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Serviços abertos e fechados no tratamento do abuso de álcool e outras drogas do ponto de vista do(as) usuário(as)

Resumo

A desinstitucionalização visa ao resgate da cidadania das pessoas em sofrimento psíquico e usuárias de drogas, usando uma rede ampliada de serviços que propicie o cuidado integral. Este artigo tem como objetivo discutir como as modalidades de tratamento ofertadas pelos serviços de saúde mental da rede formal de saúde contribuem, ou obstaculizam, o processo de desinstitucionalização a partir da análise da integralidade do cuidado. Para tal foram utilizadas as técnicas da história de vida e da observação participante. A análise dos dados se pautou numa perspectiva hermenêutica crítica e reflexiva das narrativas e das práticas cotidianas desses sujeitos. Os resultados apontaram que o funcionamento dos serviços fechados está mais afinado aos modelos jurídico-moral e médico de análise do uso de drogas e mais distante dos princípios da integralidade, cumprindo papéis relacionados às desigualdades sociais e ausência de políticas públicas. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) estão mais próximos aos modelos psicossocial e sociocultural, caminhando no sentido de uma prática integral em saúde. Tais resultados apontam para a necessidade de futuras pesquisas que aprofundem a função desses serviços na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a disseminação e o financiamento crescentes de serviços fechados no Brasil e seus efeitos na desinstitucionalização de usuários(as) de drogas.

Palavras-chave:
Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias; Integralidade em Saúde; Desinstitucionalização

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