NOTA DO EDITOR

É cada vez maior a necessidade de se compreender uma nação considerando o conjunto das relações internacionais que a envolve. Numa época de globalização, tanto a economia quanto a política sofrem o impacto de fatores externos, demarcando tipos de interdependências próprias de uma etapa do desenvolvimento do capitalismo, na qual ocorrem específicas relações entre nações, empresas ou outras formas de organização.

Da bipolarização mundial ¾ desfeita a partir do desmembramento da União Soviética ¾ aos dias atuais, sucedem-se inúmeras reuniões de países vizinhos ou mesmo situados em continentes diferentes, formando agrupamentos de nações que buscam a integração econômica e compõem, assim, blocos regionais. O exemplo paradigmático é dado pela formação do Mercado Comum Europeu, em 1957, e que hoje constituiu a União Européia.

Em tal situação de vinculações orgânicas entre condições externas e internas, formam-se importantes e novos atores no cenário internacional que passam a exercer decisiva influência no desenvolvimento econômico e social das nações.

Nesse cenário, a estratégia de inserção do Brasil na economia internacional deve ser discutida, principalmente diante dos desafios colocados pelos blocos do Mercosul, do Nafta e do projeto de estabelecimento de uma Área de Livre Comércio das Américas, uma vez que a globalização vem ocorrendo sob a hegemonia de uma única nação.

Este número da São Paulo em Perspectiva busca analisar o significado, a formação e o desenvolvimento dos blocos internacionais, considerando-os nas suas dinâmicas internas e, fundamentalmente, nas relações com o Brasil e o continente. E pelos artigos apresentados ¾ que apontam tensões e paradoxos e também limites e potencialidades do recente cenário mundial, ¾ proporcionar um melhor entendimento das alternativas possíveis para o Brasil.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  24 Out 2002
• Data do Fascículo
  Jan 2002