais informações sobre a importância daquela espécie de planorbíneo, seu real papel na epidemiologia da esquistossomose mansoni apresenta ainda inúmeras incógnitas.

Por outro lado, o conhecimento da existência de focos de S. mansoni, no Nordeste Brasileiro, associados à presença de B. stramínea, data de 1918 (Lutz e Pena15 1918). Entretanto, esta associação ocorre com baixos índices de infecção daquele planorbíneo, geralmente inferior a 1%, e altas taxas de infecção humana (Barbosa e Coelho2 1954).

Pessoa e Amorim21 (1957), ao analisarem dados referentes a 4 localidades do Estado de Alagoas, concluem que, naquela área, a transmissão da esquistossomose não estaria relacionada com a espécie do hospedeiro intermediário, mas sim ao "maior número de focos, à sua densidade de caramujos, grau de poluição com materiais fecais e ao maior contato do homem com focos em apreço", ponto de vista compartilhado por Rey23 (1973), ao afirmar que o grande número de exemplares de B. straminea, observados nos "criadouros, compensa largamente o fato de apresentar se, em geral, com reduzidas taxas de infestação".

Sem embargo, os resultados até hoje obtidos em laboratório vêm confirmar as observações de campo relacionadas à baixa suscetibilidade de B. straminea, cujos resultados são geralmente inferiores a 1% de infecção (Lucena 13 1949; Barbosa e Figueiredo4 1970; Freitas e col.11 1972; Gerken e col.12 1975).

Infecções com taxas mais elevadas (6,3%) foram obtidas por Barbosa e Coelho 2 (1954), utilizando-se B. straminea e S. mansoni de Pernambuco. Paraense18 (1967), utilizando B. straminea da Amazônia e amostras de S. mansoni de Belo Horizonte consegue 10,7% de infecção.

Mais recentemente, Souza e Rodrigues25 (1979) obtiveram taxa de infecção de 24% em B. straminea, descendentes de uma amostra coletada na bacia hidrográfica do Lago da Pampulha, com S. mansoni, cepa "LE", também de Belo Horizonte.

Depreende-se, pois, que entre os miracídios provenientes dos trematódeos de São José dos Campos (cepa "SJ") alguns teriam características genéticas de pré-adaptabilidade às condições fornecidas pelo genótipo da B. straminea do Piauí (Magalhães17 1970) constituindo-se, dessa forma, a presença de B. straminea no Piauí, fator importante na epidemiologia da esquistossomose mansoni neste Estado.

Recebido para publicação em 15/10/1979

Aprovado para publicação em 05/11/1979

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  • *
    Trabalho parcialmente subvencionado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através do PDE 09-2-03 e 02-2-07.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      31 Jan 2006
    • Data do Fascículo
      Jun 1980

    Histórico

    • Recebido
      15 Out 1979
    • Aceito
      05 Nov 1979
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