CONTEXTO: A citologia cervical continua sendo o método mais adequado para o rastreamento da neoplasia cervical e seus precursores. Melhor acuidade diagnóstica é obtida através da associação dos métodos citológico, colposcópico e biópsia orientada. OBJETIVO:Analisar a acuidade diagnóstica dos exames cito e histopatológico e causas de erro diagnóstico. TIPO DE ESTUDO: Estudo retrospectivo. LOCAL: Centro de referência terciário, público. AMOSTRA: Foram revistos laudos de 219 pacientes submetidas à conização e/ou histerectomia por diagnóstico de neoplasia intra-eptitelial cervical (NIC), no período de janeiro de 1982 a março de 1997. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Exame citológico e histológico (biópsia orientada e peça cirúrgica). Nos casos discordantes revisaram-se os preparados cito e histológicos na tentativa de avaliar as causas de erro. RESULTADOS: Em 193 (88,1%) casos houve concordância cito-histológica e em 26 (11,9%) não. A revisão dos casos discordantes mostrou que em 2 (0,9%) havia invasão do estroma em profundidade maior que 3mm e em 7 (3,2%) microinvasão, não suspeitadas à citologia; em 2 (0,9%) houve suspeita de microinvasão à citologia, não confirmada pelo exame histológico final e, em 15 (6,8%), discordância quanto ao grau de NIC. CONCLUSÃO : As principais causas de erro no exame citológico foram falta de critérios morfológicos seguros para microinvasão, ausência de amostragem da junção escamo-colunar e escassez de células neoplásicas na amostra. Quanto ao exame histológico, os erros foram relacionados ao processamento técnico inadequado e subavaliação em lesões focais.