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O IMPACTO DA CAPACIDADE DE ABSORÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORIENTAÇÃO EMPREENDEDORA E NA SUSTENTABILIDADE NO SETOR HOTELEIRO

THE IMPACT OF KNOWLEDGE ABSORPTION CAPACITY ON ENTREPRENEURIAL ORIENTATION AND SUSTAINABILITY IN THE HOTEL SECTOR

EL IMPACTO DE LA CAPACIDAD DE ABSORCIÓN DE CONOCIMIENTO EN LA ORIENTACIÓN EMPRENDEDORA Y LA SOSTENIBILIDAD EN EL SECTOR HOTELEIRO

Resumo:

O objetivo deste estudo é analisar a influência da capacidade absortiva e da orientação empreendedora na sustentabilidade econômica, social e ambiental, no setor hoteleiro das regiões turísticas catarinenses. Trata-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva do tipo survey com foco em dados primários originais. Fez-se uso da técnica de Modelagem de Equações Estruturais operacionalizada por meio do software SmartPLS3.0 para o teste das hipóteses. Os resultados indicam que o constructo sustentabilidade é influenciado direta e positivamente pela capacidade absortiva (ACAP) e pela orientação empreendedora (OE) e que a OE recebe efeito direto e positivo da ACAP. Ainda, que essas relações são controladas segundo a classificação, por número de estrelas, do meio de hospedagem. A originalidade deste estudo está no aprofundamento da influência da ACAP na orientação empreendedora e de ambos os constructos na sustentabilidade. Bem como, ao contribuir com os empreendedores do setor hoteleiro apontando para a necessidade de manter atenção aos conhecimentos que estão fora da empresa, e que ao serem absorvidos possibilitam melhorias na ação empreendedora e na adoção de práticas de sustentabilidade no setor.

Palavras-chave:
Turismo; Setor hoteleiro; Sustentabilidade; Capacidade Absortiva; Orientação Empreendedora

Abstract:

The main objective of this study is to analyze the influence of absorption capacity and entrepreneurial orientation on economic, social and environmental sustainability in the hotel sector in tourist regions of Santa Catarina. This is a research is quantitative and descriptive, of the survey type, focusing on original primary data. The Structural Equation Modeling technique was used to test the hypotheses, through the software program SmartPLS3.0. The results indicate that the sustainability construct is directly and positively influenced by absorption capacity (ACAP) and by entrepreneurial orientation (EO), and that the EO receives a direct and positive effect of ACAP. Also, these relationships are determined by the classification of the accommodation establishment. The originality of this study lies in its deepening of the influence of ACAP on entrepreneurial orientation, and of both constructs on sustainability. It will also provide support to entrepreneurs in the accommodation sector in tourist destinations, indicating the importance of acquiring knowledge from outside the company that, when absorbed, will enable improvements in entrepreneurial action and the adoption of sustainability practices in the sector.

Keywords:
Tourism; Hotel Sector; Sustainability; Absorptive Capacity; Entrepreneurial Orientation

Resumem:

El objetivo principal de este estudio es analizar la influencia de la capacidad de absorción y la orientación empresarial en la sostenibilidad económica, social y ambiental, del sector hotelero en las regiones turísticas de Santa Catarina. Se trata de una investigación cuantitativa y descriptiva, tipo encuesta, centrada en datos primarios originales. Para la prueba de hipótesis se utilizó la técnica de Modelado de Ecuaciones Estructurales operada a través del Software SmartPLS3.0. Los resultados indican que el constructo sustentabilidad está directa y positivamente influenciado por la capacidad de absorción (ACAP) y por la orientación emprendedora (EO) y que la EO recibe un efecto directo y positivo de la ACAP. Asimismo, estas relaciones se controlan según la clasificación del alojamiento. La originalidad de este estudio radica en la profundización de la influencia de ACAP en la orientación emprendedora y de ambos constructos en la sustentabilidad. Así como, contribuir a los emprendedores del sector del alojamiento en los destinos turísticos, señalando la necesidad de prestar atención al conocimiento que está fuera de la empresa, y que, al ser absorbido, posibilita mejoras en la acción emprendedora y la adopción de prácticas de sostenibilidad en el sector.

Palabras clave:
Turismo; Sector hotelero; Sustentabilidad; capacidad de absorción; Orientación Emprendedora

INTRODUÇÃO

A importância do setor de Turismo em Santa Catarina é incontestável. O turismo representa, para Santa Catarina, 12,5% do PIB estadual, gerando emprego e renda e os empresários hoteleiros estão atentos ao cenário promissor (SANTUR, 2020Santur 2020 - Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina. Disponível em Disponível em https://www.santur.sc.gov.br . Acessado em 14 out. 2022.
https://www.santur.sc.gov.br...
) existindo uma série de desafios para que o setor efetive seu papel de catalisador do desenvolvimento econômico e social no Estado.

No turismo, o setor hoteleiro representa importante papel, pois é um dos elos do turista com o local turístico. O setor hoteleiro foi escolhido como contexto de pesquisa para este estudo, porque o turismo se tornou uma fonte essencial de riqueza em muitos países. Esse papel proeminente do turismo tem levado ao interesse de pesquisadores sobre o comportamento das empresas a partir dos seus recursos e capacidades internas (Omerzel & Jurdana, 2016Omerzel, D. G., & Jurdana, D. S. (2016). The influence of intellectual capital on innovativeness and growth in tourism SMEs: Empirical evidence from Slovenia and Croatia. Economic Research-Ekonomska Istrazivanja, 29(1), 1075-1090. doi:10.1080/1331677X.2016. 1211946). Entretanto, boa parte do potencial de pesquisa em destinos turísticos ainda continua inexplorada, sendo poucas focadas no setor hoteleiro (Tajeddini, 2010Tajeddini, K. (2010). Effect of customer orientation and entrepreneurial orientation on innovativeness: Evidence from the hotel industry in Switzerland. Tourism Management , 31(2), 221-231. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.02.013).

Dessa forma, como afirmam Camison e Monfort-Mir (2011Camison, C., & Monfort-Mir, V. M. (2011). Measuring innovation in tourism from the Schumpeterian and the dynamic-capabilities perspectives. Tourism Management, 33(4), 776-789. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2011.08.012), Williams e Shaw (2011Williams, A. M., & Shaw, G. (2011). Internationalization and innovation in tourism. Annals of Tourism Research , 38(1), 27-51. https://doi.org/10.1016/j.annals.2010.09.006), existe um corpo emergente de pesquisa quando se reconhece as peculiaridades do turismo. Embora a gestão do conhecimento tenha se tornado foco de pesquisas nos últimos 20 anos como uma das perspectivas de gestão, no setor de turismo não alcançou o mesmo volume de pesquisas empíricas (Kim & Shim, 2017Kim, N., & Shim, C. (2017). Taking it personally: How to increase interorganizational knowledge sharing in a tourist district. Tourism and Hospitality Research, 19(1), 85-97. https://doi.org/10.1177/1467358417704886).

Autores têm analisado o compartilhamento de conhecimento entre empresas do setor de turismo. No entanto, o turismo em comparação com outros campos de estudo ainda carece de pesquisas sobre capacidade de absorção de conhecimento (Molina-Morales & Martínez-Fernández, 2010Molina‐Morales, F. X., & Martínez‐Fernández, M. T. (2010). Social networks: effects of social capital on firm innovation. Journal of Small Business Management, 48(2), 258-279. https://doi.org/10.1111/j.1540-627X.2010.00294.x; Zach & Hill, 2017Zach, F. J., & Hill, T. L. (2017). Network, knowledge and relationship impacts on innovation in tourism destinations. Tourism Management , 62, 196-207. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2017.04.001) como facilitador do compartilhamento de conhecimento (Maggioni, Marcoz, & Mauri, 2014Maggioni, I., Marcoz, E. M., & Mauri, C. (2014). Segmenting networking orientation in the hospitality industry: an empirical research on service bundling. International Journal of Hospitality Management , 42, 192-201. https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2014.07.002).

Thomas e Wood (2015Thomas, R., & Wood, E. (2015). The Absorptive Capacity of Tourism Organisations. Annals of Tourism Research. 54, 84-99.) arguem que a capacidade de absorção avançou teoricamente sem considerar as peculiaridades do turismo e empreendimentos turísticos. Os autores afirmam que estudos de capacidade de absorção conduzida entre grandes empresas manufatureiras burocráticas podem, portanto, ser de grande valor para os interessados na dinâmica da indústria hoteleira.

Nesse sentido, a elaboração de estratégias competitivas, por parte desse setor, precisa considerar o conhecimento do contexto de atuação (Wang & Ang, 2014). Conhecimento este, obtido pelo processo de absorção de novos conhecimentos oriundos do desenvolvimento da capacidade absortiva (Cohen & Levinthal, 1990Cohen, W. M., & Levinthal, D. A. (1990). Absorptive Capacity: A New Perspective on Learning and Innovation. Administrative Science Quarterly, 35(1), 128. https://doi.org/10.2307/2393553). Nestes contextos de estudos, a busca pela sustentabilidade no setor hoteleiro ainda precisa ser estudada, pois lacunas ainda estão presentes, em especial, sobre o impacto do conhecimento nela (Núñes-Rios et al., 2020).

Delmas, Hoffmann e Kuss (2011Delmas, M., Hoffmann, V. H., & Kuss, M. (2011). Under the Tip of the Iceberg: Absorptive Capacity, Environmental Strategy, and Competitive Advantage. Business & Society, 50(1). https://doi.org/10.1177/0007650310394400 ) mostraram que a capacidade de absorção facilita a adoção de estratégias ambientais bem-sucedidas, porque as empresas precisam combinar informações de várias fontes que, muitas vezes, são externas a elas. Embora os principais conceitos do processo de absorção de informações e seu impacto na sustentabilidade estão estabelecidos, pouca pesquisa foi realizada especificamente nos contextos de turismo, ou hospitalidade (Shaw & Williams, 2009Shaw, G., & Williams, A. (2009). Knowledge transfer and management in tourism organisations : An emerging research agenda. Tourism Manament, 30(3), 325-335. https ://doi.org/10.1016/j.tourman.2008.02.023.; Thomas & Wood, 2014). Ainda, a pesquisa de campo demonstrou os desafios envolvidos no entendimento de como as capacidades podem influenciar a busca pela sustentabilidade em pequenas e médias empresas de turismo (PMETs).

