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Aborto em questão: individualização e judicialização em tempos de neoliberalismos

Resumo:

Este artigo é baseado em análises teóricas e pesquisas empíricas sobre direitos sexuais e não reprodutivos na interseção entre discursos sociopolíticos e experiências individuais. O objetivo principal é compreender os impedimentos nos debates públicos e políticos sobre o aborto na Argentina e na América Latina de forma mais ampla, associando-os aos processos políticos de individualização e judicialização dos problemas sociais nos contextos neoliberais. A hipótese proposta destaca as complexidades subjacentes ao conceito neoliberal de individualidade em relação ao mesmo conceito na “sociedade organizada”, bem como as dificuldades específicas em relação às sexualidades que emergem da ênfase em um discurso biomédico em vez de um jurídico. É exigido do indivíduo neoliberal: consciência, vontade, liberdade e especialmente responsabilidade (atualizando a noção liberal clássica de individualidade). No caso do aborto, essas novas exigências sociais se traduzem em uma intolerância ao que é concebido como um “erro” ou uma incapacidade de prevenir os riscos no exercício de uma sexualidade que deve ser livre, voluntária, consensual, responsável e prazerosa,

Palavras-chave:
aborto; Argentina; indivíduo; neoliberalismo, juridificação

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