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Ocorrência de Pseudocercospora fuligena em Tomateiro no Estado do Maranhão

COMUNICAÇÕES

Ocorrência de Pseudocercospora fuligena em Tomateiro no Estado do Maranhão

Gilson Soares da Silva1 1 Autora para correspondência: Gilson Soares da Silva ( gilson_soares@uol.com.br)

Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Universidade Estadual do Maranhão, CEP 65001-970,São Luís,MA

Em setembro de 2008, durante levantamento de doenças de hortaliças em pólos produtores em São Luís, Maranhão, foram observados tomateiros (Lycopersicon esculentum Mill. cultivar Cereja) apresentando lesões cloróticas, irregulares, na face adaxial dos folíolos, correspondendo, na face abaxial, a um crescimento fuliginoso, de coloração acinzentada (Fig.1). Muitos folíolos apresentavam extensas áreas necrosadas, em decorrência da coalescência das manchas. O exame microscópico do material evidenciou abundante esporulação de um fungo com as seguintes características: conidióforos curtos, fasciculados, de coloração marron-clara, medindo 20-36 x 2.8 – 5,0 µm, conídios cilíndricos, retos ou ligeiramente curvos,lisos, subhialinos, ápice arredondado, medindo 23,0 -112,2 x 3,3-5,0 µm, com 3-9 septos (Fig. 2). De acordo com essas características, o patógeno foi identificado como Pseudocercospora fuligena (Roldan) Deighton (Hsieh,W.H.; T.K. Goh Cercospora and similar fungi from Taiwan. Maw Chang Book,1990) .


O isolamento do patógeno foi feito mediante a transferência de suas estruturas diretamente das lesões para placas contendo meio BDA, com o auxílio de uma agulha flambada. As placas foram incubadas a 25° C e 12 h. de iluminação. As colônia obtidas foram, então, repicadas para meio V-8 ágar e cultivadas durante 15 dias nas mesmas condições anteriores. Para os testes de patogenidade, o inóculo foi obtido adicionando-se água destilada e esterilizada às placas com as pequenas culturas, raspando-se a superfície do meio com o auxílio de um pincel fino. A suspensão de micélio e eventuais conídios foi pulverizada sobre a parte aérea de tomateiros sadios, mantidos em vasos com solo autoclavado. As plantas permaneceram em câmara úmida por 48 h, após o que foram transferidas para casa de vegetação. Os primeiros sintomas surgiram entre 9 e 12 dias após a inoculação, na forma de pequenas áreas descoloridas na face adaxial dos folíolos. Com o progresso da doença, manchas fuliginosas, de coloração escura surgiram na face abaxial dos folíolos. Das plantas inoculadas, reisolou-se o patógeno, confirmando-se os Postulados de Koch.

A mancha fuliginosa do tomateiro é uma doença descrita em diversos países como México, Índia, Japão, Taiwan, Filipinas e Estados Unidos, no entanto, é considerada de pouca importância econômica nesses países (Blazquez .In: Jones et al., Compendium of tomato diseases, p. 11-12,1993). Em 2006, a mancha fuliginosa foi descrita no Estado de Roraima (Halfed-Vieira et al. Fitopatologia Brasileira,v.31, n.3, p.320), causando severa queima foliar em tomateiro, sendo esta, ao que tudo indica, a sua primeira constatação no país, embora Crous & Braun (Mycospaerella and its anamorphs:1. Names published in Cercospora and Passalora. 2003) incluam o Brasil como área de ocorrência desse patógeno. Este é o primeiro relato da ocorrência de P. fuligena em tomateiro no Estado do Maranhão.

Data de chegada: 20/03/2009

Aceito para publicação em: 18/09/2009

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    Autora para correspondência: Gilson Soares da Silva (
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      20 Jul 2010
    • Data do Fascículo
      Jun 2010
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