Além disso, a capacidade de absorção é uma estratégia que contribui para a capacidade de uma empresa adquirir e criar conhecimento (Lane et al., 2006Lane, P. J., Koka, B. R., & Pathak, S. (2006). The reification of absorptive capacity: a critical review and rejuvenation of the construct. Academy of Management Review, 31(4), 833-863. https://doi.org/10.2307/20159255; Liao et al., 2010Liao, W., Pan, E., & Xi, L. (2010). Preventive maintenance scheduling for repairable system with deterioration. Journal of Intelligent Manufacturing. 21, 875-884.). Isso, por sua vez, permite que as empresas fortaleçam as capacidades de inovação e a vantagem competitiva (Zahra & George 2002Zahra, S. A., & George, G. (2002). Absorptive Capacity: A Review, Reconceptualization, and Extension. The Academy of Management Review , 27(2), 185. https://doi.org/10.2307/4134351). Além disso, o ambiente dinâmico tem exigido proatividade das empresas na identificação de oportunidades, fazendo-se necessário que elas também desenvolvam e mantenham aquilo que Lumpkin e Dess (1996Lumpkin, G. T., & Dess, G. G. (1996). Clarifying the Entrepreneurial Orientation Construct and Linking It to Performance. Academy of Management Review , 21(1), 135-172. https://doi.org/10.2307/258632) apontam como orientação empreendedora.

A capacidade de absorção tem sido amplamente ignorada ou tem sido tangencial à pesquisa conduzida por acadêmicos com interesse em turismo (Carlborg, Kindström, & Kowalkowski, 2014; Hjalager, 2015; Weidenfeld, Williams, & Butler, 2010Weidenfeld, A., Williams, M. A., & Butler, R. W. (2010). Knowledge transfer and innovation among attractions. Annals of Tourism Research , 37(3), 604-626. https://doi.org/10.1016/j.annals.2009.12.001). Thomas e Wood (2015Thomas, R., & Wood, E. (2015). The Absorptive Capacity of Tourism Organisations. Annals of Tourism Research. 54, 84-99.) corroboram a opinião dos autores acima quando afirmam que poucos estudos têm abordado a orientação empreendedora em conjunto com a capacidade de absorção em empreendimentos turísticos.

Este artigo responde ao chamado de pesquisa para analisar a orquestração de capacidades (Child & Hsieh 2014Child, J., & Hsieh, L. (2014). Decision mode, information and network attachment in the internationalization of SMEs: a confgurational and contingency analysis. Journal of World Business, 49(4), 598-610. https://doi.org/10.1016/j.jwb.2013.12.012.) para desenvolver a orientação empreendedora organizacional em determinadas condições ambientais e determinados setores (Short et al., 2008Short, J. C., Payne, G. T., & Ketchen, D. J. (2008). Research on organizational confgurations: past accomplishments and future challenges. Journal of Management, 34, 1053-1079. https://doi.org/10.1177/0149206308324324). Van Doorn et al. (2017Van Doorn, S., Heyden, M. L. M., & Volberda, H. W. (2017). Enhancing entrepreneurial orientation in dynamic environments: the interplay between top management team advice-seeking and absorptive capacity. Long Range Planning, 50, 134-144. https://doi.org/10.1016/j.lrp.2016.06.003.) propõem que é necessário aprofundar o impacto das capacidades, aqui focado na capacidade absortiva do conhecimento na orientação empreendedora.

Nos últimos anos, tem-se assistido a um aumento do número de estudos que tratam do empreendedorismo na indústria da hotelaria e turismo (Claudy et al., 2016Claudy, M. C., Peterson, M., & Pagell, M. (2016). The roles of sustainability orientation and market knowledge competence in new product development success. Journal of Product Innovation Management, 33, 72-85. https://doi.org/10.1111/jpim.12343; Solvoll et al., 2015Solvoll, S., Alsos, G. R., & Bulanova, O. (2015), Tourism entrepreneurship - review and future directions. Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism, 15(1), 120-137. http://10.1080/15022250.2015.1065592). Schweiger et al. (2019Schweiger, A. S., Stettler, T. R., Baldauf, A., & Zamudio, C. (2019). The Complementarity of Strategic Orientations: A Meta‐Analytic Synthesis and Theory Extension . Strategic Management Journal 40. http://10.1002/smj.3042) afirmam que seria importante complementar tais estudos nessa indústria, identificando novas relações da orientação empreendedora com outros constructos e também em contextos setoriais e geográficos pouco estudados, como é o caso do setor de hospedagem no estado de Santa Catarina, e em países em desenvolvimento, como é o Brasil.

Criado-Gomis et al. (2017Criado-Gomis, A., Cervera-Taulet, A., & Iniesta-Bonillo, M. A. (2017). Sustainable entrepreneurial orientation: A business strategic approach for sustainable development. Sustainability, 9(9), 1667.) afirmam que mais investigações devem ser desenvolvidas, especialmente, no setor de turismo, no qual os aspectos sociais e culturais têm fortes implicações. Este estudo preenche essa lacuna examinando as dimensões da orientação empreendedora no setor hoteleiro (Hernández-Perlines, 2016; Hernández-Perlines, Ariza-Montes, Han, & Law, 2019).

Com base na argumentação das lacunas existentes quando dos estudos sobre os constructos propostos, este estudo tem a seguinte pergunta de pesquisa: Qual a influência da capacidade absortiva e da orientação empreendedora na sustentabilidade econômica, social e ambiental no setor hoteleiro das regiões turísticas catarinenses? Para responder a esse questionamento, o principal objetivo do estudo foi analisar a influência da capacidade absortiva e da orientação empreendedora na sustentabilidade econômica, social e ambiental, no setor hoteleiro das regiões turísticas catarinenses.

Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com uso de Modelagem de Equações Estruturais, que contribui para a literatura de capacidade absortiva, orientação empreendedora e sustentabilidade. Muito do que é conhecido em relação à sustentabilidade vem de grandes empresas e multinacionais (Aykol & Leonidou, 2015; Roxas et al., 2017). Concentrando-se em saber se as empresas pequenas no setor de turismo se envolvem na orientação para a sustentabilidade, este estudo preenche uma lacuna na literatura limitada sobre orientação empreendedora e capacidade absortiva de pequenas empresas em países em desenvolvimento (Aykol & Leonidou, 2015; Roxas et al., 2017).

Este estudo contribui gerencialmente com empreendedores do setor de hospedagem em destinos turísticos, ao passo que identificou que é necessário manter atenção aos conhecimentos que estão fora da empresa e que possibilitam melhorias na adoção de práticas de sustentabilidade no setor. Ainda, contribui academicamente, mostrando a capacidade absortiva e a orientação empreendedora como precedentes da sustentabilidade econômica, social e ambiental. Isto é, uma vez que o gestor do setor de hospedagem em destinos turísticos busca novos conhecimentos externos, aprimora sua orientação empreendedora e desenvolve práticas de sustentabilidade.

As atividades turísticas, ao mesmo tempo em que são possibilidades de empreendedorismo e aprendizagem, requerem, em especial dos gestores públicos e privados, a adoção de práticas que reduzam os impactos negativos ambientais (Oliveira, 2013Oliveira, M. (2013). A certificação em sustentabilidade (NBR 15401:2006) como fator estratégico de obtenção de vantagens competitivas. Tese (Doutorado em Administração e Turismo). Universidade do Vale do Itajaís/UNIVALI, Biguaçu.). Um grande desafio para governos, instituições privadas, estudiosos e planejadores, consiste em promover o desenvolvimento de um turismo mais sustentável em termos ambientais, socioculturais e econômicos (Silveira, 2005Silveira, M. A. T. (2005). Turismo y sustentabilidade entre el discurso y la acción. Estudios y Perspectivas em Turismo, 14(3), 222-242).). Nesse estudo, analisamos o alinhamento entre capacidade absortiva de conhecimento (ACAP), orientação empreendedora (OE) e sustentabilidade.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sustentabilidade no setor hoteleiro

A partir da década de 1980, tornaram-se mais frequentes as discussões sobre sustentabilidade, bem como a adoção de ações para alcançá-la (Davies & Chambers, 2018Davies, I. A., & Chambers, L. (2018). Integrating hybridity and business model theory in sustainable entrepreneurship. Journal of Cleaner Production , 177, 378-386. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2017.12.196; Belz & Binder, 2015Belz, F. M., & Dinder, J. K. (2015). Sustainable Entrepreneurship: A Convergent Process Model. Business Strategy and the Environment, 26(1). 1-17. https://doi.org/10.1002/bse.1887; Xu & Gursoy, 2015). Cada vez mais, a noção de sustentabilidade tem recebido considerável interesse no meio acadêmico, de negócios, no governo e na sociedade. Além disso, o termo sustentabilidade passou a ser percebido como um conceito de triple bottom line (TBL), que se refere a uma melhoria sincronizada nos aspectos econômicos, sociais e ambientais do desempenho empresarial (Ferro et al., 2019Ferro, C., Padin, C., Høgevold, N., Svensson, G., & Sosa Varela, J. C. (2019). Validating and expanding a framework of a triple bottom line dominant logic for business sustainability through time and across contexts. Journal of Business & Industrial Marketing, 34(1), 95-116. https://doi.org/10.1108/JBIM-07-2017-0181; Elkington, 1999Elkington, J. (1999). Triple bottom-line reporting: Looking for balance. Australian CPA, 69(2), 18-21. Retrieved from http://0-search.proquest.com.wam.leeds.ac.uk/). Este estudo utiliza, portanto, o TBL. Enquanto a maioria das pesquisas em sustentabilidade tem sido conduzida no contexto do mundo desenvolvido, o interesse pelo tema está crescendo no mundo em desenvolvimento (Buckley et al., 2017Buckley, P. J., Doh, J. P., & Benischke, M. H. (2017). Towards a renaissance in international business research? Big questions, grand challenges, and the future of IB scholarship. Journal of International Business Studies, pp.1-20.; Jamali & Karam, 2016Jamali, D., & Karam, C. (2016). Corporate social responsibility in developing countries as an emerging field of study. International Journal of Management Reviews , 20(1), 32-61. https://doi.org/10.1111/ijmr.12112).

Globalmente, a indústria hoteleira tem se tornado mais consciente de seus impactos na sociedade e na natureza ambiente (Goldstein & Primlani, 2012Goldstein, K. A., & Primlani, R. V. (2012). Current trends and opportunities in hotel sustainability. HVS Sustainability Services, 31.). De acordo com Melissen et al. (2016Melissen, F., Cavagnaro, E., Damen, M., & Düweke, A. (2016). Is the hotel industry prepared to face the challenge of sustainable development? Journal of Vacation Marketing, 22(3), 227-238., pág. 231), “o impacto social, cultural, ambiental e econômico da hotelaria é alto. Consequentemente, as iniciativas de sustentabilidade desta indústria podem contribuir significativamente para o desenvolvimento sustentável, mitigando os resultados negativos ligados às suas operações”.

