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NOTÍCIAS

Esta seção destina-se a divulgar as teses e as dissertações dos alunos do Programa de Pós-graduação em História, da UFF, assim como as teses dos professores do Departamento.

O confronto dos nacionalismos: Getúlio Vargas e a repressão ao nazismo no Brasil dos anos 30/40

Nara Maria Carlos de Santana

Defesa: 05/07/05 – Doutorado

Banca: Márcia Maria Menendes Motta (orientadora), Théo Lobarinhas Piñeiro (UFF), Bernardo Kocher (UFF), Francisco Carlos Palo-manes Martinho (UERJ), Francisco Carlos Teixeira da Silva (UFRJ)

A tese de doutorado discute o conflito entre a proposta nacional de Getúlio Vargas e o movimento nazista durante o Estado Novo nos estados do Sudeste, destacando o papel da Polícia Política e de outros elementos legitimadores do Estado Novo, dentre eles a educação e a propaganda.

Um combate ao silêncio: a Ação Libertadora Nacional (ALN) e a repressão política

Edson Teixeira da Silva Jr.

Defesa: 07/07/05 – Doutorado

Banca: Marcelo Badaró Mattos (orientador), Marly de Almeida Gomes Vianna (UNIVERSO), Cecília Maria Bouças Coimbra (UFF), Virgínia Maria Gomes de Mattos Fontes (UFF), Lincoln de Abreu Penna (UNIVERSO)

A presente tese tem como objeto de estudo a Ação Libertadora Nacional (ALN), organização que atuou na resistência à ditadura militar no Brasil, durante as décadas de 1960 e 1970. A pesquisa foi dividida em duas coordenadas básicas: uma procura recuperar as idéias políticas de Carlos Marighella, o líder da ALN, e o desdobramento da guerrilha defendida por esta organização, seus limites, avanços, conflitos e a memória de seus ex-militantes. A outra coordenada visa estudar a atuação da repressão política sobre a esquerda armada e sobre a ALN em especial.

Febre esportiva: esporte náutico e modernidade no Rio de Janeiro (18951914)

Cláudia Maria de Farias

Defesa: 08/07/05 – Mestrado

Banca: Jorge Luiz Ferreira (orientador), Jaime Larry Benchimol (FIOCRUZ), Rachel Soihet (UFF)

O trabalho analisa a institucionalização do esporte náutico na cidade do Rio de Janeiro como uma prática social burguesa, excludente e hierarquizadora, que se desenvolve junta-mente com os modelos higienistas e a crença no aprimoramento da raça, na virada do século XIX para o século XX. Refletindo as transformações políticas, econômicas e sociais pelas quais passava o país, este esporte se impôs como um signo de distinção social, inventado para configurar um estilo de vida associado aos novos códigos de conduta burgueses, cristalizando, assim, a identidade de diversos grupos da elite urbana emergente.

Ritos de sangue em Hollywood: mito da guerra e identidade nacional norteamericana

Ana Paula Spini Defesa: 29/07/05 – Doutorado

Banca: Cecília da Silva Azevedo (orientadora), André Luiz Vieira de Campos (UFF), Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus (UFF), Francisco Carlos Teixeira da Silva (UFRJ), Mary Anne Junqueira (USP)

Este estudo analisa o mito da guerra como componente fundamental da identidade nacional norteamericana, no cinema de Hollywood, no período de 1980 a 2002. Através da análise de filmes, procuro avaliar as transformações verificadas no mito da guerra na narrativa cinematográfica durante este período, a partir do estabelecimento de três referenciais: a Guerra do Vietnã, particularmente o massacre de My Lai, a Guerra do Golfo e os atentados de 11 de setembro.

La Belle Vitrine – O mito do progresso na refundação da cidade de Manaus – 1890/1900

Otoni Moreira de Mesquita

Defesa: 01/08/05 – Doutorado

Banca: Paulo Knauss de Mendonça (orientador), Maria Stella Martins Bresciani(UNICAMP),SoniaGomes Pereira (UFRJ), Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus (UFF), Maria Regina Celestino (UFF)

A tese propõe uma discussão sobre a reforma urbana ocorrida na capital do Amazonas, na última década do século XIX, como um recurso retórico aplicado pelo Estado. Tratava-se de um projeto de propaganda, baseado na concepção de progresso e modernidade, que pretendia desfazer a imagem negativa da região e atrair investidores e trabalhadores. Além disto, a prosperidade econômica garantia os investimentos e atendia aos interesses da sociedade burguesa e capitalista que se instalava.

