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FRAGMENTOS DE CORPOREIDADES FEMININAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA CONJUGAL: UMA APROXIMAÇÃO FENOMENOLÓGICA1 1 Artigo oriundo de tese - Corpos negados na violência conjugal, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 2013. Pesquisa desenvolvida com apoio financeiro parcial da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

RESUMO

Pesquisa fenomenológica desenvolvida na Delegacia da Mulher em Guarapuava, Paraná, que teve como objetivo compreender o significado de coexistir com o agressor após a denúncia da violência conjugal na Delegacia da Mulher. Os dados foram obtidos mediante entrevistas com 14 mulheres vítimas de violência conjugal que permaneceram no convívio com os agressores após denunciálos. Os discursos foram interpretados à luz do referencial filosófico de Maurice Merleau-Ponty. Os resultados revelaram que os corpos femininos vítimas de violência perceberam sua imagem corporal modificada, distorcida e negativa. O sentido da coexistência com o agressor encontra sustentação na destruição da imagem corporal, que foi fragilizada, reduzindo as capacidades de enfrentamento desses corpos, por se sentirem ameaçados, inferiorizados e inseguros em relação ao outro, fato que contribuiu para perpetuar o ciclo da violência. Destarte, percebe-se a necessidade de profissionais capacitados para captar o invisível no visível, a fim de cuidar desses corpos na sua multidimensionalidade.

Violência doméstica; Violência contra a mulher; Cuidados de enfermagem

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