Resumo:
Embora o lugar que se privilegiou, na análise do papel do desejo na autoconsciência em Hegel, seja a Fenomenologia do Espírito, ao se deslocar para os textos de juventude, em especial os fragmentos teológicos escritos entre 1794 e 1798, foi encontrada uma série de tensões entre desejo, positividade e totalidade que informam sobre os impasses que o sistema hegeliano teve de enfrentar, para se constituir. Esse enfrentamento, olhado do ponto de vista da ênfase na mesmidade - e não como pretendem os comentadores que se fundamentam na Fenomenologia, na alteridade -, se constitui como um empreendimento não apenas de autoformação, mas de autofruição erótica. O artigo propõe, através de um detalhamento daquilo que, em Hegel, levaria a Freud, uma investigação sobre os sentidos do sofrimento desejante na pré-história da filosofia especulativa.
Palavras-Chave:
Hegel; Erotismo; Filosofia da religião