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Um elefante numa loja de porcelanas: os “negócios do Brasil” nas Cortes vintistas e na imprensa portuguesa

An elephant in a china shop: the “Brazil affairs” in the Vintista Cortes and in the Portuguese press

Un elefante en una cacharrería: los “asuntos de Brasil” en las Cortes Vintistas y en la prensa portuguesa

RESUMO

Este artigo tem por objeto os debates sobre a Independência do Brasil nas Cortes Constituintes de Lisboa em 1821-1822 e o seu tratamento na imprensa portuguesa da época e dos anos seguintes, analisando um conjunto de periódicos, tanto das diferentes tendências liberais como absolutistas e prestando atenção particular à abordagem do tema nos periódicos humorísticos. A saída da Corte portuguesa para o Brasil na sequência das invasões francesas, o fim do monopólio colonial com a abertura de portos brasileiros ao comércio internacional e a elevação ao estatuto de “Reino Unido” criaram as condições objetivas para a Independência do Brasil. A nova realidade foi percepcionada em Portugal como a transformação da metrópole na “colônia de uma colônia” e tornou-se um fator decisivo para a Revolução Liberal de 1820. As Cortes Constituintes tentaram reverter o irreversível processo de emancipação brasileiro e acabaram por contribuir para a Independência, quer pela forma politicamente desastrada como trataram os “negócios do Brasil”, quer pelo eco dessa estratégia junto da opinião pública através da imprensa, incluindo o recurso ao humor, particularmente ao sarcasmo, e até ao insulto, antes e depois da proclamação e do reconhecimento do novo império.

Palavras-chave:
Brasil; Portugal; Independência; Cortes Constituintes; imprensa

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