Segundo Leal (2012Leal, A. N. (2012). Importância da gestão ambiental em empreendimentos hoteleiros - o caso do litoral sul de Pernambuco. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Gestão do Território especialidade em Ambiente e Recursos Naturais da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.), a atividade turística por si, é consumidora de espaço e causadora de impactos, devido à expansão permanente de infraestruturas (construção de hotéis, restaurantes, resorts, parques e áreas de estacionamento), que podem afetar diretamente o território e a biodiversidade local. Para Borges (2010Borges, M. F. M. (2010). Cultura organizacional e a prevenção de riscos e perdas em hotelaria. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Administração e Desenvolvimento Empresarial. Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro.), a prestação de serviços é o produto mais importante da hospitalidade, a hotelaria incluída, apresentando uma gama de atividades que acabam por gerar impactos ambientais positivos e negativos.

Nesse contexto, não é diferente a preocupação do setor hoteleiro catarinense com a adoção de práticas sociais e ambientais para abordar as preocupações de sustentabilidade. Para ser sustentável, a atividade turística precisa viabilizar a economia de longa durabilidade, respeitar a autenticidade sociocultural da sociedade e usar de forma consciente os recursos naturais existentes (Elmo, Arcese, Valeri, Poponi, & Pacchera, 2020Elmo, G. C., Arcese, G., Valeri, M., Poponi, S., & Pacchera, F. (2020). Sustainability in Tourism as an Innovation Driver: An Analysis of Family Business Reality. Sustainability , 12(15), 1-14. https://doi.org/10.3390/su12156149; Katja, Miroslav, Barbara, & Doris, 2014Katja, C., Miroslav, R., Barbara, B. H., & Doris, O. G. (2014). Building a model of researching the sustainable entrepreneurship in the tourism sector. Entrepreneurship in tourism sector, 43(3/4), 377-393. https://doi.org/10.1108/K-07-2013-0155; Ruschmann, 2008).

Bohdanowicz (2005) apontou que o desenvolvimento do turismo e, em consequência, da hotelaria, depende constantemente da qualidade ambiental e disponibilidade de recursos naturais, visto que a maioria dos destinos turísticos é dependente disso. Os argumentos teóricos favoráveis ao turismo sustentável estão apresentados, contudo, a ação englobando tais argumentos ainda não está totalmente implantada (Lansing & Vries, 2007Lansing, P. & Vries, P. (2007). Sustainable Tourism: ethical alternatice or marketing ploy? Journal of Business Ethics , 72, 77-85. http://10.1007/s10551-006-9157-7). Isso se deve, em parte, ao fato de que, apesar de sua rápida ascensão, o elo entre turismo e sustentabilidade ainda está em evolução (Vázquez, Tirado-Valencia, & Ruiz-Lozano, 2021Vázquez, J. P. A., Tirado-Valencia, P., & Ruiz-Lozano, M. (2021). The Impact and Value of a Tourism Product: A Hybrid Sustainability Model. Sustainability , 13(4), 1-14. https://doi.org/10.3390/su13042327).

Cada vez mais, os destinos turísticos precisam manter atenção para oferecer uma experiência primorosa para atrair turistas, de modo a gerar desenvolvimento para a comunidade local, garantir preservação ambiental e gerar lucros para o setor (Durán-Román, Cárdenas-Garcia, & Pulido-Fernández, 2021Durán-Román, J. L., Cárdenas-Gracía, P. J., & Pulido-Franández, J. I. (2021). Tourists' willingness to pay to improve sustainability and experience at destination. Journal of Destination Marketing & Management, 19, 1-12. https://doi.org/10.1016/j.jdmm.2020.100540). O turismo sustentável precisa estar ancorado em informações que garantam confiabilidade quanto aos aspectos sustentáveis. Se faz necessário existirem normas oficiais que ajudem as empresas a executar seu trabalho na direção correta e, ao mesmo tempo, sintam apoio oficial para seu engajamento, quanto aos conceitos e práticas de turismo sustentável (Swarbrooke, 2000Swarbrooke, J. (2000). Turismo sustentável: conceitos e impacto ambiental. Aleph, São Paulo.).

Atingir sustentabilidade no turismo exige cada vez mais conhecimento profundo da dinamicidade e das especificidades ligadas ao setor, e consciência referente aos impactos gerados (Vázquez et al., 2021Vázquez, J. P. A., Tirado-Valencia, P., & Ruiz-Lozano, M. (2021). The Impact and Value of a Tourism Product: A Hybrid Sustainability Model. Sustainability , 13(4), 1-14. https://doi.org/10.3390/su13042327). Pérez-López et al. (2015Pérez-López, D., Moreno-Romero, A., & Barkemeyer, R. (2015). Exploring the Relationship between Sustainability Reporting and Sustainability Management Practices. Business Strategy and the Environment , 24(8), 720-734. ) indicam que as empresas têm demonstrado uma postura de maior preocupação com os diversos problemas socioambientais, motivadas pela cobrança oriunda das leis, e também pelo anseio da própria sociedade e daqueles que consomem tal serviço. Destaca-se também que a realidade estabelecida a partir da covid-19, além de apresentar uma série de desafios para as empresas que atuam junto ao turismo, em especial hotéis e similares, também sinalizou uma série de mudanças, relacionadas à sustentabilidade (Jones & Comfort, 2020Jones, P., & Comfort, D. (2020). The COVID-19 Crisis, Tourism and Sustainable Development. Journal of Turism, 7(2), 75-86. 10.30958/ajt/v7i2).

No setor turístico, os hotéis possuem relevante importância, pois são eles os responsáveis por reter os turistas em determinado local possibilitando que permaneçam por maior tempo (Chon & Sparrowe, 2003Chon, K-S., & Sparrowe, R. (2003). Hospitalidade: conceitos e aplicações. 2ª ed. Cengage: São Paulo.). As hospedagens que prestam serviços em locais turísticos, na busca por tornar a sustentabilidade uma realidade, precisam manter atenção para gerenciar os recursos que possuem, considerando os benefícios e os custos sociais, econômicos e ambientais (Wojciechowska-Solis, Kobyłka, & Gawryluk, 2021Wojciechowska-Solis, J., Kobyłka, A., & Gawryluk, A. (2021). Social responsibility of Economic Units and the Well-Being of Society in the Tourism Sector: example of accommodation facility. Energies, 14, 2-22. doi.org/10.3390/en14196270; Agyeiwaah, 2019).

Equilibrar as dimensões econômicas, sociais e ambientais é um desafio apresentado pela maior parte das pesquisas que são realizadas em locais turísticos (Dunk et al., 2016Dunk, R. M., Gillespie, S. A., & Macleod, D. (2016). Participation and retention in a green tourism certification scheme. J. Sustain. Tour., 24, 1585-1603. ; Ahmad et al., 2014; Tucker & Lunch, 2005). Segarra-Onã et al. (2012) identificou que hotéis que adotam práticas de sustentabilidade com uso da ISO 14001 apresentam desempenho econômico superior, em relação aqueles que não utilizam.

Dentre as práticas voltadas para a sustentabilidade, que são adotadas pelos hotéis em regiões turísticas, tem-se ações econômicas como satisfação dos clientes e incentivo as compras locais, visando a aumentar a taxa de retorno dos clientes (Agyeiwaah, 2019). O autor destaca as ações sociais como interação com a comunidade, aproximação com os costumes e idiomas locais, de modo a construir relacionamentos, e ainda, ações ambientais como separação de resíduos, reuso, cuidado com a utilização da água e da energia elétrica buscando reduzir ações dispendiosas, reduzir custos e manter os recursos.

As ações de sustentabilidade adotadas pelos hotéis em regiões turísticas estão relacionadas a planejamento de longo prazo que possibilite promover a responsabilidade das partes interessadas (Wojciechowska-Solis, Kobyłka, & Gawryluk, 2021Wojciechowska-Solis, J., Kobyłka, A., & Gawryluk, A. (2021). Social responsibility of Economic Units and the Well-Being of Society in the Tourism Sector: example of accommodation facility. Energies, 14, 2-22. doi.org/10.3390/en14196270). Isso requer empenho das pessoas e organizações, pois há necessidade de constantemente inovar e implantar práticas que gerem sustentabilidade.

O estudo da gestão da informação e do conhecimento começou a ganhar espaço no turismo, como apontava Cooper (2006Cooper, Chris. (2006). Knowledge management and tourism, Annals of Tourism Research, 33(1), 47-64. https://doi.org/10.1016/j.annals.2005.04.005.). Além disso, o campo de pesquisa tem demonstrado os desafios envolvidos no uso da sustentabilidade em modelos de inovação para prever o comportamento em pequenas e médias empresas de empreendimentos turísticos (SMTEs).

Este estudo sugere que a capacidade de absorção de uma empresa explicará, em parte, como as empresas do setor hoteleiro das regiões turísticas catarinenses adquirem conhecimento na busca da sustentabilidade. Para desenvolver novas práticas sustentáveis há necessidade, como enfatizam Begnini, Carvalho e Rossetto (2021Begnini, S., Carvalho, C. E., & Rossetto, C. R. (2021). The moderating The Moderating Role of Firm’s Level of Participation in a Cluster in the Relation between Absorptive Capacity and Sustainability Practices. BAR, Braz. Adm. Rev., 19(3), 1-29. https://doi.org/10.1590/1807-7692bar2022210034. ), de buscar novos conhecimentos e informações no ambiente externo, sendo um caminho desenvolver sua capacidade absortiva.

Capacidade Absortiva (ACAP)

Capacidade absortiva (ACAP) foi definida como a habilidade da empresa reconhecer a informação externa, assimilá-la e aplicá-la para fins comerciais (Cohen & Levinthal, 1990Cohen, W. M., & Levinthal, D. A. (1990). Absorptive Capacity: A New Perspective on Learning and Innovation. Administrative Science Quarterly, 35(1), 128. https://doi.org/10.2307/2393553). Wang e Ang (2004Wang, C. K., & Ang, B. L. (2004). Determinants of venture performance in Singapore. Journal of Small Business Management , 42(4), 347-363.) demonstraram que, apesar da importância do ambiente como aspecto restritivo do contexto dentro do qual as estratégias são desenvolvidas, estas devem ser complementadas pelas capacidades da organização, e dentro delas, a capacidade absortiva. Assim, ACAP pode ser entendida como a capacidade dinâmica que permite à empresa a criação de valor para ganhar e sustentar a vantagem competitiva.

