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Development and environmental conflicts in Brazil: challenges for anthropology and anthropologists

Nas últimas três décadas, desde a democratização do país e a emergência das questões ambientais, o Estado brasileiro tem criado um marco regulatório para a gestão dos impactos ambientais em face da orientação de suas políticas desenvolvimentistas. Um pacote de governança ambiental tem sido construído, tendo como seu principal instrumento o processo de licenciamento ambiental. No entanto, tal instrumento é baseado em modelos urbanos de sociedade e a perspectiva de seu planejamento guarda pouca abertura para contemplar as condições ecológicas específicas e a diversidade das organizações sociais locais. De fato, o processo de mundialização tem resultado na intensiva exploração dos recursos naturais, agravando o uso das áreas econômicas marginais à expansão das fronteiras econômicas sobre os territórios ocupados pela agricultura familiar, povos tradicionais e minorias étnicas. Com efeito, é possível observar zonas de conflito envolvendo grupos locais, setores do Estado e segmentos empresariais. Nesse contexto, antropólogos têm sido crescentemente chamados a atuar como peritos e mediadores por diferentes grupos, incluindo as instituições do Estado, companhias privadas, além dos próprios movimentos sociais. Baseado na pesquisa etnográfica sobre o licenciamento ambiental de hidrelétricas no Brasil, este artigo aborda os limites do conhecimento antropológico, os contextos de sua produção e o papel dos antropólogos em processos políticos envolvendo redes desiguais de poder.

conflito; conhecimento antropológico; licenciamento ambiental


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