Coisa de pele: relações de gênero, literatura e mestiçagem feminina (Rio de Janeiro, 1880-1910)

Giovana Xavier da Conceição Côrtes

Defesa: 04/08/05 – Mestrado

Banca: Rachel Soihet (orientadora), Martha Campos Abreu (UFF), Flávio dos Santos Gomes (UFRJ)

O objetivo deste trabalho é investigar os diversos sentidos atribuídos à mestiçagem feminina na literatura brasileira entre 1880 e 1910. Através do romance A viúva Simões, de Júlia Lopes de Almeida, tento reconstituir a figura de Ernestina à luz das estereotipias que conduzem o seu processo de construção imagética. Desta forma, os debates e os projetos em torno da formação da nação, na virada do século, são o pano de fundo da pesquisa.

A arte do povo: histórias na literatura de cordel (1900-1940)

Maria Ângela de Faria Grillo

Defesa: 05/08/05 – Doutorado

Banca: Rachel Soihet (orientadora), Marcia Azevedo de Abreu (UNICAMP), Cecília da Silva Azevedo (UFF), Martha Campos Abreu (UFF), Isabel Cristina Martins Guillen (UFPE)

O trabalho tem como objetivo realizar uma análise da literatura de cordel, na primeira metade do século XX, período em que o folheto passa a ser o suporte material e o veículo de uma cultura em que a oralidade ainda é predominante. Percorrendo todo o sertão, alçando maior amplitude por todo o Nordeste, os folhetos atingem as cidades e feiras do interior, transitando entre as bibliotecas dos folcloristas, entre os salões das grandes propriedades e pelas mãos de vaqueiros e peões.

Os impasses da intelligentsia diante da revolução capitalista no Brasil (1930-1964): historiografia e política em Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Nelson Werneck Sodré

João Alberto da Costa Pinto

Defesa: 08/08/05 – Doutorado

Banca: Sonia Regina de Mendonça (orientadora), Théo Lobarinhas Piñeiro (UFF), Carlos Gabriel Guimarães (UFF), Raimundo Nonato Santos (UFRRJ), Elide Rugai Bastos (UNICAMP)

Esta tese propõe um estudo sobre a obra e a trajetória política de três referências clássicas da historiografia brasileira: Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Nelson Werneck Sodré. O objetivo central dos seus cinco capítulos foi o de apresentar as práticas teórico-políticas dos três intelectuais diante do processo de consolidação da revolução capitalista no Brasil contemporâneo (1930-1964). O estudo da obra teórica de cada um dos autores foi elaborado sob critérios de análise oriundos da perspectiva metodológica do marxismo de Lucien Goldmann.

Os cegos no Rio de Janeiro do Segundo Reinado e começo da República

Maurício Zeni

Defesa: 09/08/05 – Doutorado

Banca: Martha Campos Abreu (orientadora), Lilia Ferreira Lobo (UFF), Alessandra Frota Martinez de Schueler (UERJ), Renato Luis do Couto Neto e Lemos (UFRJ), Magali Gouveia Engel (UFF)

Este trabalho encontra os cegos fora das instituições e de seus lares e em uma instituição de caráter educacional fundada no Rio de Janeiro, em 1854, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Analisa o imaginário sobre os cegos e a cegueira através da literatura do século XIX e início do XX, de escritos de pensadores como Diderot e de discursos de professores, diretores e outros, ligados ao Instituto brasileiro. A educação de cegos no Brasil é enfocada por meio da análise do funcionamento do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, seus regulamentos e primeiros diretores, acompanhando os debates em torno da criação de cursos, da admissão de alunos e das transformações em sua organização administrativa.

