Resumo
Este estudo explora o cotidiano das famílias com filhos de 0 a 6 anos, residentes em Fortaleza, no Ceará, durante o período de distanciamento físico, estipulado pelo Governo do Estado do Ceará. Esta pesquisa qualitativa se utilizou do referencial da teoria de formação de vínculos na adversidade. Foram entrevistadas 30 mães, entre os meses de julho e agosto de 2020, utilizando videochamadas ou telefonemas. Para análise do material empírico, recorreu-se à análise de conteúdo de Bardin, possibilitando a criação de duas categorias temáticas: (1) o exercício do cuidado parental em tempos de covid-19; (2) o cotidiano das crianças diante da pandemia. A interpretação das narrativas revelou que alguns cuidadores buscaram realizar brincadeiras e atividades manuais com os filhos, e explicavam o que estava acontecendo no cenário mundial, exercendo a parentalidade positiva. Ademais, o distanciamento físico favoreceu o aumento da tolerância dos pais no tempo em que os filhos ficaram expostos às telas. Percebeu-se que os pais influenciaram a prática de hábitos alimentares não saudáveis entre as crianças e a manifestação de mudanças no comportamento dos filhos. Como conclusão, destaca-se a necessidade de um acompanhamento contínuo dos aspectos referentes ao desenvolvimento dessas crianças e do retorno delas às atividades presenciais.
Palavras-chave:
Covid-19; Criança; Desenvolvimento Infantil; Pesquisa qualitativa; Parentalidade