Nesse processo, a pesquisa e o desenvolvimento, os aspectos cognitivos referentes ao processo de aprendizagem, bem como a comunicação entre a empresa e o ambiente externo, revelam-se fundamentais (Cohen & Levinthal, 1990Cohen, W. M., & Levinthal, D. A. (1990). Absorptive Capacity: A New Perspective on Learning and Innovation. Administrative Science Quarterly, 35(1), 128. https://doi.org/10.2307/2393553). Lane e Lubatkin (1998Lane, P. J. & Lubatkin, M. H. (1998). Relative absorptive capacity and interorganizational learning. Strategic Management Journal , 19(5), 461-477. http://10.1002/(SICI)1097-0266(199805)19:5<461::AID-SMJ953>3.3.CO;2-C) apresentaram a visão da ACAP referente à capacidade de uma empresa de aprender com outra empresa, sendo determinada pelas características relativas de ambas as organizações. Anos depois, Zahra e George (2002Zahra, S. A., & George, G. (2002). Absorptive Capacity: A Review, Reconceptualization, and Extension. The Academy of Management Review , 27(2), 185. https://doi.org/10.2307/4134351) definiram a capacidade absortiva como um conjunto de rotinas e processos organizacionais, pelos quais as empresas adquirem, assimilam, transformam e usam conhecimentos, com o objetivo de produzir capacidade dinâmica. Quanto maior o contato com as fontes externas de conhecimento, maior será o aprendizado da empresa (Ramayah, Soto-Acosta, Kheng, & Mahmud, 2020Ramayah, T., Soto-Acosta, P., Kheng, K. K., & Mahmud, I. (2020). Developing process and product innovation through internal and external knowledge sources in manufacturing Malaysian firms: the role of absorptive capacity. Business Process Management Journal, 26(5), 1021-1093. https://doi.org/10.1108/BPMJ-11-2019-0453).

Pesquisas com ACAP passaram a aprofundar questões específicas para maior entendimento a respeito do tema e seus relacionamentos. Na indústria de softwares abordando o desempenho das empresas (Daspit & D’Souza, 2013Daspit, J. J., & D’Souza, D. E. (2013). Understanding the Multi-Dimensional Nature of Absorptive Capacity. Journal of Managerial Issues, 25(3). 299-316.), em empresas de manufatura indígena na Nigéria, envolvendo pesquisa e desenvolvimento e inovação (Dutse, 2013Dutse, A. Y. (2013). Linking absorptive capacity with innovative capabilities: A survey of manufacturing firms in Nigeria. International Journal of Technology Management & Sustainable Development, 12(2). https://doi.org/10.1386/tmsd.12.2.167_1), práticas de gestão de pequenas e médias empresas portuguesas aprofundando questões da gestão do conhecimento e colaboração com parceiros de negócio (Valentin, Lisboa & Franco, 2015Valentin, L., Lisboa, J., & Franco, M. (2015). Knowledge management practices and absorptive capacity in small and médium-sized enterprises: is ther really a linkage? R&D Management, 46(4), 711-725. https://doi.org/10.1111/radm.12108). Desenvolver a ACAP é uma questão importante, pois as empresas que querem sobreviver, precisam desafiar-se e olhar para fora dos seus limites em busca de novos conhecimentos (Ramayah et al., 2020Ramayah, T., Soto-Acosta, P., Kheng, K. K., & Mahmud, I. (2020). Developing process and product innovation through internal and external knowledge sources in manufacturing Malaysian firms: the role of absorptive capacity. Business Process Management Journal, 26(5), 1021-1093. https://doi.org/10.1108/BPMJ-11-2019-0453).

O processo de aquisição da ACAP auxilia para que, quanto mais conhecimento for capturado, maior será a base de inteligência da organização (Liao, 2003Liao, S. (2003). Knowledge management technologies and applications: literatures review from 1995 to 2002. Expert Systems with Applications, 25, 155-164.), podendo ocorrer por meio de diversas fontes, como clientes, parceiros, concorrentes, universidades (Murovec & Prodan, 2009). Pela assimilação, a empresa compreende o conhecimento trazido e o internaliza (Jimenez-Barrinuevo, Garcia-Morales, & Molina, 2011).

A transformação possibilita criar e aperfeiçoar procedimentos que facilitam a conciliação dos conhecimentos novos que foram adquiridos e assimilados com os já existentes na empresa (Flatten et al., 2011Flatten, T. C., Engelen, A., Zahra, S. A., & Brettel, M. A. (2011). Measure of absorptive capacity: scale development and validation. European Managemente Journal, 29(2), 98-116. ). Tendo a empresa adquirido, assimilado e transformado o conhecimento, poderá aplicá-lo, e incluí-lo nas suas rotinas. Assim, será possível desenvolver e aprimorar produtos, sistemas, processos e competências.

A partir das dimensões da ACAP, os gestores devem analisar o alinhamento entre o desenvolvimento de capacidades de absorção de conhecimento e a exploração de recursos para enfrentar as turbulências ambientais por meio da orientação empreendedora (OE). Dada a força das evidências dos benefícios do OE (Vafaei-Zadeh et al. 2019Vafaei-Zadeh, A., Hanifah, H., Foroughi, B., & Salamzadeh, Y. (2019). Knowledge leakage, an Achilles’ heel of knowledge sharing. Eurasian Business Review, 9, 445-461. https://doi.org/10.1007/s40821-019-00128-7), mesmo como pré-requisito para a sobrevivência (Colombelli et al., 2016Colombelli, A., Kraft, J., & Vivarelli, M. (2016). To be born is not enough: the key role of innovative start-ups. Small Business Economics, 47(2), 277-291. https://doi.org/10.1007/s11187-016-9716-y), vários autores afirmam que existe a necessidade de pesquisas mais profundas sobre os antecedentes da OE para entender a complexidade de sua origem e desenvolvimento (Wales, Gupta, & Mousa 2013Wales, W. J., Gupta, V. K., & Mousa, F. T. (2013). Empirical research on entrepreneurial orientation: an assessment and suggestions for future research. International Small Business Journal, 31(4), 357- 383. https://doi.org/10.1177/02662 42611 418261).

A literatura sobre os antecedentes da OE identifica, individualmente ou em conjunto, fatores internos ou externos como determinantes da OE (Wales et al., 2013Wales, W. J., Gupta, V. K., & Mousa, F. T. (2013). Empirical research on entrepreneurial orientation: an assessment and suggestions for future research. International Small Business Journal, 31(4), 357- 383. https://doi.org/10.1177/02662 42611 418261). Nesse sentido, identifica-se uma lacuna na literatura quanto à análise da influência da ACAP como determinante da OE (García-Villaverde et al., 2018García-Villaverde, P. M., Rodrigo-Alarcón, J., Parra-Requena, G., & Ruiz-Ortega, M. J. (2018). Technological dynamism and entrepreneurial orientation: the heterogeneous effects of social capital. Journal of Business Research, 83, 51-64. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2017.10.004).

Orientação Empreendedora (OE)

Dentro do empreendedorismo, a orientação empreendedora tem recebido atenção, principalmente, dos pesquisadores atuantes no campo da estratégia e, como afirmam Lomberg et al. (2017Lomberg, C., Urbig, D., töckmann, C., Marino, L. D., & Dickson, P. H. (2017). Entrepreneurial Orientation: The Dimensions’ Shared Effects in Explaining Firm Performance. Entrepreneurship theory and practice , 36, 1-26. https://doi.org/10.1111/etap.12237), tornou-se foco da literatura de gestão empresarial. O empreendedorismo se refere à capacidade de criação de novos negócios, no nível do empreendedor (Lumpkin & Dess, 1996Lumpkin, G. T., & Dess, G. G. (1996). Clarifying the Entrepreneurial Orientation Construct and Linking It to Performance. Academy of Management Review , 21(1), 135-172. https://doi.org/10.2307/258632). O empreendedorismo se refere à pessoa com capacidade de realizar e gerar mudanças na economia, por meio de suas atitudes inovadoras (Schumpeter, 1983Schumpeter, J. A. (1983). Teoria do desenvolvimento econômico. Abril Cultural: São Paulo.). Enquanto a OE é a mesma capacidade de realização, contudo, no nível organizacional (Miller, 1983Miller, D. (1983). The correlates of entrepreneurship in three types of firms. Management Science, 29(7). 770-791.).

O termo orientação empreendedora (OE) foi definido por Miller (1983Miller, D. (1983). The correlates of entrepreneurship in three types of firms. Management Science, 29(7). 770-791.) como sendo a atividade de uma empresa de se sujeitar a riscos. OE é uma atitude tomada pela empresa, determinada por constantes inovações em produtos e tecnologia, alta competição e elevada aceitação em assumir riscos (Covin & Slevin, 1989Covin, J. G., & Slevin, D. P. (1989). Strategic management of small firms in hostile and benign environments. Strategic Management Journal, 10(1), 75-87.). As empresas que não possuem orientação empreendedora são aquelas mais conservadoras que inovam pouco e são cautelosas com relação às mudanças (Miller, 1983). Subjacente à análise da OE está a forma como as novas oportunidades de negócios são exploradas pelas empresas (Hernández-Perlines, Covin, & Ribeiro-Soriano, 2021Hernández-Perlines, F., Covin, J. G., & Ribeiro-Soriano, D. (2021). Entrepreneurial orientation, concern for socioemotional wealth preservation, and family firm performance. Journal of Business Research , 126, 197-208. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2020.12.050).

A orientação empreendedora corresponde às práticas de estratégias na condução dos negócios, por meio de processos, ações, e atividade de tomada de decisão, com o intuito de criar novas oportunidades (Lumpkin & Dess, 1996Lumpkin, G. T., & Dess, G. G. (1996). Clarifying the Entrepreneurial Orientation Construct and Linking It to Performance. Academy of Management Review , 21(1), 135-172. https://doi.org/10.2307/258632). É um constructo estratégico relacionado às preferências e comportamentos gerenciais dentro da empresa (Covin, Green, & Slevin, 2006Covin, J. G., Green, K. M., & Slevin, D. P. (2006). Strategic process effects on the entrepreneurial orientation-sales growth rate relationschip. Entrepreneurship theory and practice, 30(1), 57-81.), constituindo-se como importante tema na identificação do perfil empreendedor da empresa e suas influências nas estratégias organizacionais e no desempenho (Rauch, Eiklund, Lumpkin, & Frese, 2009Rauch, A., Wiklund, J., Lumpkin, G. T., & Frese, M. (2009). Entrepreneurial orientation and business performance: an assessment of past research and suggestions for the future. Entrepreneurship theory and practice , 33(3), 761-787.).