Forças Armadas e democracia no Brasil: o 11 de novembro

Karla Guilherme Carloni

Defesa: 11/08/05 – Mestrado

Banca: Jorge Luiz Ferreira (orientador), Renato Luis do Couto Neto e Lemos (UFRJ), Daniel Aarão Reis Filho (UFF)

Esta dissertação aborda a atuação das Forças Armadas na década de 1950, particularmente durante a polarização da sociedade brasileira, materializada nas disputas eleitorais e nas propostas de suspensão das eleições que eram divulgadas pela imprensa no ano seguinte à morte de Vargas. A radicalização das cisões internas e a hostilidade entre oficiais ampliaram o espaço para a presença de forças político-partidárias dentro dos quartéis, colocando em risco a própria hierarquia militar. O trabalho resgata o movimento de 11 de novembro de 1955 e seus desdobramentos, entendido como o contragolpe ou golpe preventivo, buscando compreender quem eram os militares que dele participaram, quais os seus interesses e seus embates com grupos e projetos políticos distintos no interior das Forças Armadas. Identificado por boa parte da historiografia como movimento ligado à esquerda militar da época, o contragolpe aliou grupos militares com diferentes objetivos e orientações ideológicas e não imprimiu um significado comum a todos os que dele participaram.

A restauração e a administração da América Portuguesa: o Conselho Ultramarino no reinado de D. João IV (1640-1656)

Ana Teresa Araújo Vasconcelos

Defesa: 12/08/05 – Mestrado

Banca: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo (orientador), Oswaldo Munteal Filho (UERJ), Rodrigo Nunes Bentes Monteiro (UFF)

Este trabalho teve como objetivo investigar e compreender os difíceis anos de Restauração da Coroa portuguesa e seus reflexos no universo atlântico, particularmente sua porção mais cobiçada: a América. Durante o reinado de D. João IV, Portugal encontrava-se fragilizado em recursos para manter a guerra em sua fronteira com Castela e nas diversas partes do Império, ocupadas pelos holandeses. Ao mesmo tempo, buscava o reconhecimento da nova monarquia perante as demais nações européias.

Respeitável público: universo teatral, trajetória e história social no Rio de Janeiro (1839-1892)

Andréa Barbosa Marzano

Defesa: 12/08/05 – Doutorado

Banca: Martha Campos Abreu (orientadora), Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus (UFF), Eduardo Silva (FCRB), Humberto Fernandes Machado (UFF), Leonardo Affonso de Miranda Pereira (UNICAMP), Margarida de Souza Neves (PUC-RIO)

A trajetória do ator Francisco Corrêa Vasques (1839-1892) é explorada como um caminho para a compreensão de importantes aspectos da vida no Rio de Janeiro. Acompanhando nosso protagonista, buscou-se construir um panorama do universo teatral, da vida cultural e das formas de sociabilidade, avaliando as possibilidades e os obstáculos à ascensão social naquela sociedade.

Falsários D'el Rei: Inácio de Souza Ferreira e a Casa da Moeda falsa do Paraopeba (Minas Gerais 1700-1734)

Paula Regina Albertini Túlio

Defesa: 12/08/05 – Mestrado

Banca: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo (orientador), Guilherme Paulo Castagnoli Pereira das Neves (UFF), Júnia Ferreira Furtado (UFMG)

Este trabalho buscou compreender uma "instituição" clandestina nas Minas Gerais da década de 1720: a Casa de Fundição e de cunhar moedas, supostamente instituída e "chefiada" por Inácio de Souza Ferreira, entre 1725-1733. A Casa de Fundição foi instalada no Vale do Paraopeba, lugar utilizado como rota de contrabandistas, devido à sua localização e à facilidade oferecida pelo Rio Paraopeba e seus afluentes. A partir da fábrica do Paraopeba, buscaremos um espaço mais amplo de atuação dessas redes de contrabando que não tinham raízes apenas nas colônias – na verdade, tinham uma dimensão intercontinental.

O Pasquim: um jornal que só diz a verdade quando está sem imaginação (1969-1991)

Andréa Cristina Barros Queiroz

Defesa: 15/08/05 – Mestrado

Banca: Denise Rollemberg Cruz (orientadora), Rachel Soihet (UFF), Beatriz Kushnir (AGRJ)

Este é um estudo sobre a trajetória d'O Pasquim. Um jornal alternativo, criado em 1969, por um grupo de jornalistas e cartunistas influenciados pelo ambiente de efervescência cultural da década de 1960. Representou a boemia intelectual do bairro de Ipanema, Rio de Janeiro. Foi um periódico de oposição à ditadura civil-militar e de crítica aos costumes da classe média. Inovou a linguagem jornalística, bem como conjugou humor, criatividade e oralidade, influenciando outros jornais.

