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Relação entre fibrilação atrial silenciosa e frequência cardíaca máxima no Holter de 24 horas: estudo transversal

CONTEXTO E OBJETIVO:

A ocorrência de fibrilação atrial (FA) assintomática é comum. A identificação da FA é importante e está associada com maior morbimortalidade. O Holter de 24 horas vem sendo utilizado para a detecção de FA paroxística (FAP). O objetivo desse estudo é investigar a relação entre a ocorrência de FAP no Holter de 24 horas e os sintomas na população estudada.

TIPO DE ESTUDO E LOCAL:

Estudo transversal realizado em um hospital de cardiologia.

MÉTODOS:

Análise de 11.321 exames consecutivos de Holter de 24 horas realizados em serviço de referência. Foram excluídos pacientes com marcapasso e aqueles com FA durante toda a gravação.

RESULTADOS:

Foram identificados 75 (0,67%) exames apresentando FAP. A idade média foi de 67 ± 13 anos e 45% eram do sexo feminino. A frequência cardíaca (FC) encontrada nas 24 horas foi mínima de 45 ± 8 bpm, média de 74 ± 17 bpm e máxima de 151 ± 32 bpm. Entre os exames apresentando FAP, apenas 26% apresentaram sintomas. O único fator testado que evidenciou correlação com FA sintomática foi a FC máxima (165 ± 34 versus 147 ± 30 bpm) (P = 0,03). O uso de betabloqueadores teve efeito protetor para ocorrência de sintomas na FA (odds ratio: 0.24, P = 0.031).

CONCLUSÕES:

A FAP é um evento raro em Holter de 24 horas. A FC máxima nas 24 horas foi o único fator relacionado com FA sintomática e o uso de betabloqueadores teve efeito protetor para ocorrência de sintomas na FA.

Fibrilação atrial; Sinais e sintomas; Eletrocardiografia ambulatorial; Arritmias cardíacas; Eletrofisiologia


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