Resumo
Fruto de uma pesquisa de caráter etnográfico numa favela da cidade do Rio de Janeiro, o artigo discute as transformações ocorridas nos processos de organização dos moradores. Em particular, descreve o enfraquecimento das associações locais que tradicionalmente se consideravam como “porta-vozes” da “comunidade” e o surgimento de novas formas de associativismo, apontando suas características distintivas com respeito às relações estabelecidas com agentes externos (estatais e não) e às formas de organização e atuação. Procuramos situar esse processo num tempo longo, anterior à instalação da Unidade de Policia Pacificadora em 2009, e à sucessiva entrada de novos agentes estatais e privados. Repercorrendo alguns acontecimentos críticos na história da organização política local, queremos discutir os múltiplos agenciamentos que afetam o processo de organização dos moradores nas favelas.
Palavras chaves:
favela; associativismo; organizações comunitárias; empreendedorismo; governo dos pobres