Uma cidadela no Império: a Colônia do Sacramento e os dilemas da colonização no sul da América Portuguesa (1680-1750)

Rodrigo Borges Monteiro

Defesa: 15/08/05 – Mestrado

Banca: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo (orientador), Júnia Ferreira Furtado (UFMG), Mariza de Carvalho Soares (UFF)

A Colônia do Sacramento, fundada no extremo-sul da América em 1680, não foi somente um "ninho de contrabandistas", como afirma o historiador Capistrano de Abreu. Mais que uma simples fortificação ou praça comercial em um lugar ermo, ela tornou-se um espaço colonial com características marcantes no contexto do Império português no Atlântico. Ao analisar a colonização desta região, encontramos a presença de aspectos e heranças metropolitanas e coloniais, influenciadosnãosópela própria experiência e vivência das regiões portuguesas de fronteira com o reino de Castela, como também pelas experiências do governo português em suas praças coloniais no Oriente.

A construção da República do Pará (1886-1897)

William Gaia Farias

Defesa: 17/08/05 – Doutorado

Banca: Moacir Fecury Ferreira da Silva (Orientador) Rosa Elizabeth Acevedo Marin (UFPA) Carlos Gabriel Guimarães (UFF), Humberto Fernandes Machado (UFF), Celso Castro (FGV)

O objetivo deste trabalho é demonstrar a construção da República no Pará, utilizando todo um conjunto de ações, discursos, representações simbólicas e revoltas relacionadas à disputa pelo poder político no período de 1886 a 1897. Como fio condutor do estudo, consideram-se algumas categorias gramscianas, partindo-se do pressuposto de que a discussão sobre o Golpe de 1889, em si, não basta para entender o estabelecimento do regime republicano, atribuindo-se importância às relações sociais relacionadas à construção da República.

Política e educação: a ação dos empresários do ensino no Rio de Janeiro entre os anos de 1946 e 1961

André Rodrigues de Meneses

Defesa: 08/09/05 – Mestrado

Banca: Marcelo Badaró Mattos (orientador), Lúcia Maria Wanderley Neves (FIOCRUZ), Roberto Leher (UFRJ)

A dissertação enfoca a atuação dos interesses privatistas em educação entre 1946, ano de retorno à ordem liberal no país, e 1961, ano de aprovação da LDBEN nº 4.024/61, priorizando o processo através do qual se foram erigindo as estratégias dos empresários do ensino, com suas demandas e conflitos, que lhes permitiram impor seus interesses, por meio do Estado, ao conjunto da sociedade. O coroamento desse processo foi a destinação de recursos públicos para as escolas privadas, estabelecidas pela referida lei.

Os movimentos sociais e a construção da Cidadania

Marina Barbosa Pinto

Defesa: 12/09/05 – Doutorado

Banca: Marcelo Badaró Mattos (orientador), José Paulo Netto (UFRJ), Marcos Alvito Pereira de Souza (UFF), Sônia Lúcio Rodrigues de Lima (UFRJ), Roberto Leher (UFRJ)

A trajetória da ação dos sujeitos sociais nas lutas por moradia e frente aos limites e às possibilidades de consolidação da democracia e à efetivação da cidadania no sistema capitalista é o objeto deste estudo. As décadas de 1980 e 1990 no Rio de Janeiro constituem a delimitação da pesquisa. A luta por moradia na cidade do Rio de Janeiro é expressão nítida da ação dos sujeitos sociais, que enfrentam as condições geradas pelo processo de acumulação de capital no espaço urbano.