Seguindo a perspectiva de Miller (1983Miller, D. (1983). The correlates of entrepreneurship in three types of firms. Management Science, 29(7). 770-791.), a OE possui três atributos: busca por inovação; capacidade de assumir riscos e criatividade. Posteriormente, foram acrescidas a autonomia e a agressividade competitiva (Lumpkin & Dess, 1996Lumpkin, G. T., & Dess, G. G. (1996). Clarifying the Entrepreneurial Orientation Construct and Linking It to Performance. Academy of Management Review , 21(1), 135-172. https://doi.org/10.2307/258632). Esses autores passaram a entender a OE com uma natureza multidimensional.

A abordagem multidimensional compreende a necessidade da existência das dimensões, porém não há obrigatoriedade da manifestação destas em níveis semelhantes, podendo ser manifestadas em intensidades diversas (Lumpkin & Dess, 1996Lumpkin, G. T., & Dess, G. G. (1996). Clarifying the Entrepreneurial Orientation Construct and Linking It to Performance. Academy of Management Review , 21(1), 135-172. https://doi.org/10.2307/258632). Estudos a respeito das dimensões e das abordagens unidimensional ou multidimensional de OE se intensificaram ao longo dos anos, contudo, a maior parte dos pesquisadores do tema adotam as três dimensões propostas por Miller (Santos, Alves, & Bitencourt, 2015Santos, A. C. M. A., Alves, M. S. P. C., & Bitencourt, C. C. (2015). Entrepreneurial orientation construct and the impact on performance of companies in technological incubators. BASE,12(3), 242-255. https://10.4013/base.2015.123.06).

Nem sempre o efeito da OE nas práticas das empresas é percebido de forma direta e/ou simples (Hernández-Perlines, Moreno-Garcia, & Yáñez-Arque, 2017Hernández-Perlines, F., Moreno-Garcia, J., & Yáñez-Araque, B. (2017). Family firm performance: The influence of entrepreneurial orientation and absorptive capacity. Psychology & Marketing, 34(11), 1057-1068. https://doi.org/10.1002/mar.21045). As condições internas e externas atuam como forças capazes de influenciar os efeitos da OE nas práticas das empresas, em especial no desempenho (Hernández-Perlines et al., 2021) constituindo-se como um valioso indicador do sucesso da empresa (Kraus, Rigtering, Hughes, & Hosman, 2012Kraus, S., Rigtering, J. C., Hughes, M., & Hosman, V. (2012). Entrepreneurial orientation and the business performance of SMEs: A quantitative study from the Netherlands. Review of Managerial Science, 6(2), 161-182.). A orientação empreendedora auxilia as empresas a adotar novas práticas de pensar e de agir de forma mais disruptiva, rompendo laços e hábitos existentes (Arya, Horak, Bacouel-Jentjens, & Ismail, 2021Arya, B., Horak, S., Bacouel-jentjens, S., & Ismail, K. (2021). Leading entrepreneurial sustainability initiatives in emerging economies. International Journal of Emerging Markets. https://doi.org/10.1108/IJOEM-08-2020-0951). A OE constitui-se, então, em uma postura estratégica que captura a vontade de determinadas empresas para um comportamento empreendedor (Kohtamäki, Heimonen, & Heikkilä, 2020Kohtamäki, M., Heimonen, J., Sjödin, D., & Heikkilä, V. (2020). Strategic agility in innovation: Unpacking the interaction between entrepreneurial orientation and absorptive capacity by using practice theory. Journal of Business Research , 118, 12-25. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2020.06.029).

Apesar do crescente fluxo de pesquisas sobre sustentabilidade ambiental e inovação (Adams et al., 2016Adams, R., Jeanrenaud, S., Bessant, J., Denyer, D., & Overy, P. (2016). Sustainability‐oriented innovation: a systematic review. International Journal of Management Reviews, 18(2), 180-205. https://doi.org/10.1111/ijmr.12068), as ligações entre orientação empreendedora e sustentabilidade ambiental ainda permanecem pouco exploradas (Neutzling et al., 2018Neutzling, D. M., Land, A., Seuring, S., & do Nascimento, L. F. M. (2018). Linking sustainability‐oriented innovation to supply chain relationship integration. Journal of Cleaner Production , 172, 3448-3458. http://10.1016/j.jclepro.2017.11.091). As PMEs precisam ter gestores ou tomadores de decisão dotados de orientação empresarial para alavancar os recursos da empresa, a fim de alcançar sustentabilidade ambiental. Destaca-se o papel das capacidades que integram o OE no debate da sustentabilidade ambiental no domínio das PME (Knight et al., 2019Knight, H., Megicks, P., Agarwal, S., & Leenders, M. A. A. M. (2019). Firm resources and the development of environmental sustainability among small and medium-sized enterprises: Evidence from the Australian wine industry. Business Strategy and the Environment , 28(1), 25-39. https://doi.org/10.1002/bse.2178; De Steur et al., 2020De Steur, H., Temmerman, H., Gellynck, X., & Canavari, M. (2020). Drivers, adoption, and evaluation of sustainability practices in Italian wine SMEs. Business Strategy and the Environment , 29(2), 744-762. https://doi.org/10.1002/bse.2436).

Hipóteses de Pesquisa

A literatura apresenta variados aspectos relacionados à capacidade de a empresa adquirir, assimilar, transformar e aplicar conhecimentos externos em ações de sustentabilidade. Assim como em outros setores, no turístico ainda é necessário aprofundar o entendimento na busca por compreender os impactos gerados pela circulação de informações e do conhecimento para legitimação do turismo sustentável (Hall, 2019Hall, C. M. (2019). Constructing sustainable tourism development: The 2030 agenda and the managerial ecology of sustainable tourism. Journal fo Sustainable Rourism, 27(7), 1044-1060. https://doi.org/10.1080/09669582.2018.1560456). Isso porque as atividades que fazem parte do turismo estão relacionadas diretamente com questões estruturais do desenvolvimento sustentável (Durán-Román et al., 2021Durán-Román, J. L., Cárdenas-Gracía, P. J., & Pulido-Franández, J. I. (2021). Tourists' willingness to pay to improve sustainability and experience at destination. Journal of Destination Marketing & Management, 19, 1-12. https://doi.org/10.1016/j.jdmm.2020.100540).

Entende-se que o crescimento e a consolidação do turismo como uma das principais atividades socioeconômicas trazem, em seu bojo, a responsabilidade de colaborar para o desenvolvimento sustentável, mediante a incorporação de práticas que busquem zerar possíveis impactos negativos, ambientais, sociais e econômicos (OMT, 2004). A capacidade absortiva possibilita à empresa buscar conhecimentos externos para agir com as regulamentações ambientais e conscientização ambiental dos clientes, na busca por obter vantagem competitiva sustentada (Martelo-Landroguez, Albort-Morant, Leal-Rodríguez, & Ribeiro-Soriano, 2018Martelo-Landroguez, S., Albort-Morant, G., Leal-Rodríguez, A., & Ribeiro-Soriano, B. (2018). The Effect of Absorptive Capacity on Green Customer Capital under an Organizational Unlearning Context. Sustainability , 10(1), 265. https://doi.org/10.3390/su10010265).

A ACAP é uma facilitadora na implantação de estratégias sustentáveis, uma vez que as empresas podem combinar informações econômicas, sociais e ambientais externas que foram, anteriormente, identificadas e assimiladas, com os conhecimentos internos que já adquiriram ou desenvolveram (Barcelos, Magnago, Alberton, & Rossetto, 2018Barcelos, R. L., Magnago, R. F., Alberton, A., & Rossetto, C. R. (2018). Desenvolvimento sustentável e capacidade absortiva: conectando os temas através de revisão sistemática e bibliomética, 7º International Workshop Advances in Cleaner Production, june, 21 and 22, Barranquilla, Colômbia.). A ACAP pode agir como impulsionadora para que as empresas adotem ações de sustentabilidade econômica, social e ambiental (Dzhengiz & Niesten, 2019Dzhengiz, T., & Niesten, E. (2019). Competences for Environmental Sustainability : A Systematic Review on the Impact of Absorptive Capacity and Capabilities. Journal of Business Ethics, 162, 1-26. ), pois ao acumular conhecimentos, a empresa passa a ter a possibilidade de desenvolver tais ações (Liu, Zhang, & Ye, 2019Ye, S., Xiao, H., & Zhou, L. (2019). Small accommodation business growth in rural areas: effects on guest experience and financial performance. Int. J. Hosp. Manag., 76, 29-38.). Então, a capacidade da empresa em desenvolver sua ACAP apresenta relevante importância na adoção de práticas que envolvam aspectos da sustentabilidade (Padilha, Piekas, Kuzma, Begnini, & Carvalho, 2020), pois, ao desenvolver a ACAP, as empresas melhoram a adoção de sustentabilidade em seus processos e produtos (Riikkinen, Kauppi, & Salmi, 2017Riikkinen, R., Kauppi, K., & Salmi, A. (2017). Learning Sustainability ? Absorptive capacities as drivers of sustainability in MNCs’ purchasing. International Business Review, 26(6), 1075-1087. ). Ainda, Goyal, Rahman e Kazmi (2013Goyal, P., Rahman, Z., & Kazmi, A. A. (2013). Corporate Sustainability Performance and Firm Performance Research: Literature Review and Future Research Agenda. Management Decision 51(2), 361-379. http://10.1108/00251741311301867.) recomendam que a relação entre conhecimento e desempenho sustentável seja mais explorada, especialmente considerando países em desenvolvimento. A partir das argumentações, a primeira hipótese que foi testada foi:

H1: Capacidade Absortiva possui efeito direto e positivo na Sustentabilidade.

