CONTEXTO E OBJETIVO:
Substantivos e verbos indicam ações na comunicação oral. Na ocorrência de perda auditiva, a aquisição da linguagem oral pode ser comprometida a tal ponto que o uso apropriado deles pode constituir importante desafio. O objetivo deste estudo é comparar o uso de substantivos e verbos na narrativa oral de deficientes auditivos e de ouvintes.
TIPO DE ESTUDO E LOCAL:
Estudo transversal analítico no Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal de São Paulo.
MÉTODOS:
21 crianças portadoras de deficiência auditiva neurossensorial de grau moderado a profundo bilateral e 21 crianças com audição normal (controles) pareadas por sexo, ano de escolaridade e tipo de escola. Uma prancha com figuras foi apresentada para cada criança para elicitar uma narrativa e medir o desempenho na produção de substantivos e verbos.
RESULTADOS:
22 (52,4%) eram do sexo masculino. A idade média foi de 8 anos (desvio padrão, DP = 1,5). Ao comparar a média entre os grupos de meninos e meninas, não encontramos diferença significativa no uso de substantivos, porém entre os verbos, encontramos diferença significante no uso do imperativo (P = 0,041): mais frequente entre os meninos (média = 2,91). Não houve diferença significativa no uso de substantivos e verbos entre crianças surdas e ouvintes, em relação ao tipo de escola. No caso do uso do modo indicativo, houve uma tendência a diferença (P = 0,058).
CONCLUSÕES:
Crianças com deficiência auditiva oralizadas e submetidas à fonoterapia obtiveram desempenho semelhante a de seus pares ouvintes quanto ao uso de verbos e substantivos.
Linguagem infantil; Desenvolvimento da linguagem; Surdez; Transtornos da comunicação; Narração