RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO:
Buscar a perfeição pode causar ansiedade e levar bailarinos a ultrapassar seus limites físicos. O objetivo foi avaliar a prevalência de sintomas dolorosos e distúrbios alimentares entre bailarinos profissionais e amadores.
TIPO E LOCAL:
Estudo transversal observacional; Curitiba, PR, Brasil.
MÉTODOS:
Dados de 150 praticantes profissionais e não profissionais de ballet, jazz e street dance foram coletados por meio de questionários específicos: Brief Pain Inventory-Short Form (BPI-SF), Eating Attitudes Test-26 (EAT-26), Bulimic Investigatory Test Edinburgh (BITE) e State-Trait Anxiety Inventory-T-6 (STAI-T-6).
RESULTADOS:
Encontrou-se dor em 58,6% da amostra, igualmente entre profissionais e amadores (P = 0,19). Praticantes de ballet tinham mais dor em membros inferiores que os demais (P = 0,05). No EAT- 26, encontrou-se uma tendência para mais transtornos alimentares entre os amadores (P = 0,06). Alto risco para transtornos alimentares apareceu naqueles que praticavam o ballet (P = 0,004) e jazz (P = 0,02) mais do que street dance ; amadores tinham mais sintomas no BITE (P < 0,0001), mais dor (P = 0,002) e ansiedade (P < 0,0001). Transtornos alimentares foram mais comuns em mulheres (P = 0,01) e solteiros (P = 0,02). Bailarinos profissionais estavam mais satisfeitos com sua imagem corporal do que amadores (P < 0,001).
CONCLUSÕES:
Encontrou-se sintomatologia dolorosa em quase metade da amostra, tanto em bailarinos profissionais como amadores, bem como nos três estilos de dança. Mulheres e pessoas solteiras tiveram mais transtornos alimentares. Aqueles com distúrbios alimentares tinham níveis mais elevados de dor e ansiedade.
PALAVRAS-CHAVE:
Dor musculoesquelética; Transtornos da alimentação e da ingestão de alimentos; Bulimia; Ansiedade; Dança