Práticas assistenciais em sindicatos pernambucanos e cariocas (1978-1998)

José Fernando Souto Junior

Defesa: 15/09/05 – Doutorado

Banca: Marcelo Badaró Mattos (orientador), José Ricardo Garcia Pereira Ramalho (UFRJ), Marco Aurélio Santana (UNIRIO), Gelson Rozentino de Almeida (UERJ/FFP), Virgínia Maria Gomes de Mattos Fontes (UFF)

O assistencialismo é portador de diversos sentidos que têm sido construídos em contextos históricos específicos e compreendê-los é o objetivo deste trabalho. Foram pesquisados dois sindicatos de telefônicos, o de Pernambuco e o do Rio de Janeiro, chamando atenção a diversidade de experiências de cada um. Durante os anos 1980, lutaram pelo fim da estrutura sindical, devolvendo o imposto sindical, rompendo com a federação oficial e criando uma outra, fora da estrutura, o que pôs fim ao assistencialismo. Mas nos anos 1990 a reestruturação produtiva e o processo de privatização modificaram sobremaneira o perfil e as formas de luta da categoria. Novamente, cada um, a seu modo, optou pela volta do assistencialismo.

Por minha agência e trabalho: as conquistas e a constituição de patrimônio dos homens forros nas vilas de São José Del-Rei e São João Del-Rei (1736-1808)

Sirleia Maria Arantes

Defesa: 19/09/05 – Mestrado

Banca: Sheila Siqueira de Castro Faria (orientadora), Silvia Maria Jardim Brügger (UFSJ), Mariza de Carvalho Soares (UFF)

Esta dissertação versa sobre a política da alforria na Comarca do Rio das Mortes, em especial na vila de São José Del-Rei, e a constituição de bens e a herança dos homens forros e seus significados no século XVIII, na mesma comarca. Num primeiro momento, discute-se a política da alforria estabelecida pelos escravos, assim como as formas de conquista da liberdade, as etnias e o gênero dos partícipes da construção da manumissão e suas relações, incluindo diferenças e discrepâncias com outras regiões da América portuguesa.

Buen Gobierno e evangelização no Peru do século XVI: o projeto político de José Acosta

Luis Alberto Martín Dávila Murguía

Defesa: 29/09/05 – Mestrado

Banca: Ronaldo Vainfas (orientador), Ronald José Raminelli (UFF), Juliana Beatriz Almeida de Souza (UFRJ)

A presente pesquisa tem como objetivo teórico o estudo da obra do jesuíta José de Acosta, a partir de uma interpretação que procura situar sua obra dentro do contexto político da época e dentro das discussões da reorganização do vice-reinado do Peru. Procurou-se compreender a evangelização dos índios do Peru feita por Acosta através de uma leitura política da linguagem na qual ela está inscrita. Portanto, a evangelização é entendida nesta pesquisa não apenas como um discurso religioso, mas principalmente como um discurso político.

Defeito mecânico: mito e trabalho no paraíso de Sérgio Buarque de Holanda

Luiz Fernando Pereira das Neves Franco

Defesa: 10/10/05 – Doutorado

Banca: Guilherme Paulo Castagnoli Pereira das Neves (orientador), Paulo Knauss de Mendonça (UFF), Ronaldo Vainfas (UFF), Ricardo Henrique Salles (UERJ), Nicolau Sevcenko (USP)

A partir dos ovais de Leandro Joaquim e da Brasília de Lúcio Costa, como de Martius, Cairu e Amoroso Lima, mas inspirada no paraíso edênico de Sérgio Buarque de Holanda, esta tese trata de uma única problemática – uma modalidade de defeito mecânico, coincidente com a interminável história da construção do Estado-nação. Se toda comunidade é imaginada, variam os regimes de produção da imaginação. Falta, porém, à noção andersoniana de comunidade imaginada a radicalidade que permite pensá-la como processo de domesticação do trabalho selvagem e a conseqüente subsunção de toda imaginação ao caráter mecânico característico do capital de índole industrial. No Brasil retardatário, dotado de uma geografia inflável, a história da domesticação do trabalho selvagem, ao aproximar-se de seu fim, depara-se com o horizonte liberatório do fim da necessidade de qualquer trabalho mecânico. Podemos conservar ou resgatar um regime de trabalho intelectual silvestre e prevenir um desfecho de domesticação?

A chama não se apagou: Candeia e Gran Quilombo – movimentos negros e escolas de samba nos anos 70

Gabriela Cordeiro Buscácio

Defesa: 13/10/05 – Mestrado

Banca: Martha Campos Abreu (orientadora), Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti (UFRJ), Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro (UFF)

O objetivo desta dissertação é analisar a trajetória de Antônio Candeia Filho (1935-1978), sambista carioca bastante atuante no universo das escolas de samba, durante os anos 1970. A biografia histórica proposta busca, através da vida e obra de Candeia, compreender sua atuação como agente social em seu contexto, assim como as imbricações entre a conjuntura e o personagem.

