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Justiça social e a cidade "verde"

A transição em direção a um urbanismo "mais verde" se faz cada vez mais necessária devido a crise ambiental. Contudo, essa transição somente é possível se acompanhada de justiça social. Assim, tem-se por objetivo investigar algumas tensões entre a justiça social e a sustentabilidade urbana, bem como algumas das razões pelas quais uma abordagem de justiça social voltada à sustentabilidade urbana é frequentemente marginalizada por uma ontologia sustentável neoliberal. Este artigo se inicia com a apresentação de diversos conceitos normativos de justiça social e sua longa reivindicação (existente, mas não suprida) na cidade. Posteriormente são discutidos alguns benefícios decorrentes de um urbanismo "mais verde", alegando-se, contudo, que as ações de sustentabilidade urbana têm, de forma geral, concentrado-se mais em aspectos relacionados à modernização ecológica e reprodução de boas práticas do que em questões voltadas à justiça socioespacial. Ao se analisarem trabalhos sobre "neoliberalismo verde", o artigo evidencia como o tema da ecologia é restabelecido para objetivos neoliberais. A última seção debate o motivo pelo qual o aspecto social é relegado a segundo plano no discurso e práxis dominante de sustentabilidade e a forma pela qual a justiça social serve, por meio das práticas de cidadania, como reivindicação para transformações urbanas em locais onde a participação popular encontra-se arraigada na prática diária. Em linhas gerais, o artigo alerta contra determinados discursos de sustentabilidade e "neoliberalismo verde" sem abordar suas desigualdades arraigadas.

Justiça social; Cidade justa; Boa cidade; Greening; Neoliberalismo verde


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