CONTEXTO E OBJETIVO:
Pouco se tem discutido sobre o aumento do risco de acidente vascular cerebral após exposição a poluentes do ar, principalmente no Brasil. Os mecanismos pelos quais a poluição pode influenciar a ocorrência de eventos vasculares, tais como acidente vascular cerebral, ainda são pouco compreendidos. O objetivo deste estudo foi estimar a associação entre exposição a alguns poluentes do ar e risco de morte por acidente vascular cerebral.
TIPO DE ESTUDO E LOCAL:
Estudo ecológico de séries temporais com dados de São José dos Campos, Brasil.
MÉTODOS:
Dados sobre mortes por acidente vascular cerebral em indivíduos de todas as idades que vivem em São José dos Campos e sobre material particulado, dióxido de enxofre e ozônio foram utilizados. A análise estatística utilizou modelo aditivo generalizado de regressão de Poisson com o software Statistica, em modelos "unipollutant" e "multipollutant". Foi calculado o percentual de aumento no risco para o aumento da diferença interquartil.
RESULTADOS:
Houve 1.032 mortes por acidente vascular cerebral, que variou de 0 a 5 por dia. A significância estatística da exposição ao material particulado em modelo "unipoluente" e a importância do material particulado e dióxido de enxofre no modelo "multipoluente" foram verificadas. O aumento do risco foi de 10% e 7%, respectivamente para material particulado e dióxido de enxofre.
CONCLUSÃO:
Foi possível identificar exposição a poluentes do ar como um fator de risco para morte por acidente vascular cerebral, mesmo em uma cidade com baixos níveis de poluição do ar.
Acidente vascular cerebral; Poluentes do ar; Material particulado; Mortalidade; Dióxido de enxofre