Cultura e História na Festa da Penha: os primeiros anos da República na vivência festiva popular (1880-1920)

Ana Lucia de Carvalho

Defesa: 04/11/05 – Mestrado

Banca: Rachel Soihet (orientadora), Gladys Sabina Ribeiro (UFF), Marcos Luiz Bretãs (UFRJ)

Este trabalho trata de uma festa popular – a Festa da Penha – entre 1880-1920, que acontece no subúrbio do Rio de Janeiro desde 1728, aos domingos do mês de outubro. Neste período, havia muitas etnias e culturas diferentes que transitavam no cotidiano das ruas da cidade, disputando entre si trabalho e moradia. Estes grupos compareciam à Festa da Penha. Os jornais nos oferecem muitas informações sobre as relações desenvolvidas na festa entre os populares e as condições que influenciaram a produção de sociabilidades e também os conflitos entre eles.

O nascimento dos estudos das culturas africanas, o movimento negro no Brasil e o anti-racismo em Arthur Ramos (1934-1949)

Júlio Cláudio da Silva

Defesa: 10/11/05 – Mestrado

Banca: Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro (orientadora), Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros (UERJ), Martha Campos Abreu (UFF)

O objetivo desta dissertação é recuperar aspectos do campo intelectual de reflexão sobre o papel das populações e das culturas de origem africana no Brasil, nas décadas de 1930 e 1940, a partir da trajetória intelectual de Arthur Ramos. O pensamento deste autor e os então denominados Estudos Afro-Brasileiros foram marcados pelo caráter acadêmico e pelas preocupações políticas, o anti-racismo. Para atingir o objetivo do trabalho, priorizamos a análise de "espaços de sociabilidades" como congressos e conferências.

De índios a guerreiros reais: a trajetória da Aldeia de São Pedro de Cabo Frio – séculos XVII-XVIII

Silene Orlando Ribeiro

Defesa: 30/11/05 – Mestrado

Banca: Maria Regina Celestino de Almeida (orientadora), Maria Fernanda Baptista Bicalho (UFF), Eunícia Barros Barcelos Fernandes (PUC-RIO)

Este trabalho propõe uma análise histórica do processo de formação da Aldeia de São Pedro de Cabo Frio e visa reconstruir os significados daquele aldeamento no contexto colonial, partindo do pressuposto de que a função defensiva foi o elemento preponderante da relação mantida entre os índios aldeados, a sociedade envolvente e a Coroa portuguesa entre os séculos XVII e XIX. Articulando estas questões, a dissertação objetiva mostrar as tensões e as conexões originadas entre os vários agentes coloniais e a população aldeada.

Dotes e contratos antenupciais: os arranjos familiares no Rio de Janeiro (séculos XVII e XVIII)

Liana Faganello da Silva

Defesa: 05/12/05 – Mestrado

Banca: Sheila Siqueira de Castro Faria (orientadora), Silvia Maria Jardim Brügger (UFSJ), Georgina Silva dos Santos (UFF)

Esta dissertação tem como foco central a importância do casamento e suas conseqüências na formação da família colonial no Rio de Janeiro durante os séculos XVII e XVIII, enfocando suas estratégias e vivências matrimoniais. De uma forma detalhada, aborda a historiografia sobre o tema, principalmente a brasileira; a base legal, tanto civil como eclesiástica, que regulamentava o casamento; o âmbito cotidiano do processo matrimonial, assim como as estratégias matrimoniais através da análise da parte material constante no matrimônio.

Jonathas Serrano: limites e possibilidades no ensino de História do Brasil nos anos 30

Maria Cristina Fonseca Ribeiro Vidal

Defesa: 05/12/05 – Mestrado

Banca: Magali Gouveia Engel (orientadora), Sonia Maria Leite Nikitiuk (UFF), Ilmar Rohloff de Mattos (PUC-RIO)

A pesquisa está centrada na obra de Jonathas Serrano (1885-1944), membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, professor de História do Colégio Pedro II e da Escola Normal, instituições localizadas na cidade do Rio de Janeiro. A trajetória de vida de Serrano e seu engajamento com as questões educacionais revelam um intelectual comprometido com as questões do seu tempo. A influência da Pedagogia Renovada (escolanovismo) na prática docente de Serrano contribuiu para a elaboração de uma nova proposta metodológica para o ensino de História. A pesquisa priorizou o compêndio escolar História do Brasil a fim de analisar a idéia de nação, concebida por este autor no final da década de 1920 e início dos anos 1930.

