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Hipertexto que texto é esse?

Herdeiros da ciência moderna, os textos lingüísticos obrigam seus usuários a tratá-los analiticamente, partindo do todo para as partes ou das partes para o todo em seqüências que vão da esquerda para a direita, de cima para baixo, segundo um princípio de sucessão linear descontínua. O contexto informatizado nos apresenta uma outra concepção de conhecimento orientada por autores como Edgard Morin e Humberto Maturana, com implicações sobre lógica cultural que resulta em um novo modo de produzir texto: o "hiper" texto. Este artigo defende a idéia de que estrutura, interação e padrões de organização dos meios informatizados, na produção de sentido, são expressões de um novo ambiente cultural, que exige novos temas para a Lingüística como a compreensão de sujeito e de autoria, a serem revisitados na perspectiva da enunciação no ambiente informatizado. Almejamos a análise do processo de referenciação hipertextual através do estudo da natureza dos links associativos em sua função coesiva - natureza anafórica, catafórica, associativa e esquemática, a partir dos estudos de George Landaw (1995) e Ingedore Koch (2000), tendo reportagens on line como universo interpretativo. Propomos, com as verificações, que os links não têm a função de retomada linear como no texto impresso, mas que eles têm a função de continuidade semântica, não como um fenômemo de dependência interpretativa, conforme concepção de referente, mas como sendo um fenômeno de abertura e de independência, fazendo do texto um documento aberto.

hipertexto; cultura; sentido


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