CONTEXTO E OBJETIVO: A qualidade de vida (QoL) é considerada uma importante medida de desfecho, especialmente no manejo de doenças de longa evolução, como a doença renal crônica. O presente estudo avaliou os preditores de QoL em uma amostra de pacientes tratados por diálise. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal com coleta de dados em três centros de diálise do sul do Brasil. MÉTODOS: Avaliação de pacientes tratados por diálise, com aplicação do questionário genérico SF-36 (Short Form-36) e correlação com variáveis demográficas, socioeconômicas, clínicas e laboratoriais. A análise foi ajustada por regressão linear múltipla. RESULTADOS: Foram avaliados 140 pacientes, 94 tratados por hemodiálise e 46 por diálise peritoneal, com idade 54.2 ± 15,4 anos, 48% homens e 76% brancos. A dimensão física do SF-36 esteve associada à idade (β -0,17 intervalo de confiança, IC 95% -0,27-0,58), ao tempo em diálise (β-0,05 IC 95% -0,08-0,01) e ao índice de idade-comorbidade de Khan mais elevado (β 5,52 IC 95% 2,1-8,9). A dimensão mental esteve associada a ocupação remunerada (β 8,4 IC 95% 1,7-15,1), união estável (β 4,56 IC 95% 0,9-8,2), tratamento por diálise peritoneal (β 4,9 IC 95% 0,9-8,8) e ao fato de não ser hipertenso (β 3,9 IC 95% 0,3-7,6). CONCLUSÕES: Os pacientes mais jovens, tratados por diálise há menos tempo e com um menor número de comorbidades apresentaram melhor QoL do ponto de vista físico. A QoL mental foi melhor em pacientes que desempenham atividade remunerada, são casados, tratados por diálise peritoneal e não-hipertensos.
Qualidade de vida; Fatores epidemiológicos; Falência renal crônica; Diálise; Risco
