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Desigualdades de gênero e raça na tendência de mortalidade por câncer de boca em São Paulo, Brasil

OBJETIVO:

Analisar tendências recentes da mortalidade por câncer de boca, focalizando diferenças quanto a sexo e raça.

MÉTODOS:

Foram utilizados dados oficiais de população e mortalidade na cidade de São Paulo entre 2003 e 2009 para estimar coeficientes de mortalidade por câncer de boca (C00-C10, Classificação Internacional de Doenças, 10a Revisão), com ajuste por idade e estratificação por sexo (feminino e masculino) e cor (negros e brancos). Para cálculo de tendências foi utilizado o procedimento de Prais-Winsten de autorregressão para análise de séries temporais.

RESULTADOS:

No período de estudo, 8.505 indivíduos residentes na cidade morreram de câncer de boca. Os coeficientes apresentaram tendência crescente para mulheres (taxa de crescimento anual = 4,4%, IC95% 1,4;7,5) e estacionária para homens, representando inversão das tendências anteriores entre os sexos, na cidade. Identificou-se tendência crescente para negros, com elevada taxa de aumento anual (9,1%, IC95% 5,5;12,9), e tendência estacionária para brancos. A mortalidade por câncer de boca em negros quase dobrou durante o período e ultrapassou a mortalidade em brancos para quase todas as categorias.

CONCLUSÕES:

A mortalidade entre mulheres aumentou mais do que entre homens e duplicou entre negros. A vigilância de tendências da mortalidade por câncer de boca entre os estratos de sexo e cor pode contribuir para programas de saúde que reduzam a carga de doença e atenuem diferenças em saúde que são injustas, evitáveis e desnecessárias.

Neoplasias Bucais, mortalidade; Gênero e Saúde; Origem Étnica e Saúde; Desigualdades em Saúde


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