Resumo
Com base em pesquisas etnográficas sobre o campo de ativismo de coletivos de familiares de vítimas da violência de Estado na Argentina e no Brasil, este trabalho busca refletir criticamente sobre as relações entre gênero, parentesco, política e práticas sociais de memória, bem como sobre os dispositivos de gestão da vida e da ordem social em contextos etnográficos particulares. A partir do enfoque comparativo, o artigo pretende argumentar como as relações estabelecidas entre esses coletivos permitem a construção de estratégias compartilhadas de ação política, bem como a produção de sentidos comuns frente as desigualdades e violências sofridas. O intuito é problematizar em que medida os deslocamentos (muitas vezes transnacionais) destes ativistas, colocam em circulação práticas, saberes, experiências e repertórios de ação política, conformando um campo de ação que se dirige a construir memórias, visibilizar as vítimas e denunciar a seletividade da violência perpetrada.
Palavras-chave:
Memória; Política; Parentesco; Violência