Estoque doméstico e uso de medicamentos por crianças no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, Brasil

Cruz, Maria Jesus Barreto; Azevedo, Alex Braga; Bodevan, Emerson Cotta; Araújo, Lorena Ulhôa; Santos, Delba Fonseca

doi:10.1590/0103-1104201711413

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Sumário

ARTIGO ORIGINAL • Saúde debate 41 (114) • Jul-Sep 2017 • https://doi.org/10.1590/0103-1104201711413 copiar

Estoque doméstico e uso de medicamentos por crianças no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, Brasil

Domestic stock and use of medicines by children in the Jequitinhonha Valley, Minas Gerais, Brazil

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Avaliaram-se o estoque doméstico e o uso de medicamentos por crianças e adolescentes de 20 municípios do Vale do Jequitinhonha (MG) por meio de estudo tipo inquérito populacional domiciliar. Realizaram-se análise descritiva e testes de associação. Dos 1.237 medicamentos encontrados, 27% estavam em locais de fácil acesso. Não houve associação entre profissões ligadas à área da saúde dos responsáveis com o uso. O grau de instrução ≤ a 4 anos de estudo aparece como de maior risco. As medicações prevalentes foram analgésicos/antipiréticos, antagonista H1 da histamina e antibióticos. Os dados mostram alta prevalência de estoque domiciliar com riscos para crianças, sendo necessárias ações educativas na região.

PALAVRAS-CHAVE
Armazenamento de medicamentos; Uso de medicamentos; Prevenção de acidentes; Cuidado da criança

Variáveis	Automedicação	Prescrição Médica	Valor de p
	N=96	N=218
	%	%
Principal cômodo de estoque dos medicamentos
Cozinha	54,2	41,7
Dormitório	35,4	45,8
Sala	10,4	11,1
Banheiro	0,0	0,9
Quarto	0,0	0,5
Outros locais	0,0	0,0	0,26² 2 teste exato de Fisher;
Profissões ligadas à área da saúde³ 3 médico, dentista, farmacêutico, enfermeira, auxiliar de enfermagem, balconista de farmácia e técnico de laboratório de patologia clínica.
Sim	4,2	2,3
Não	95,8	97,7	0,46² 2 teste exato de Fisher;
Grau de instrução do responsável
Analfabeto/fundamental I	28,2	20,6
Fundamental II	15,6	21,6
Médio	40,6	35,3
Superior	15,6	22,5	0,18¹ 1 teste Qui-quadrado;

Variáveis	Razão de Chances	Intervalo de confiança 95%
Grau de instrução do responsável
Analfabeto / Fundamental I	1,51	0,87 - 2,61
Outros	1,00	-

Variáveis	Código ATC	Automedicação	Prescrição Médica	Valor p¹ 1 teste Qui-quadrado;
		N=96	N=218
		%	%
Sistema nervoso central	N	49,0	33,5
Paracetamol	N02	30,2	25,2
Dipirona	N02	20,8	13,3
Ácido acetilsalicílico	N02	3,1	0,6
Sistema respiratório	R	20,8	22,0	0,93¹ 1 teste Qui-quadrado;
Antigripais	R06	18,8	12,4
Fenoterol	R03	1,0	6,0
B₂-agonista adrenérgico	R03	1,0	5,0
Antagonistas H1 da histamina para uso sistêmico	R06	19,8	31,2	0,052¹ 1 teste Qui-quadrado;
Anti-infecciosos para uso sistêmico	J	11,5	30,9	<0,001¹ 1 teste Qui-quadrado;
Amoxicilina	J01	7,3	21,1
Sulfametoxazol+trimetoprima	J01	2,1	2,8
Cefalexina	J01	1,0	5,5
Azitromicina	J01	1,0	2,3
Sistema músculo-esquelético	M	10,4	12,4	0,76¹ 1 teste Qui-quadrado;
Ibuprofeno	M01	7,3	9,2
Nimesulida	M01	2,1	2,8
Diclofenaco	M01	1,0	0,9
Trato alimentar e metabólico	A	3,1	2,3	0,70² 2 teste exato de Fisher.
Antiespasmódico	A03	2,1	1,8
Dimeticona	A03	1,0	0,5
Vitaminas	A11	3,1	11,5	0,03¹ 1 teste Qui-quadrado;
Sangue e órgãos hematopoéticos	B	3,1	11,5
Sulfato ferroso	B03	3,1	11,5
Antiparasitários, inseticidas e repelentes	P	3,1	5,5	0,57² 2 teste exato de Fisher.
Albendazol	P02	2,1	3,7
Mebendazol	P02	1,1	1,8

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[1] Conflito de interesses: inexistente