RESUMO
Objetivo:
identificar a percepção de risco entre trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
Método:
estudo quantitativo e analítico, com delineamento transversal, realizado com 265 trabalhadores atuantes em ambiente pré-hospitalar em 57 municípios no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, por meio de um questionário online contendo variáveis acerca das características sociodemográficas, ocorrência de acidentes de trabalho e percepção de riscos ocupacionais, avaliada com escala Likert de cinco pontos. Para análise, utilizaram-se estatísticas descritivas, média, desvio padrão, mediana e o teste de associação Mann-Whitney com nível de significância estatística de p<0,05.
Resultados:
os principais riscos ocupacionais identificados pelos trabalhadores foram: exposição a sangue (4,43); exposição à secreção/excreção contaminada (4,36); manuseio e contato com produtos de higienização (4,28); exposição a bactérias (4,25); levantamento e transporte manual de peso (4,25); e exposição a vírus (4,23). Verificou-se associação significativa de percepção de risco entre os trabalhadores que sofreram e os que não sofreram acidentes de trabalho para os riscos químicos (p=0,001), físicos (p=0,006), ergonômicos ou psicológicos (p=0,000) e de acidentes (p=0,000).
Conclusão:
a identificação da percepção de riscos ocupacionais entre trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho mostrou-se significativa, o que pode sugerir que antes de sofrer o acidente os trabalhadores podem não identificar ou banalizar o risco. Dessa forma, são necessárias ações que incentivam mudanças de comportamentos para identificação do risco e prevenção do acidente de trabalho, como a utilização de equipamento de proteção individual e coletiva e melhoria das condições de trabalho no ambiente pré-hospitalar.
DESCRITORES:
Assistência pré-hospitalar; Acidentes de trabalho; Ambulância; Riscos ocupacionais; Trabalhadores