Centro Médico de Sousas, Campinas, São Paulo
Endereço para correspondência Endereço para correspondência: José Tocantins Viana Rua Giuseppe Beltramelli, s/nº Sousas Campinas (SP) CEP 13105-512
INTRODUÇÃO
Por causa das doses excessivamente grandes de anestésico local necessárias para o bloqueio peridural, em comparação com a raquianestesia, a injeção subaracnóidea acidental, que leva à raquianestesia total, é um risco sempre presente.
RELATO DO CASO
Paciente do sexo feminino com 48 anos, 153 cm, 91 Kg, índice de massa corpórea (IMC) = 38,88, P2 (antigo ASA II), com diabetes mellitus e hipertensão arterial controlada com medicação. Programada para abdominoplastia e correção de hérnia umbilical. Realizada monitorização com cardioscópio, oxímetro de pulso e esfigmomanômetro. Venóclise com cateter teflon 18 G, sendo em seguida administrado 5 mg de midazolam IV. Com a paciente sentada, foi feita punção lombar com agulha de Stephen Edward Tuohy 17 G entre os segmentos L1-L2, utilizando-se o sinal da perda da resistência (Achille Mario Dogliotti). O procedimento de punção foi difícil, mas o sinal foi nítido e não houve gotejamento de liquor. Injetado, sem resistência, 40 ml de ropivacaína a 0,5% com 100 mcg de fentanil. Imediatamente após a injeção, a paciente apresentava-se apnéica, inconsciente, midriática, PA = 90/60mmHg , pulso 56 bpm, SpO2 100% e sem alteração no ritmo cardíaco. Foi intubada e mantida em ventilação controlada com O2 a 100%. A cirurgia teve duração de 240 min e, durante todo o procedimento, foram administradas apenas doses fracionadas de 5 mg de efedrina. Aos 260 min, a paciente abriu os olhos e iniciou respiração espontânea e aos 300 min, já consciente, foi extubada. Apresentava boa força muscular em membros superiores e bloqueio parcial em membros inferiores (Bromage I), que desapareceu aos 340 min. A paciente não referiu nenhuma lembrança do ato cirúrgico, não apresentou cefaléia pós-raquianestesia e teve boa evolução.
DISCUSSÃO
Embora esses acidentes sejam extremamente dramáticos e realmente ameacem a vida, a grande maioria pode ser tratada com êxito, desde que o diagnóstico e o tratamento sejam rápidos.
REFERÊNCIAS
1. Delfino J, Vale N. Anestesia peridural, atualização e perspectiva. São Paulo: Atheneu; 2000:55-6.
2. Souza KM, et al. Raquianestesia total após anestesia peridural torácica para colocação de prótese de mama e abnominoplastia. Relato de Caso. Rev Bras Anesth. 2004; 54:216.
Raquianestesia total após anestesia peridural lombar com ropivacaína a 0,5% para abdominoplastia
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
14 Set 2005 -
Data do Fascículo
2005