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PROFESSORES BRASILEIROS DE ILE NO MUNDO HIPERMODERNO: SUJEITOS PRÊT-À-PORTER, MÍDIA SOCIAL E DISCURSO

RESUMO

Postagens publicadas por professores e alunos em redes sociais, em especial em páginas de comunidades, têm sido objeto de nossa atenção, com o objetivo de refletir sobre representações e sobre os processos identitários que emergem dos processos de objetificação e de subjetivação constituídos por e constituintes de relações de poder/saber que se estabelecem no/pelo discurso midiático-digital. Pensar o imbricamento entre identidade e tecnologia na constituição identitária dos sujeitos educacionais, de nosso ponto de vista, pode contribuir para o entendimento das implicações das práticas identitárias para a formação de gestores educacionais e professores e para a capacitação de professores em serviço. Assim, tomando uma perspectiva discursivo-desconstrutivista para a Análise do Discurso, examinamos postagens publicadas na rede social Facebook. A fundamentação teórico-metodológica se pauta em estudos foucaultianos acerca de poder e subjetividade e na proposta de Ferreira (2008)FERREIRA, F.T. (2008) Rizoma: um método para as redes. In Liinc em Revista, v.4, n.1, março 2008, Rio de Janeiro, p.28-40. Available at: Available at: http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/06/pdf_40f5b401eb_001022.pdf . Access : 20 nov 2015.
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, no sentido de considerar a estrutura rizomática de Deleuze & Guatarri (2000) DELEUZE, J.; GUATTARI, F. (1995) Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia. Vol 1. Petrópolis, Rio de Janeiro: Editora 34como um método para analisar o discurso das redes. Emprestamos, ainda, de Lipovetzky & Seroy (2005LIPOVETSKY, G. (2005). O império do efêmero. São Paulo: Companhia das Letras., 2008LIPOVETSKY, G. & CHARLES, S. (2008). A Cultura-Mundo - resposta a uma sociedade desorientada. São Paulo: Companhia das Letras ., 2015LIPOVETSKY, G. & SERROY, J. (2015) A estetização do mundo. Viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras . ), considerações sobre os processos que constituem a contemporaneidade. Portanto, inseridos na perspectiva foucaultiana de que a linguagem é prática social, é ação sobre outros (Foucault, 1980FOUCAULT, M. (1996) A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola.), partimos da expectativa de que as comunidades facebookianas podem se revelar como dispositivos disciplinares bem ao gosto da sociedade de consumo contemporânea em que imperam processos antropofágicos e autofágicos. O que se sobressai da análise é a constituição de um sujeito hedonista que se nos apresenta em processos antropofágicos e autofágicos que se materializam, por exemplo, na recorrência à auto-referenciação e referenciação em ilustrações imagéticas e digitais e no exacerbado recurso à narrativa de si com efeito de sentido de atendimento a uma demanda hipertrofiada estetizante de um hiper Narciso que, estrategicamente, constrói-se como um irresistível Don Juan.

Palavras-chave:
tecnologia; subjetividade; professores de ILE

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