No tocante à orientação empreendedora, a busca por compreender as novas oportunidades de criar bens e serviços e de explorá-los, passa pela preocupação com a sustentabilidade econômica, social e ambiental (Portugal, Silva, Júnior, & Alves, 2017Portugal, N. S., Silva, S. S., Portugal, P. S., & Alves, A. F. (2017). Individual microentrepreneurs: a study of their actions and perceptions in response to the requirements of sustainable development. Journal of Enveronmentla Managemente and Sustainability , 6(1), 107-122). Nessa busca da empresa por reconhecer e explorar oportunidades, a orientação empreendedora impacta diretamente nas ações de sustentabilidade (Divito & Bohnsack, 2017DiVito, L., & Bohnsack, R. (2017). Entrepreneurial orientation and its effect on sustainability decision tradeoffs: The case of sustainable fashion firms, Journal of Business Venturing , 32(5), 569-587. https://doi.org/10.1016/j.jbusvent.2017.05.002).

Possuir orientação empreendedora possibilita construir alternativas capazes de influenciar positivamente as questões relacionadas à sustentabilidade (Pacheco, Dean, & Payne, 2010Pacheco, D. F., Dean, T. J., & Payne, D. S. (2010). Escaping the green prison: entrepreneurship and the creation of opportunities for sustainable development. Journal of Business Venturing , 25(5), 464-480. https://doi.org/10.1016/j.jbusvent.2009.07.006). A orientação empreendedora gera efeitos positivos nas ações econômicas, sociais e ambientais das empresas, entendidas como desempenho organizacional (Abbade, Mores, & Spanhol, 2014Abbade, E. B., Mores, G. V., & Spanhol, C. P. (2014). The Impact of Entrepreneurial Orientation on Sustainable Performance: Evidence of MSMEs from Rio Grande do Sul. Revista de Gestão Social e Ambiental, 8(2), 49-62.). Seguindo as argumentações, a segunda hipótese testada foi:

H2: Orientação Empreendedora possui efeito direto e positivo na Sustentabilidade.

A capacidade absortiva da empresa também impacta diretamente no alcance dos objetivos traçados (Hernández-Perlines et al., 2017Hernández-Perlines, F., Moreno-Garcia, J., & Yáñez-Araque, B. (2017). Family firm performance: The influence of entrepreneurial orientation and absorptive capacity. Psychology & Marketing, 34(11), 1057-1068. https://doi.org/10.1002/mar.21045), visto que o sucesso da empresa depende de sua habilidade em aplicar novos conhecimentos, anteriormente identificados e assimilados (Jansen, Vanden Bosch, & Volberda, 2005Jansen, J. J. P., Van den Bosch, F. A. J., & Volberda, H. W. (2005). Managing potential and realized absorptive capacity: How do organizational antecedents matter? Academy of Management Journal, 48(6), 999-1015.). A identificação de oportunidades é fundamental para a orientação empreendedora que, segundo Venkatraman (1989Venkatraman, N. (1989). Strategic orientation of business enterprises: The construct, dimensionality, and measurement. Management Science , 35(8), 942-962.), envolve assumir riscos.

Caso a empresa não possua ACAP, mesmo desenvolvendo sua orientação empreendedora, terá menos oportunidades, pois terá menor habilidade em reconhecer novas informações (Sorescu, Chandy, & Prabhu, 2003Sorescu, A. B., Chandy, R. K., & Prabhu, J. C. (2003). Sources and financial consequences of radical innovation: Insights from pharmaceuticals. Journal of marketing, 67(4), 82-102.). Nesse sentido, a orientação empreendedora é determinada, em algum grau, pela capacidade absortiva (Zahra, Filatotchev, & Wright, 2009Zahra, S. A., Filatotchev, I. and Wright, M. (2009). How do threshold firms sustain corporate entrepreneurship? The role of boards and absorptive capacity. Journal of Business Venturing , 24(3) 248-260.; Sciascia, D’Oria, Bruni, & Larrañeta, 2014Sciascia, S., D’oria, L., Bruni, M., & Larrañeta, B. (2014). Entrepreneurial Orientation in low-and medium-tech industries: The need for Absorptive Capacity to increase performance. European Management Journal, 32(5), 761-769.). E a ACAP pode atuar como uma força que auxilia nos resultados positivos da OE (Kohtamäki, Heimonen, & Heikkilä, 2020Kohtamäki, M., Heimonen, J., Sjödin, D., & Heikkilä, V. (2020). Strategic agility in innovation: Unpacking the interaction between entrepreneurial orientation and absorptive capacity by using practice theory. Journal of Business Research , 118, 12-25. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2020.06.029). Portanto, a terceira hipótese testada foi:

H3: Capacidade Absortiva possui efeito direto e positivo na Orientação Empreendedora.

Figura 1
Modelo Conceitual

METODOLOGIA

Esta pesquisa caracteriza-se como quantitativa e descritiva, do tipo survey com foco em dados primários originais. O instrumento de pesquisa foi aplicado junto aos principais executivos de hotéis de nove regiões turísticas do estado de Santa Catarina (Serra Catarinense, Caminho dos Cânions-Encantos do Sul, Costa Vede e Mar, Caminhos da Fronteira, Caminho dos Príncipes, Grande Oeste, Vale Europeu, Grande Florianópolis e Vale do Contestado) (Tomio & Schmidt, 2015Tomio, M., Schmidt, C. M. (2015). Turismo e ambiente natural na microrregião de Blumenau (SC)? Afinal, qual é a realidade? Caderno Virtual de Turismo, 15(2), 132-148.). A divisão original é de dez regiões turísticas. Contudo, um estudo exploratório inicial foi realizado e optou-se por considerar “Encantos do Sul” e “Caminho dos Canyons” como uma única região.

Para definição precisa da amostra, foi efetuada uma pesquisa exploratória nas regiões para identificação da população-alvo, do perfil e da representatividade dos empreendimentos. Frente ao levantamento do número de hotel por região turística, buscou-se representatividade de todas as regiões na amostra. Também foi realizado o cálculo no G*Power que evidenciou a necessidade de no mínimo 68 observações para rodar a modelagem, considerando f² = 0.15, erro tipo 1 = 0.05, erro tipo 2 0.80 e dois preditores.

Devido à dificuldade em coletar dados primários por questionários, fez-se uso da amostra por conveniência, visto que o instrumento de pesquisa foi encaminhado por e-mail para os contatos identificados em buscas realizadas em sites de hotéis das regiões turísticas de Santa Catarina e da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (SANTUR). Antes de encaminhar o instrumento, um dos pesquisadores tentou contato com todos os hotéis mapeados. No total, foram efetivados 192 contatos. Destes, 92 aceitaram responder a pesquisa e 83 efetivamente responderam.

O instrumento de coleta de dados foi formado por escala do tipo Likert de 7 pontos. Assim, é possível tratar os dados como numéricos, permitindo testes baseados na análise fatorial, na regressão e na covariância, o que possibilitou, tanto o agrupamento empírico das empresas, quanto o teste das hipóteses relacionadas a este construto, tendo em vista que a modelagem de equações estruturais se caracteriza como uma combinação de análise fatorial e de regressão múltipla (Hair, Black, Babin, & Anderson, 2014Hair, J. F., Black, E. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2014). Multivariate Data Analysis. 7 ed. Pearson: Harlow.).

A capacidade absortiva foi operacionalizada com base no modelo de Zahra e George (2002Zahra, S. A., & George, G. (2002). Absorptive Capacity: A Review, Reconceptualization, and Extension. The Academy of Management Review , 27(2), 185. https://doi.org/10.2307/4134351) e foi mensurada por seis assertivas, construídas com base no trabalho de Tenconi (2015Tenconi, C. D. (2015). Desenvolvimento de uma Escala para mensurar a capacidade de absorção em pequenas empresas. Dissertação (Mestrado) - Curso de Administração, Universidade Estadual de Santa Catarina, Florianópolis.). Neste estudo, foi proposto um modelo de mensuração de ACAP, que resultou em um questionário de mediação, válido e confiável, direcionado ao contexto brasileiro. Essa escala passou por validação realizada por pesquisadores da área.

O constructo orientação empreendedora foi operacionalizado com base em Lumpkin e Dess (1996Lumpkin, G. T., & Dess, G. G. (1996). Clarifying the Entrepreneurial Orientation Construct and Linking It to Performance. Academy of Management Review , 21(1), 135-172. https://doi.org/10.2307/258632). A escala utilizada foi desenvolvida por Martens et al. (2015Martens, C. D., Carneiros, K., Martens, M., & Silva, D. (2015). Relationship between entrepreneurial orientation and project management maturity in Brazilian software firms. Iberoamerican Journal of Strategic Management, 14(2), 72-91. ) e, neste trabalho, adaptada para o setor de hoteleiro das regiões turísticas. O constructo sustentabilidade foi mensurado por sete assertivas. A escala foi construída com base nos trabalhos de Ayuso (2007Ayuso, S. (2007). Comparing Voluntary Policy Instruments for Sustainable Tourism: The Experience of the Spanish Hotel Sector. Journal of Sustainable Tourism, 15(2), 144-159. http://10.2167/jost617.0), Vithessonthi (2009), Rivera e Leon (2005Rivera, J., & Leon, P. (2005). Chief executive officers and voluntary environmental performance: Costa Rica's certification for sustainable tourism. Policy Sciences, 38, 107-127. ) e, Robinot e Gianneloni (2009Robinot, E., & Giannelloni, J-L. (2009). Attitude toward Environmentally Friendly Hospitality Management: A Measurement Scale. Recherche et Applications en Marketing, 24, 29-59. https://doi.org/10.1177/205157070902400202, 2010). As variáveis utilizadas para mensurar cada um dos constructos estão apresentadas no Anexo A.

Como variável de controle, foram utilizadas a categoria do hotel, mensurada pela classificação quanto ao número de estrelas, o segmento do hotel, mensurado quanto à atuação em lazer e/ou negócios, e o tempo de atuação, mensurado pela idade do hotel. O número de estrelas foi utilizado por Martins e Flores (2017Martins, L. A. V., & Flores, L. C. S. (2017). Comportamento estratégico: perfil dos gestores hoteleiros da região do Vale do Itajaí/Santa Catarina. Revista Hospitalidade, 14(2), 1-23).) e por Santos e Flores (2017Santos, M., & Flores, L. C. S. (2017). Formação de preço dos hotéis turísticos da cidade de São Luís/Maranhão. Rev. Bras. Pesq. Tur. 11(1), 133-153.).

Após os dados terem sido coletados, buscou-se averiguar possíveis casos faltantes. Não houve problemas quanto a isso. No passo seguinte, foi averiguada a existência de outliers, que não foi identificada. Passou-se, então, a realizar uma análise descritiva dos dados. Utilizando o software SmartPLS3, foram calculadas as relações de efeito entre os constructos. Antes disso, foi realizada a validação dos constructos, conforme descrito na apresentação dos resultados.

