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O baixo peso ao nascer em recém-nascidos de mães residentes nas comunidades próximas ao parque industrial do município de Rio Grande/RS: um estudo de casos e controles

RESUMO

Orientadora: Drª Maria Cristina Flores Soares

Orientador: Dr. Raúl Mendonza Sassi

Backes MTS. O baixo peso ao nascer em recém-nascidos de mães residentes nas comunidades próximas ao parque industrial do município de Rio Grande/RS: um estudo de casos e controles [dissertação]. Rio Grande (RS): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem / FURG; 2004.

O presente estudo de casos e controles teve como objetivo avaliar o peso ao nascer em recém-nascidos (RNs) de mães residentes nas proximidades da área industrial do município de Rio Grande/RS, consideradas mais expostas à poluição ambiental. A coleta de dados foi realizada durante os meses de abril a novembro de 2003 e o instrumento utilizado foi um questionário aplicado às mães, após o parto, ainda durante o período de internação hospitalar. A amostra foi composta por 138 casos (RNs com peso inferior a 2500 gramas) e 409 controles (RNs com peso igual ou acima de 2500 gramas). Esta pesquisa partiu da hipótese de que a residência das gestantes nas proximidades da área industrial do município de Rio Grande interfere no desenvolvimento de suas gestações, determinando uma redução do peso ao nascer de seus filhos. A análise dos resultados foi realizada através de regressão logística não condicional. Constatou-se uma forte tendência de associação positiva (p=0,057) entre a residência das mães nas proximidades da área industrial do município de Rio Grande, o que aumentou o risco (RO=4,67) da criança nascer com baixo peso. Além disso, as principais associações encontradas entre o baixo peso ao nascer (BPN) e as demais variáveis consideradas como possíveis fatores de risco e/ou confusão foram os natimortos prévios (RO=3,23), BPN prévios (RO=5,30), hipertensão arterial (RO=3,77) e ameaça de aborto (RO=6,27). O aumento da altura materna (RO=0,43), o ganho de peso (RO=0,08) e o aumento do número de consultas pré-natais (RO=0,17) foram identificados como fatores de proteção. Além disso, a ausência do companheiro (p=0,052), o aumento da idade materna (p=0,052), o número de cigarros fumados por dia pelo companheiro (p=0,09), o consumo de bebidas alcoólicas pela mãe (p=0,07) e a diabete presente na gestação (p=0,08) tendem a associar-se positivamente com o BPN enquanto que, o local de trabalho tende a associar-se negativamente com o BPN (p=0,08). Acredita-se que este estudo poderá apontar subsídios para a prevenção de danos à saúde, decorrentes da exposição aos poluentes ambientais neste município, assim como pode contribuir para o planejamento e implementação de políticas públicas que visem o bem-estar materno-infantil e o desenvolvimento sustentável, mantendo a saúde e a qualidade de vida da população.

O arquivo disponível sofreu correções conforme ERRATA publicada no Volume 14 Número 3 da revista

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Ago 2008
  • Data do Fascículo
    Set 2005
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