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Expor e proteger: reflexões sobre práticas científicas experimentais a partir de um estudo de caso

Resumo

Baseado em etnografia, o artigo reflete sobre práticas cirúrgicas experimentais que envolvem a produção de Dispositivo de Assistência Ventricular (o chamado “coração artificial”). Com foco nas relações entre modelos animais e os diversos profissionais implicados no experimento, a hipótese do artigo aponta para o incontornável jogo entre expor e proteger todos os agentes ali relacionados, tal como condição para se conhecer e inovar em bases legítimas. Esse jogo, acompanhado no passo a passo etnográfico, atende assim a imperativos tão científicos quanto éticos. A reflexão leva a considerar, entre outras coisas, o caráter sensível e decisivo da alteridade com cobaias no curso dos experimentos. É quando noções de participação e desparticipação no jogo de alteridade com esses modelos animais, conforme a hipótese referida, parecem bem esclarecer a economia, a um só tempo afetiva e inteligível, posta em prática nas relações ali ensaiadas.

Palavras-chaves:
Antropologia da ciência e da tecnociência; Etnografia de laboratório; Ética e conhecimento em inovação; Experimentação animal; Alteridade participativa e desparticipativa

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