CONTEXTO E OBJETIVO: O câncer do colo do útero é ainda muito frequente no Brasil, sendo importante avaliar os fatores que influenciam no seu prognóstico. O objetivo é analisar a prevalência dos fatores prognósticos anatomoclínicos em pacientes com carcinoma do colo uterino submetidas a histerectomia radical. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo de 301 pacientes com carcinoma invasivo de colo uterino submetidas a histerectomia radical nível III de Piver-Rutledge no Hospital São Marcos. MÉTODOS: Analisaram-se as variáveis: idade, tipo histológico, grau de diferenciação, invasão do espaço linfático, vascular e perineural, metástase linfonodal, distância da margem mais próxima, profundidade de invasão do tumor, tamanho do manguito vaginal, maior diâmetro do tumor, presença de necrose, comprometimento de margens cirúrgicas. Realizou-se estatística descritiva, análise de regressão múltipla, curva de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier e teste log rank. Adotou-se índice de significância de 5%. RESULTADOS: A idade média foi de 48,27 anos. A análise da sobrevida em relação ao grau de diferenciação e profundidade de invasão do tumor, à presença de invasões linfática, sanguínea e perineural, à distância da margem mais próxima e ao tamanho do manguito vaginal não foram importantes no prognóstico. O tamanho do tumor (P < 0,036), presença de metástase linfonodal (P < 0,0004), necrose (P < 0,05) e comprometimento de margens cirúrgicas (P < 0,0015) apresentaram impacto na sobrevida. A sobrevida global com um acompanhamento de 98 meses foi de 88,35%. CONCLUSÃO: Os fatores prognósticos mais prevalentes foram a presença de metástase linfonodal, o tamanho do tumor, a presença de necrose e o comprometimento das margens cirúrgicas.
Análise de sobrevida; Colo do útero; Neoplasias uterinas; Histerectomia; Procedimentos cirúrgicos em ginecologia