Uma família no Império do Brasil: os Cardoso de Itaguaí (um estudo sobre economia e poder)

Gustavo Alves Cardoso Moreira

Defesa: 12/12/05 – Mestrado

Banca: Théo Lobarinhas Piñeiro (orientador), Ilmar Rohloff de Mattos (PUC-RIO), Carlos Gabriel Guimarães (UFF)

Nossas pesquisas foram centradas na ação de Francisco José Cardoso, negociante nascido em Portugal que, a partir da segunda metade da década de 1830, estabeleceu um sólido controle econômico e político-eleitoral sobre a vila fluminense de Itaguaí. A ascensão de Cardoso, derivada em grande parte de suas relações pessoais, sobretudo a duradoura aliança com os grupos ideológicos de tendência conservadora, presentes na província do Rio de Janeiro, foi consolidada, a partir de meados do século, pela maioridade de seus descendentes.

O padre, o militar e os índios, Chagas Lima e Guido Marlière: civilizadores de botocudos e kaingangs nos sertões de Minas Gerais e São Paulo, século XIX

Silvana Cassab Jeha

Defesa: 12/12/05 – Mestrado

Banca: Maria Regina Celestino de Almeida (orientadora), Ronald José Raminelli (UFF), John Manuel Monteiro (UNICAMP)

Esta é uma pesquisa sobre a atuação de dois agentes indigenistas, sobretudo na década de 1820: o padre Francisco das Chagas Lima e o militar Guido Thomaz Marlière. O trabalho se propõe a editar as informações etnográficas sobre botocudos e kaingangs produzidas por esses autores e a colocá-las numa perspectiva comparativa com outras etnografias e etnologias, a fim de interpretar as ações dos índios diante da colonização.

PCB e PT em dois tempos: socialismo, pragmatismo e poder

Hamilton Garcia de Lima

Defesa: 19/12/05 – Doutorado

Banca: Virgínia Maria Gomes de Mattos Fontes (orientadora), Manuel Palácios da Cunha e Melo (UFJF), CarlosNelsonCoutinho(UFRJ),Daniel Aarão Reis Filho (UFF), Carlos Gabriel Guimarães (UFF)

O trabalho problematiza a trajetória dos dois mais importantes partidos radicais de esquerda no Brasil. Busca revelar as causas de suas vitórias e revezes, contribuindo deste modo para a compreensão do papel histórico destes protagonistas e para o aperfeiçoamento das alternativas políticas ao sistema vigente. Revelando as rupturas e as continuidades nestas trajetórias, em perspectiva comparada, pretende-se oferecer elementos explicativos para a crise atual do PT e da esquerda brasileira, bem como sugerir, mesmo que implicitamente, saídas para os impasses presentes e futuros.

Governadores-Gerais do Estado do Brasil (séculos XVI e XVII): ofício, regimentos, governação e trajetórias

Francisco Carlos Cardoso Cosentino

Defesa: 22/12/05 – Doutorado

Banca: Maria de Fátima Silva Gouvêa (orientadora), Guilherme Paulo Castagnoli Pereira das Neves (UFF), Júnia Ferreira Furtado (UFMG), Arno Wehling (UNIRIO), Maria Fernanda Baptista Bicalho (UFF)

O trabalho estuda o ofício de governador-geral do Estado do Brasil nos séculos XVI e XVII por meio da contextualização, caracterização e comparação dos regimentos trazidos por alguns desses governadoresgerais: Tomé de Sousa, Francisco Giraldes, Gaspar de Sousa, Diogo de Mendonça Furtado e Roque da Costa Barreto. Aborda alguns aspectos do exercício governativo desses governantes e reconstitui passagens significativas da trajetória administrativa e social de alguns governadores-gerais nomeados e enviados para o Estado do Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Ago 2007
  • Data do Fascículo
    Jun 2006
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