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Óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave em Indígenas no Rio Grande do Sul, 2020-2021

Resumo

No Brasil, a conflitante diversidade entre as medidas do governo central (negação da severidade do problema) e aquelas de estados e municípios (obedecendo às orientações sanitárias e epidemiológicas) agudizou a altíssima vulnerabilidade da população. Ante à insuficiência e débil estrutura sanitária para fazer face à pandemia da Covid-19, a população indígena e outras minorias racializadas tem sofrido sobremaneira o impacto. Neste sentido, este texto busca descrever os óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em indígenas no contexto da pandemia de Covid-19 no Rio Grande do Sul. É um estudo ecológico, descritivo e analítico que utiliza base de dados aberta dos óbitos por SRAG até setembro de 2021. Foram mapeados clusters e outliers da população indígena com o parâmetro dos setores censitários utilizando o modelo de Anselin Local Moran's I e a espacialização das terras indígenas demarcadas. Foi calculado o risco relativo de óbitos de indígenas em relação à população branca em municípios selecionados. Os resultados indicam que os óbitos por SRAG são desproporcionais para indígenas em áreas clusterizadas e que o risco relativo de óbitos em alguns municípios com alta concentração de população indígena comparado aos brancos é especialmente alto no norte do estado. Conclui-se que a adoção de medidas geoestratégicas de contenção e de reparação dos impactos acirrados na pandemia de Covid-19 é urgente.

Palavras-chave:
Populações vulneráveis; Pandemia; COVID-19; Análise espacial

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