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“Ódio eterno ao futebol moderno”: poder, dominação e resistência nas arquibancadas dos estádios da cidade de São Paulo

“Against modern football”: power, domination and resistance in the stadiums of São Paulo

Resumo:

Este artigo explora as contradições e os conflitos vivenciados no futebol brasileiro contemporâneo, tendo por base a dinâmica associativa de determinadas vanguardas de torcedores contra transformações econômicas, sociais e arquitetônicas observadas no espaço dos estádios e na administração dos clubes. Essas vanguardas dividem-se basicamente em dois grupos: setores das tradicionais torcidas organizadas (TOs), que procuram fazer frente ao processo de criminalização do torcer e de exclusão econômico-jurídica das arquibancadas, efeito, entre outros, da conversão dos estádios em arenas multiúso, e integrantes de “coletivos” de torcedores. Em sua maioria, esse segundo segmento de torcedores não pertence às TOs e apresenta uma característica mais explícita de atuação política à esquerda, com incorporação de bandeiras e de questões coletivas mais amplas, como a luta contra o racismo e a defesa da igualdade de gênero no futebol. Nesse sentido, o texto chega à conclusão de que formas de resistência vêm sendo articuladas entre determinadas franjas de torcedores de futebol nos últimos anos, conseguindo esboçar representações e práticas de defesa dos direitos futebolísticos. Sem embargo, essa espécie de protoconsciência torcedora encontra-se ainda dispersa em uma miríade de subgrupos que encontra até o momento dificuldades concretas de canalizar e de vocalizar, de maneira unificada, suas bandeiras de contestação.

Palavras-chave:
torcidas organizadas; coletivos de torcedores; resistência ao “futebol moderno”

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