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Novos hospedeiros de Ceratobasidium ochroleucum, agente causal da queima-do-fio, no Pará

COMUNICAÇÕES

Novos hospedeiros de Ceratobasidium ochroleucum, agente causal da queima-do-fio, no Pará

Rosemary Corrêa da CostaI; Jaqueline Rosemeire VerzignassiII,* * Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi ( jaqueline.verzignassi@embrapa.br) ; Tathianne Pastana Souza PoltronieriIII; Luiz Sebastião PoltronieriI; Lenise Castilho MonteiroII

IEmbrapa Amazônia Oriental, Tv. Enéas Pinheiro, S/N, CEP 66095-100, Belém, PA

IIEmbrapa Gado de Corte, Rodovia BR 262, km 4, CEP 79002-970, Campo Grande, MS

IIIDepartamento de Fitopatologia e Entomologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, CEP 23890-000, Rio de Janeiro, RJ

A queima-do-fio, causada pelo fungo Ceratobasidium ochroleucum (F. Noack) Ginns M.N.L. Lefebvre, sinonímia Ceratobasidium stevensii, Corticium ochroleucum, Corticium stevensii, Hypochnopsis ochroleuce, Hypochnus ochroleucus, é a doença mais frequente em zonas de alta precipitação e temperaturas elevadas, como nas florestas tropicais da Amazônia e da Mata Atlântica. A queima-do-fio aparece e se desenvolve melhor durante a estação chuvosa e os sintomas são frequentes em folhas, ramos e frutos novos. A infecção tem início na parte inferior dos ramos e avança da base até o extremo do ramo em forma de cordões finos esbranquiçados que correspondem ao micélio do fungo. O micélio de cor branca se ramifica abundantemente pelas folhas, chegando a cobrir toda área foliar formando uma película branca e semitransparente, que escurece com o tempo. As folhas atacadas se tornam escuras, secam e ficam penduradas no ramo por um cordão branco constituído de micélio. Plantas de araçá-boi (Eugenia stipitata Mc Vaugh), canela da Índia (Cinnamomum zeylanicum Blume), helicônia cv. Golden Torch (Heliconia psitacorum L.) e de ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl.)Nich.), situadas no Campo Experimental da Embrapa Amazônia Oriental, apresentaram folhas e ramos cobertos por rizomorfas (Figura 1) de coloração branco-amarelada. Algumas folhas secas se prendiam ao ramo, ficando penduradas (Figura 2), tais como os sintomas descritos acima. Objetivando diagnosticar o agente causal envolvido na queima-do-fio, amostras de folhas sintomáticas foram enviadas ao Laboratório de Fitopatologia, onde foi procedido o isolamento do fungo. O tecido lesionado foi transferido para meio de cultura BDA (Batata-Dextrose-Ágar) e mantido em câmara de incubação tipo B.O.D., a 28ºC. Os isolados foram multiplicados e, cinco dias após o crescimento das culturas, procedeu-se a inoculação em folhas sadias destacadas dos quatro hospedeiros. As folhas foram submetidas a ferimento artificial, usando agulhas, e discos de cultura + micélio foram depositados sobre os ferimentos. As plantas inoculadas foram mantidas em câmara úmida por 48 horas. Os sintomas da queima-do-fio foram reproduzidos após três dias da inoculação, comprovando-se a patogenicidade dos isolados. O reisolamento do fungo dos tecidos lesionados resultantes de inoculação artificial foi realizado. As características morfológicas do patógeno confirmam Ceratobasidium ochroleucum (F. Noack) Ginns & M.N.L. Lefebvre como o agente causal da doença queima-do-fio nos quatro hospedeiros. Este é o primeiro relato da queima-do fio em araçá-boi, ipê-amarelo, canela da Índia e helicônia cv. Golden Torch no Estado do Pará.



Data de chegada: 19/01/2012.

Aceito para publicação em: 19/12/2012.

  • *
    Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi (
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Jun 2013
    • Data do Fascículo
      Mar 2013
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