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Editorial

Editorial

Este número da revista apresenta um conjunto instigante de artigos, entre os quais se destacam temas relacionados ao mundo rural e agrário e à pobreza e as estratégias para seu enfrentamento. No mesmo grau de importância, temos textos que tratam do Programa Bolsa Família e da profissão em uma sociedade global.

Quanto à questão agrária, destacam-se os trabalhos de Paulo Nakatani, Rogério Faleiros e Neide Vargas que desenvolvem a análise da trajetória histórica da questão agrária e fundiária brasileira apontando os limites atuais "colocados a qualquer possibilidade de uma Reforma Agrária ampla e estrutural" em consequência dos limites da economia brasileira globalizada, do crescimento do agronegócio nos últimos dez anos e em face à desmobilização política da sociedade brasileira no âmbito da questão. Outro artigo, de Suenya Santos da Cruz, relacionado ao mundo rural e elaborado sob a perspectiva da teoria social de Marx, aborda o trabalho agrícola de base familiar na atualidade em suas dimensões econômica, social e política.

A temática da pobreza abordada como resultado do modo de produção capitalista, entendida enquanto manifestação da questão social, como fenômeno estrutural, complexo, de natureza multidimensional, aparece neste número em dois artigos. Em um deles, de autoria de Carlos Montaño, encontramos uma caracterização histórico-crítica de pobreza e da "questão social", assim como dos caminhos para a busca de diminuição da desigualdade social, mediante políticas compensatórias no contexto atual. Em outro, de autoria de Maria Carmelita Yazbek, a pobreza emerge como expressão de relações sociais vigentes na sociedade e é apresentada uma rápida caracterização de iniciativas históricas constituídas na perspectiva de seu enfrentamento.

No âmbito das estratégias de enfrentamento à pobreza na sociedade brasileira atual, vamos encontrar o instigante trabalho de Rémi Fernand Lavergne, que busca mostrar como o Programa Bolsa Família (PBF) remete a uma "forma de biopolítica nos termos evocados por Michel Foucault e inscreve-se numa perspectiva de normalização, funcionando pela norma e pela regulamentação" cumprindo "importante papel nos processos de subjetivação e de produção de subjetividades com vistas a incidir sobre a conduta das populações indigentes e marginalizadas".

De Portugal, da Universidade Católica de Lisboa, temos o artigo de Nélson Alves Ramalho, o qual aborda o desenvolvimento dos atuais processos de globalização, com seus impactos na vida social, tomado como ponto de partida para uma análise do serviço social em contexto português, frente ao desafios que se colocam aos assistentes sociais face à crise de modernidade.

Encerra este número, a resenha de Dirce Maria Martinello sobre o trabalho do professor Evilásio Salvador da UnB acerca do Fundo Público e Seguridade Social no Brasil.

Boa leitura!

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jun 2012
  • Data do Fascículo
    Jun 2012
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