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Infecção por Malária e evolução antropológica

Durante a evolução do gênero Homo a infecção por malária exerceu papel biológico chave, influenciando até o desenvolvimento antropológico. Os Plasmódios causadores da malária desenvolveram dois tipos de evolução, segundo um ponto de vista biológico, e filogenético. Em particular, os Plasmódios vivax, malariae, e ovale poderiam ter coevoluído com a espécie humana ou ter atingido esta durante as fases mais antigas da evolução do gênero HOMO. Por outro lado, o Plasmódio falciparum teria sido transmitido aos humanos por macacos num período mais recente, provavelmente entre o fim da Idade Mesolítica e o início da Neolítica. Os Autores mostram evidências biomoleculares, tanto diretas como indiretas, de infecção por malária, observada em indivíduos enterrados, reportando ao Mundo Antigo, e trazidas à luz no decorrer de escavações arqueológicas em alguns sítios relevantes Mediterrâneos. Nesta revisão da literatura, os autores organizam evidências modernas. Confirmam o papel da malária ao afetar a evolução das populações no Mediterrâneo. As pessoas que moram nas várias regiões do Mediterrâneo foram progressivamente influenciadas pela malária, ao longo do avanço desta doença. Além disso, as populações afetadas desenvolveram adaptações culturais, alimentares, e de comportamento, contribuindo para uma redução no risco da doença. Entretanto, pode ser que ambas modificações (as biológicas e as dos hábitos) usadas pelos Plasmódios da malária, favoreceram a emergência de grupos de pessoas com maior resistência contra a malária. Todos estes fatores considerados reduziram o impacto demográfico, influenciando de uma maneira favorável o desenvolvimento em geral, e o crescimento da civilização.

Malária; Parasitas tipo Plasmódio; Antropologia; Evolução; Humanidade


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