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Seria a pílula anticoncepcional uma droga de "estilo de vida"?: ensaio sobre o atual processo de medicalização da sexualidade

Este artigo discute o processo de medicalização da sexualidade, refletindo sobre a pílula anticoncepcional hormonal e sua relação com o conceito de drogas de estilo de vida (entendido como medicamentos utilizados não necessariamente para tratar uma doença, mas para aprimorar a vida das pessoas). A pílula anticoncepcional, lançada em 1957 nos Estados Unidos, foi desde a sua criação destinada à utilização no dia a dia de mulheres saudáveis, e tornou-se um importante símbolo cultural, revolucionando a vida das mulheres e da sociedade em geral. Refletiremos, assim, sobre o surgimento da pílula anticoncepcional e suas transformações. Analisaremos também o atual marketing dos laboratórios farmacêuticos, cujo foco tem sido não tanto no efeito original de controle de natalidade, e mais nos efeitos secundários desejáveis que as novas pílulas poderiam proporcionar - como redução da acne e tratamento de "problemas de humor" relacionados à menstruação - "adequando-se", assim, ao estilo de vida da "mulher moderna".

gênero; sexualidade; medicalização; drogas de estilo de vida; pílula anticoncepcional


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