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“Mães escravas”, partus sequitur ventrem, e a naturalização da reprodução escrava no Brasil oitocentista.

Resumo

Tomando como base os discursos escravistas sobre a necessidade de reformar a escravidão e de encontrar soluções ao problema da reprodução da mão da obra cativa após a cessação legal do trafico de africanos escravizados em 1831, este texto desvenda o papel central e o valor simbólico que as “mães escravas” vieram ocupar nos debates políticos mais importantes do Brasil oitocentista. Usando tropos e metáforas da natureza, o discurso escravocrata definiu a função reprodutora das mulheres escravizadas como seu papel “natural” - um papel que também ajudaria a domesticar os “instintos rebeldes” dos escravos masculinos. Este texto argumenta também que dentro desse contexto, proprietários de escravos e juristas enfatizaram a importância do conceito legal partus sequitur ventrem para comunicar a ideia de legalidade da escravidão, precisamente durante o período de crescente deslegitimização da instituição, tanto dentro quanto fora do Brasil.

Palavras chaves:
mães escravas; partus sequitur ventrem; reprodução escrava

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