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Antenatal treatment with corticosteroids for preterm neonates: impact on the incidence of respiratory distress syndrome and intra-hospital mortality

CONTEXTO: Apesar de os benefícios da corticoterapia antenatal estarem amplamente demonstrados nos países desenvolvidos, há poucos estudos envolvendo o uso do corticosteróide antenatal nos neonatos brasileiros. OBJETIVOS: Avaliar a efetividade do corticosteróide antenatal na evolução de recém-nascidos prematuros com idade gestacional inferior a 34 semanas. TIPO DE ESTUDO: Estudo retrospectivo. LOCAL: Hospital de atendimento terciário. PARTICIPANTES: Recém-nascidos expostos a qualquer dose de corticosteróide antenatal para maturação fetal até sete dias antes do parto e recém-nascidos pareados pelo sexo, peso ao nascer, idade gestacional e época de nascimento não expostos ao corticosteróide. Obteve-se uma amostra de 205 expostos, 205 controles e 39 recém-nascidos expostos ao corticosteróide antenatal para os quais não foi possível encontrar um par não exposto. PROCEDIMENTOS: Análise dos prontuários maternos e dos recém-nascidos. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Compararam-se os desfechos clínicos primários: incidência de síndrome do desconforto respiratório e de óbito intra-hospitalar nos dois grupos, além de desfechos secundários relacionados à morbidade neonatal. RESULTADOS: O corticosteróide antenatal reduziu a ocorrência da síndrome do desconforto respiratório (razão de chances, OR:0,33; intervalo de confiança, IC, 95%:0,21-0,51) e o efeito protetor persistiu quando ajustado para o peso, idade gestacional e presença de asfixia (OR ajustada:0,27; IC 95%: 0,17-0,43). O efeito protetor pôde ser detectado também através da redução da necessidade e do número de doses de surfactante exógeno utilizadas e do número de dias de ventilação mecânica nos recém-nascidos expostos à corticoterapia antenatal. O corticosteróide antenatal, quando analisado isoladamente, reduziu a ocorrência do óbito intra-hospitalar (OR 0,51; IC 95%:0,38-0,82). No entanto, quando ajustados para o peso, a idade gestacional, a presença de pré-natal, asfixia, síndrome do desconforto respiratório, enterocolite necrosante e uso de ventilação mecânica, o corticosteróide antenatal não exerceu efeito protetor em relação ao óbito. Quanto aos outros desfechos, o corticosteróide desempenhou papel protetor para a hemorragia peri-intraventricular grave (OR:0,28; IC 95%:0,10-0,77). CONCLUSÕES: O corticosteróide antenatal foi efetivo para a redução da morbimortalidade de recém-nascidos prematuros na população do estudo e o seu uso deve ser estimulado no nosso meio.

Recém; Nascido; Prematuro; Síndrome; Desconforto; Respiratório; Corticosteróide; Antenatal


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