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Seguimento de crianças com peso de nascimento igual ou inferior a 2.000 g

CONTEXTO: O processo de crescimento durante o primeiro ano de vida é altamente vulnerável a múltiplos fatores que podem prejudicá-lo, o que torna necessário seu conhecimento e controle rigoroso. OBJETIVO: Avaliar o acompanhamento de recém-nascidos com peso de nascimento < 2.000 g, de uma população de periferia de grande cidade, durante o primeiro ano de vida. TIPO DE ESTUDO: Retrospectivo, a partir de dados secundários. LOCAL: Hospital Maternidade Escola de Vila Nova Cachoeirinha, São Paulo, Brasil. MÉTODOS: 60 recém-nascidos com peso < 2.000 g, divididos em três subgrupos conforme peso e adequação à idade gestacional, foram estudados de março de 1996 a janeiro de 1998. Variáveis maternas, variáveis relativas ao seguimento das crianças no primeiro ano de vida, às admissões após a alta hospitalar e relativas ao peso durante o primeiro ano de vida foram estudadas. As análises estatísticas utilizaram o programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences, SPSS) V.9,0 e o Curve Expert 1.3. RESULTADOS: Doenças maternas prévias ocorreram em 38,6% e em 100% dos casos houve intercorrências durante a gravidez. Das doenças neonatais, as de maior prevalência foram sepse (30%) e doença de membranas hialinas (25%). No ambulatório realizaram-se 404 consultas e as doenças respiratórias corresponderam ao diagnóstico de maior freqüência (26%). Das consultas com especialistas, aquelas com o neuropediatra corresponderam a 81,7%. Em 80% das consultas em todas as especialidades fez-se o diagnóstico de normalidade. Foi construída uma curva de crescimento para cada grupo e feitas comparações com as curvas de referência do National Center for Health Statistics que se mostraram abaixo dos padrões das curvas de referência, diferença menos evidente para a idade corrigida das crianças. DISCUSSÃO: O serviço onde foi realizado este estudo é referência para gestantes de alto risco de baixo nível socioeconômico. A gravidade das condições dos recém-nascidos pode estar relacionada com a alta incidência de doenças maternas antes da gravidez e intercorrências durante a gestação. As diferenças no crescimento em relação aos padrões do NCHS mostram que a idade corrigida deveria ser usada como parâmetro de crescimento para recém-nascidos de baixo peso. CONCLUSÕES: Condições socioeconômicas, eventos clínico-obstétricos e afecções apresentadas pelos recém-nascidos durante a internação repercutiram sobre sua evolução no primeiro ano de vida e seu perfil de crescimento distanciou-se do padrão referencial indicando necessitarem de avaliação constante e diferenciada.

Antropometria; Recém-nascido de baixo peso; Recém-nascido de muito baixo peso; Retardo do crescimento fetal


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