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O papel da memória no transtorno de estresse pós-traumático: implicações para a prática clínica

Resumo

Introdução:

O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é altamente prevalente e traz consequências sociais importantes. Diversos modelos foram desenvolvidos com o objetivo de compreender os mecanismos subjacentes aos seus sintomas. Intrusões constituem sintomas idiossincráticos, que regularmente tomam a forma de lembranças involuntárias de imagens ou flashbacks do evento traumático.

Objetivo:

Revisar como a memória é definida conceitualmente nos modelos teóricos propostos e as implicações para a prática clínica.

Métodos:

Uma revisão narrativa da literatura foi conduzida através da análise das perspectivas de memória em modelos teóricos de TEPT.

Resultados:

Duas perspectivas principais foram identificadas: 1) modelos com a proposição de mecanismos de memória específicos ao processamento de eventos traumáticos, especialmente apoiados em estudos clínicos, e 2) modelos em que mecanismos mnemônicos comuns são utilizados para explicar o fenômeno, primariamente baseados em estudos experimentais de base investigando memória. As diferentes teorias baseadas nessas perspectivas levaram a distintas abordagens psicoterapêuticas.

Conclusões:

Para clarificar essas discrepâncias, sugere-se que pesquisas futuras busquem maior rigor metodológico de estudos experimentais, mantendo a aplicabilidade ecológica dos achados. A psicopatologia cognitiva experimental é uma área na qual devem ser focados os financiamentos de pesquisa. Tais estudos podem elucidar o papel de aspectos mnemônicos no TEPT e como impactam tratamentos psicológicos.

Descritores:
Transtorno de estresse pós-traumático; memória; psicopatologia experimental; terapia cognitiva

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