RESULTADOS

Referente à categoria dos hotéis que integram a amostra, 42% são três estrelas, 24% são quatro estrelas, 13% são duas estrelas, 12% não possuem estrelas, 5% são uma estrela e 4% são cinco estrelas. Outra característica refere-se à principal atuação dos hotéis. Nesse sentido, 29% são predominantemente de lazer; 27% de negócios e lazer em proporções iguais; 22% predominantemente de negócios; 18% são totalmente de lazer; e 4%, totalmente de negócios. Quanto ao tempo de atuação, 24% dos hotéis que integram a amostra possuem até 10 anos, enquanto 30% possuem de 11 a 20 anos, 28%, de 21 a 30 anos, 11%, de 31 a 40 anos e 6% tem mais de 40 anos.

Também é interessante apresentar alguns dados referentes à estatística descritiva das variáveis observadas, conforme Tabela 1.

Tabela 1
Estatística Descritiva

Considerando os 83 respondentes e uma escala de 7 pontos, em todas as assertivas houve, ao menos, um respondente optando pelo nível mais baixo e um pelo nível mais alto de resposta. A média, em todas as assertivas permaneceu superior ao ponto central da escala. As variáveis apresentam assimetria negativa, indicando a existência de poucos valores pequenos e, em comparação a curva normal, apresenta-se cauda à esquerda (Hair et al., 2014Hair, J. F., Black, E. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2014). Multivariate Data Analysis. 7 ed. Pearson: Harlow.).

A avaliação do modelo reflexivo de mensuração considerou a confiabilidade composta, a validade convergente, a confiabilidade do indicador e a validade discriminante (Nascimento & Macedo, 2016Nascimento, J. C. H. B., & Macedo, M. A. S. (2016). Modelagem de Equações Estruturais com Mínimos Quadrados Parciais: um Exemplo da Aplicação do SmartPLS® em Pesquisas em Contabilidade. Journal of Education and Research in Accounting, 10(3), 289-313.). Para avaliação do modelo estrutural, considerou-se o coeficiente de determinação (r²), relevância preditiva (Q²), tamanho e significância do coeficiente de caminho (β), e o tamanho do efeito (f²) (Hair et. al., 2014Hair, J. F., Black, E. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2014). Multivariate Data Analysis. 7 ed. Pearson: Harlow.).

Para a validação do modelo de mensuração, seguiram-se todos os critérios indicados pela literatura. A Tabela 2 apresenta os valores referentes à validade discriminante, validade convergente e confiabilidade composta. Para validade discriminante, utilizou-se o critério de Forrel-Lacker, em que os valores da raiz quadrada da AVE (em negrito, na diagonal na Tabela 2) precisam ser maiores que os valores das correlações. Para validade convergente, utilizou-se a variância média extraída (AVE), na qual os valores precisam ser superiores a 0,50 (Hair, Hult, Ringle, & Sarstedt, 2017Hair, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M. and Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). 2 ed., Sange: Los Angeles.). Neste caso, em relação ao modelo inicial, foi necessário excluir algumas variáveis observadas (EO2, EO6, SUST1 e SUST2).

Nota-se a existência de cargas com valores inferiores a 0,7 e superiores a 0,4. Essas foram analisadas e testadas chegando à decisão de mantê-las, seguindo o recomendado pela literatura e também considerando que a AVE já possui valor superior a 0,50. Indicadores com cargas externas mais baixas (entre 0,4 e 0,7) devem ser analisados e não simplesmente excluídos, pois podem apresentar forte contribuição para a validade do conteúdo (Hair et al., 2017Hair, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M. and Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). 2 ed., Sange: Los Angeles.).

Tabela 2
Validade discriminante, validade convergente e confiabilidade composta

Para atestar a validade discriminante, confirmando que os constructos são independentes uns dos outros, também foram calculadas as cargas cruzadas, apresentadas na Tabela 3. Com as cargas cruzadas, nota-se que realmente há validade discriminante, pois as cargas fatoriais mais altas estão carregadas em cada indicador no constructo ao qual pertence. Calculados, os valores do fator inflação da variância (VIF) estão dentro do aceitável, pois o maior valor foi da variável ACAP4 com 5,08. Os valores apresentados mostram que algumas variáveis apresentam multicolinearidade, mas dentro dos valores aceitáveis.

Tabela 3
Cargas cruzadas: validade discriminante

Teste das Hipóteses

Utilizando a rotina do bootstrapping do PLS, foi realizado o teste t. Para tanto, se utilizou o número de 5000 mil subamostras. Na Figura 2 e na Tabela 4, estão sendo apresentados os resultados dos testes de hipóteses, considerando quatro etapas, conforme elencado a seguir.

O Modelo 1 considera apenas as variáveis de controle número de estrelas (classificação do hotel), segmento (atuação em lazer e/ou negócios) e tempo de atuação (idade do hotel) e o constructo endógeno, sustentabilidade. O modelo 2 considera somente a variável de controle que apresentou resultado significativo e o constructo endógeno. O modelo 3, considerando somente os constructos latentes, sem a presença da variável de controle. Por fim, o modelo 4, que engloba todos os constructos mais a variável de controle que apresentou significância estatística.

Figura 2
Modelo estrutural e significância das relações

Tabela 4
Teste de hipóteses

Descontando o efeito da variável de controle, número de estrelas, capacidade absortiva e orientação empreendedora explicam 19,1% da variância em sustentabilidade, e a ACAP explica 25,6% da variância em orientação empreendedora. Ambos os valores são considerados explicações médias (Cohen, 1988). Procedendo uma comparação entre o modelo 3, sem a presença da variável de controle e o modelo 4, com a presença da variável de controle, percebe-se uma mudança expressiva em termos de significância na relação entre orientação empreendedora e sustentabilidade. Enquanto no modelo 3 essa relação não foi significativa, no modelo 4, foi.

A hipótese H1 foi suportada: ACAP possui efeito direto e positivo na sustentabilidade, apresentando um efeito de tamanho pequeno (f² = 0,052). A hipótese H2 também foi suportada: orientação empreendedora possui efeito direto e positivo na sustentabilidade, com efeito de tamanho pequeno (f² = 0,056). Tal efeito passou a ser significativo quando foi controlado o efeito da classificação do hotel (número de estrelas). A hipótese H3, ACAP possui efeito direto e positivo na orientação empreendedora, também foi suportada, mostrando efeito de tamanho médio (f² = 0,345).

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este estudo buscou aprofundar a relação entre a competitividade, analisada a partir da ACAP e da orientação empreendedora, e a sustentabilidade econômica, social e ambiental. Para tanto, se considerou a percepção dos gerentes dos hotéis das regiões turísticas do estado de Santa Catarina. É consenso entre os autores que é preciso existir certo equilíbrio entre as ações econômicas, sociais e ambientais para que a empresa consiga desenvolver práticas sustentáveis (Malvestiti, Esteves, & Dandolini, 2021Malvestiti, R., Esteves, D. B. L., & Dandolini, G. A. (2021) Absorptive capcity as feedback on the sustainability of organizations. RAM,22(1), 1-28. http://doi:10.1590/1678-6971/eRAMR210073). Outro aspecto que merece atenção é a crescente conscientização por parte dos consumidores, em relação aos aspectos sustentáveis praticados pelas empresas (Hsu & Liao, 2014Hsu, C. L., & Liao, Y. C. (2014). Sustainability strategies and reverse logistics management: A contingent link. ICMIT 2014-2014 IEEE International Conference on Management of Innovation and Technology, 500-507 Singapore. Catalog Number: CFP14795-POD.).

Se na indústria há essa preocupação dos consumidores, no setor turístico não é diferente. Assim, os participantes do setor turístico também precisam estar atentos à utilização consciente dos recursos naturais, respeitando a sociedade, gerando benefícios locais aos envolvidos no processo e desenvolvendo uma economia de longa durabilidade (Elmo et al., 2020Elmo, G. C., Arcese, G., Valeri, M., Poponi, S., & Pacchera, F. (2020). Sustainability in Tourism as an Innovation Driver: An Analysis of Family Business Reality. Sustainability , 12(15), 1-14. https://doi.org/10.3390/su12156149). Destaca-se que o desenvolvimento de práticas de sustentabilidade está relacionado ao desenvolvimento da ACAP (Dzhengiz & Niesten, 2019Dzhengiz, T., & Niesten, E. (2019). Competences for Environmental Sustainability : A Systematic Review on the Impact of Absorptive Capacity and Capabilities. Journal of Business Ethics, 162, 1-26. ).

Concentrando-se nessa importante questão, observa-se que a primeira hipótese (H1) deste estudo indica que a capacidade absortiva possui efeito direto e positivo na sustentabilidade. O resultado encontrado indica que ACAP influencia na sustentabilidade e corrobora com os achados do estudo de Padilha et al. (2020), no qual se verificou que capacidade absortiva mantém efeito positivo sobre ACAP. Os resultados também vão ao encontro do exposto por Gallego-Alvarez, Prado-Lorenzo e García-Sánchez (2011) de que os negócios estão cada vez mais incorporando práticas de sustentabilidade.

O suporte da H1 também está alinhado com a teoria, uma vez que para atuar no mercado industrial, comercial ou turístico, as empresas ou organizações têm, a partir da capacidade absortiva, a possibilidade de buscar conhecimentos externos voltados ao desenvolvimento de práticas sustentáveis, seja de regulamentações ambientais, de comportamentos sociais, ou mesmo de preferências dos consumidores (Martelo-Landroguez et al., 2018Martelo-Landroguez, S., Albort-Morant, G., Leal-Rodríguez, A., & Ribeiro-Soriano, B. (2018). The Effect of Absorptive Capacity on Green Customer Capital under an Organizational Unlearning Context. Sustainability , 10(1), 265. https://doi.org/10.3390/su10010265). Visualizando que a ACAP e as práticas sustentabilidade são processos complexos e difíceis de serem imitados, possibilitam a obtenção de vantagem competitiva frentes aos concorrentes (Roszkowska-Menkes, 2018Roszkowska-Menkes, M. T. (2018). Integrating strategic CSR and open innovation. Towards a conceptual framework. Social Responsibility Journal, 14(4), 950-966.).

