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Fome de lucro: como as plataformas de entrega de refeições gerenciam os entregadores na China

Resumo

Como as empresas de plataforma de entrega de refeições, como Meituan (controlada pela Tencent) e Ele.me (que pertence à Alibaba), gerenciam os entregadores por meio de contratação de serviços em lugar de empregos formais? Como os entregadores percebem o controle e a autonomia no trabalho? Usando observação participante e entrevistas, a autora apurou que uma combinação de sistemas de vigilância, baseada em dados e mecanismos de feedback do cliente, é o que tem determinado os esforços dos trabalhadores. O uso corporativo do trabalho manual e emocional é crítico para a lucratividade dos serviços de encomenda de refeições. Para reduzir custos, as empresas não oferecem aos entregadores o salário necessário para reproduzir seu trabalho. A liberdade individual é configurada de forma a não obrigar os entregadores a trabalhar por um período mínimo de tempo. A flexibilidade possibilitada pelo gerenciamento algorítmico, no entanto, funciona em ambos os sentidos. Quando há menos demanda, as empresas de plataforma reduzem automaticamente sua dependência de mão de obra. Com tarifas variáveis por pedido, os trabalhadores não têm assegurado um rendimento mínimo que atenda o padrão de vida médio local. Esta pesquisa contribui para uma compreensão mais aprofundada dos desequilíbrios de poder entre trabalhadores, empresas de aplicativos e clientes na economia de plataforma orientada a serviços da China. Também estimula o debate sobre a informalidade do trabalho no que concerne à responsabilidade das empresas e do governo.

Palavras-chave
gestão algorítmica; trabalho emocional; informalidade; economia de plataforma; serviço de entrega de refeições; China

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