A segunda hipótese (H2) também foi suportada, significando que a orientação empreendedora influencia de forma direta e positiva a sustentabilidade. Contudo, o suporte ocorreu quando houve a inclusão da variável de controle de classificação (número de estrelas). Essa variável indica que o número de estrelas que um meio de hospedagem possui/recebe influencia os demais elementos investigados. Segundo Machado (2017Machado, V. M. (2017). A legislação do alojamento turístico na valorização do património cultura: uma visão comparativa Portugal-Brasil. Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade, 9(IV), 521-536. http://dx.doi.org/10.18226/21789061.v9i4p521), hotéis com mais estrelas precisam manter medidas que valorizem a cultura local, bem como sensibilizar os hospedes quanto a questões voltadas à sustentabilidade.

Uma vez que a orientação empreendedora age como uma força que impulsiona as empresas a adotarem práticas inovadoras, capaz de romper laços mais conservadores (Arya et al., 2021Arya, B., Horak, S., Bacouel-jentjens, S., & Ismail, K. (2021). Leading entrepreneurial sustainability initiatives in emerging economies. International Journal of Emerging Markets. https://doi.org/10.1108/IJOEM-08-2020-0951), o resultado da hipótese H3 está de acordo com o esperado. Ao buscarem implementar ações de sustentabilidade, que podem ser inovadoras, a OE aparece como antecessora, influenciando a sustentabilidade.

Cabe um destaque para a importância que a ação empreendedora tem para o desenvolvimento econômico, para a distribuição de renda e redução da pobreza (Portugal et al., 2017Portugal, N. S., Silva, S. S., Portugal, P. S., & Alves, A. F. (2017). Individual microentrepreneurs: a study of their actions and perceptions in response to the requirements of sustainable development. Journal of Enveronmentla Managemente and Sustainability , 6(1), 107-122), seja local, regional ou nacionalmente. Inclusive, vários estudos vêm sendo produzidos abarcando o empreendedorismo sustentável (Dixon & Clifford, 2007Dixon, S. E., & Clifford, A. (2007). Ecopreneurship: a new approach to managing the tripple bottom line. Journal of Organizational Change Management, 20(3), 326-344.; Portugal et al., 2021). Assim, a sustentabilidade em seus três pilares (econômico, social e ambiental) passa a apresentar um novo viés ao empreendedorismo (Cohen & Winn, 2007).

Adotar ações de sustentabilidade na sua realidade cotidiana desafia as empresas a buscarem maior inovação, criatividade e assumir riscos. Esses, justamente, são os atributos da orientação empreendedora apontados por Miller (1983Miller, D. (1983). The correlates of entrepreneurship in three types of firms. Management Science, 29(7). 770-791.). Ao inovar, desenvolver a criatividade e assumir riscos, as empresas estarão buscando ser mais competitivas e diferenciar-se no mercado.

A pesquisa também confirmou a terceira hipótese (H3), por meio da qual foi expresso que capacidade absortiva possui efeito direto e positivo em orientação empreendedora. Nesse mesmo sentido, considerando o setor hoteleiro de Florianópolis, Sbissa et al. (2018Sbissa, A. P., Rossetto, C. R., Carvalho, C. E., & Zonatto, P. A. F (2018). Relacionamento entre capacidade absortiva e orientação empreendedora: um estudo nos hotéis de Florianópolis (SC). Turismo - Visão e Ação, 20(2), 311-323.) testaram a hipótese de que quanto maior a capacidade absortiva do setor de hotel, maior será sua orientação empreendedora, e os resultados sustentaram a hipótese. Assim, nota-se que, no setor turístico, a capacidade absortiva gera orientação empreendedora. ACAP, sendo antecessora, atua de modo a auxiliar a OE a alcançar melhores resultados (Kohtamäki, Heimonen, & Heikkilä, 2020Kohtamäki, M., Heimonen, J., Sjödin, D., & Heikkilä, V. (2020). Strategic agility in innovation: Unpacking the interaction between entrepreneurial orientation and absorptive capacity by using practice theory. Journal of Business Research , 118, 12-25. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2020.06.029).

A capacidade absortiva possibilita que as empresas captem, transformem e utilizem estrategicamente os conhecimentos externos. Os conhecimentos constituem-se como capital fundamental para as empresas e a ACAP auxilia a entender o processo de aquisição de novos conhecimentos para alcançar vantagem competitiva e melhor desempenho (Garzón-Castrillón, 2016Garzón-Castrillón, M. A. (2016). Capacidad dinámica de absorción. Estudio de caso. Orinoquia, v. 20, n. 1, p. 97-118.). Assim, possuir orientação empreendedora e não possuir ACAP dificulta a vida da empresa, pois o acesso a oportunidades diminui, visto que o reconhecimento das informações importantes não é realizado plenamente (Sorescu, Chandy, & Prabhu, 2003Sorescu, A. B., Chandy, R. K., & Prabhu, J. C. (2003). Sources and financial consequences of radical innovation: Insights from pharmaceuticals. Journal of marketing, 67(4), 82-102.). A ACAP possibilita melhorar a habilidade da empresa de reconhecer e aproveitar novas oportunidades e, por isso, atua como uma influenciadora da orientação empreendedora (Zahra, Filatotchev, & Wrigth, 2009Zahra, S. A., Filatotchev, I. and Wright, M. (2009). How do threshold firms sustain corporate entrepreneurship? The role of boards and absorptive capacity. Journal of Business Venturing , 24(3) 248-260.).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi analisar a influência da capacidade absortiva e da orientação empreendedora na sustentabilidade econômica, social e ambiental, no setor hoteleiro das regiões turísticas catarinenses. Com fulcro na literatura do campo, foram elaboradas três hipóteses de pesquisa. Com base nos resultados, entende-se que é importante para as empresas hoteleiras que atuam no setor turístico desenvolver práticas de absorção de conhecimento. Assim, quanto mais conhecimento adquirido, assimilado, transformado e aplicado, maiores serão os resultados em práticas de sustentabilidade voltada ao turismo.

Buscou-se, neste estudo, evidenciar a importância da sustentabilidade econômica, social e ambiental no setor hoteleiro das regiões turísticas do estado de Santa Catarina. Este estado é um importante destino turístico de pessoas do mundo todo, evidenciando o setor hoteleiro como relevante objeto de estudo. Considerando este ambiente, buscou-se identificar a influência que a sustentabilidade recebe a partir da capacidade absortiva e da orientação empreendedora, possibilitando a geração de insights, de modo a contribuir tanto nos aspectos acadêmicos como gerenciais.

O estudo contribui com os executivos do setor hoteleiro das regiões turísticas no estado de Santa Catarina, na medida em que indica a necessidade de manter atenção aos conhecimentos que estão fora da empresa, mas que precisam ser identificados para posterior utilização gerando melhorias nas ações empreendedoras e na geração de sustentabilidade econômica, social e ambiental, possibilitando diferenciar-se de seus concorrentes. Os gerentes conseguem identificar as rotinas e processos de cada uma das dimensões e implementá-las para obter o conhecimento necessário, para que o hotel tenha comportamento empreendedor e busque sua sustentabilidade.

A atração de turistas nacionais e internacionais é possibilitada na medida em que os hotéis mostram suas práticas de sustentabilidade, por exemplo, a partir de certificações conquistadas como a credibilidade atestada pela certificação Leed destacada por Zouain, Longo, Virkki e Bittencourt (2019Zouain, D. N., Longo, O. C., Virkki, K. B., & Bittencourt, F. T. R. (2019). Práticas de sustentabilidade adotadas nos empreendimentos hoteleiros construídos no âmbito dos jogos olímpicos Rio 2016. Turismo, Visão e Ação. https://doi.org/10.14210/rtva.v22n2.p254-276). Conhecimentos externos podem estar nos fornecedores, nos clientes, na concorrência, ou mesmo em órgão de regulamentação, controle e fiscalização. Contribui ainda ao indicar que os executivos do setor hoteleiro das regiões turísticas de Santa Catarina precisam manter atenção especial ao ambiente externo para manterem-se competitivos no mercado.

A pesquisa relatada neste artigo avança nossa compreensão teórica da capacidade de absorção, bem como sua relação com a orientação empreendedora e a sustentabilidade. No caso do setor hoteleiro, os resultados demonstram que os hotéis que desenvolvem orientação empreendedora e sustentabilidade são mais propensos a explorar potencial conhecimento externo.

Essa contribuição é altamente relevante porque as organizações de turismo dependem mais fortemente de fontes externas de conhecimento do que empresas em outros setores (Thomas & Wood 2014). Este estudo identifica o efeito de cada dimensão (aquisição, assimilação, transformação e aplicação) da capacidade absortiva ACAP na orientação empreendedora e a sustentabilidade. Portanto, foi possível identificar e confirmar a capacidade absortiva como antecessora da orientação empreendedora e essas duas como geradoras de efeito na sustentabilidade. Então, uma vez que o conhecimento é identificado, compreendido e assimilado, ele pode ser utilizado para gerar resultados positivos, influenciado a ação empreendedora. E quanto às ações relacionadas à sustentabilidade, as empresas terão maior sucesso ao desenvolverem sua ACAP, bem como seu entendimento e aprofundamento das ações relacionadas à orientação empreendedora.

Este estudo apresenta limitações frente ao método quantitativo utilizado, já que não foram identificadas e discutidas as efetivas ações realizadas pelas empresas do setor turístico voltadas à sustentabilidade, à ACAP e à OE. Sugere-se que outros estudos qualitativos possam ser realizados, buscando identificar as ações que são desenvolvidas e implantadas pelas empresas considerando esses três aspectos. Outra limitação refere-se ao recorte geográfico, pois foram consideradas somente as regiões turísticas catarinenses. Futuros estudos podem abordar outras regiões brasileiras que também apresentam relevância turística, ampliando a discussão e o entendimento gerencial e acadêmico. Outra limitação refere-se a amostra que foi não probabilística, por conveniência e assim, não é possível generalizar os resultados. Indica-se que estudos futuros possam utilizar amostras probabilísticas, sendo possível generalizar os resultados. Indica-se, ainda, estudar o papel mediador da orientação empreendedora na relação entre capacidade absortiva e sustentabilidade. Por fim, cabe ressaltar que o uso da quantidade de estrelas para classificar um hotel vem caindo em desuso e, indicamos que estudos futuros utilizem outras variáveis.

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Apêndice I


Variáveis observadas, utilizadas para mensurar os constructos
  • 1
    Este artigo foi apresentado oralmente no XXIII ENGEMA, que ocorreu online, entre 29 e 30 de novembro de 2021.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Mar 2023
  • Data do Fascículo
    Jan-Apr 2023

Histórico

  • Recebido
    09 Dez 2021
  • Aceito
    18 Maio 2022
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