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Diatomáceas perifíticas em Polygonum hydropiperoides Michaux, reservatório do Passaúna, Região Metropolitana de Curitiba, Paraná, Brasil

Periphytic diatoms on Polygonum hydropiperoides Michaux, Passaúna reservoir, Paraná state, Brazil

Resumos

A diatomoflórula perifítica aderida a Polygonum hydropiperoides Michaux foi estudada em um plano amostral trimestral, no reservatório do rio Passaúna, estado do Paraná, Brasil. Partes da macrófita foram raspadas para a retirada do perifíton, que foi oxidado para a confecção de lâminas permanentes. Cento e seis táxons foram observados e suas dimensões e ilustrações foram apresentadas. Fragilariaceae foi a família mais representativa, com oito gêneros. Entre os 39 gêneros observados Navicula Bory, Gomphonema Ehrenberg e Nitzschia Hassall apresentaram as maiores riquezas taxonômicas. Quinze novos registros para o estado do Paraná foram descritos.

Diatomeae; ambiente lêntico; epifíton; taxonomia


The periphytic diatoms attached to Polygonum hydropiperoides Michaux were studied with sampling, in the reservoir of the Passaúna river, Paraná State, Brazil. Parts of the macrophyte were scraped to remove the periphytic matrix which was cleaned to make permanent slides. One hundred and six taxa were determined. Fragilariaceae was the most representative family, with eight genera. Navicula Bory, Gomphonema Ehrenberg and Nitzschia Hassall showed the greater species richness among the 39 genera observed. Fifteen taxa are new records to Paraná state.

Diatomeae; lentic environment; epiphyton; taxonomy


ARTIGOS / ARTICLES

Diatomáceas perifíticas em Polygonum hydropiperoides Michaux, reservatório do Passaúna, Região Metropolitana de Curitiba, Paraná, Brasil

Periphytic diatoms on Polygonum hydropiperoides Michaux, Passaúna reservoir, Paraná state, Brazil

Lucielle Merlym BertolliI,* * Autor para correspondência: lucielle.bertolli@gmail.com ; Priscila Izabel TremarinII; Thelma Alvim Veiga LudwigI

IUniversidade Federal do Paraná, Departamento de Botânica, Curitiba, PR, Brasil

IIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Porto Alegre, RS, Brasil

RESUMO

A diatomoflórula perifítica aderida a Polygonum hydropiperoides Michaux foi estudada em um plano amostral trimestral, no reservatório do rio Passaúna, estado do Paraná, Brasil. Partes da macrófita foram raspadas para a retirada do perifíton, que foi oxidado para a confecção de lâminas permanentes. Cento e seis táxons foram observados e suas dimensões e ilustrações foram apresentadas. Fragilariaceae foi a família mais representativa, com oito gêneros. Entre os 39 gêneros observados Navicula Bory, Gomphonema Ehrenberg e Nitzschia Hassall apresentaram as maiores riquezas taxonômicas. Quinze novos registros para o estado do Paraná foram descritos.

Palavras-chave: Diatomeae, ambiente lêntico, epifíton, taxonomia

ABSTRACT

The periphytic diatoms attached to Polygonum hydropiperoides Michaux were studied with sampling, in the reservoir of the Passaúna river, Paraná State, Brazil. Parts of the macrophyte were scraped to remove the periphytic matrix which was cleaned to make permanent slides. One hundred and six taxa were determined. Fragilariaceae was the most representative family, with eight genera. Navicula Bory, Gomphonema Ehrenberg and Nitzschia Hassall showed the greater species richness among the 39 genera observed. Fifteen taxa are new records to Paraná state.

Key words: Diatomeae, lentic environment, epiphyton, taxonomy

Introdução

Perifíton é o conjunto de microrganismos e partículas orgânicas e inorgânicas aderido, firme ou frouxamente, a diferentes tipos de substratos submersos. Entre os tipos de substratos aquáticos disponíveis, as macrófitas disponibilizam extensas superfícies para a colonização (Wetzel 1983). As diatomáceas destacam-se entre os microorganismos autotróficos perifíticos, sendo frequentemente a classe algal predominante nesta comunidade (Pompêo etal. 2003). Muitas espécies aderem-se às superfícies por mucilagem secretada através de estruturas como campo de poros apical, rafe e rimopórtula (Round etal. 1990), estratégias que lhes conferem vantagens adaptativas (Fernandes 2005, Lowe 1996).

Os estudos florísiticos sobre diatomáceas perifíticas no Paraná iniciaram-se em 1973, quando Moreira-Filho et al. (1973) realizaram um trabalho na barragem do rio Iguaçu, em que foram utilizadas amostras retiradas de órgãos submersos de vegetais. Inicialmente, a remoção do material era realizada por meio da agitação das macrófitas em água, ou era utilizado o espremido de partes submersas de plantas e, frequentemente, as amostras eram completadas com água do local (Shirata & Valente-Moreira 1987, Ludwig & Valente-Moreira 1989, 1990, Lozovei & Shirata 1990). Ao longo dos anos, os estudos das diatomáceas perifíticas tornaram-se mais freqüentes no Estado, principalmente em ambientes reófilos, embora muitos destes não tenham sido publicados (Tremarin et al. 2009b).

Na última década, publicações sobre a diatomoflórula epifítica em ambientes lênticos no Paraná foram as de Fürstenberger & Valente-Moreira (2000a,b), Tavares & Valente-Moreira (2000), Cetto etal. (2004), Ludwig et al. (2005), Felisberto & Rodrigues (2005) e Tremarin et al. (2009a).

Para o Brasil, destaca-se o uso das diatomáceas epilíticas como bioindicadoras da qualidade da água (Rodrigues & Lobo 2000, Oliveira et al. 2001, Lobo et al. 2002, 2004 Salomoni et al. 2006, Hermany et al. 2006) e das epifíticas nas contribuições de Souza & Moreira-Filho (1999 a, b) em bancos de macrófitas da Lagoa Bonita (DF); Rodrigues & Bicudo (2001) em um gradiente lêntico-lótico na divisa entre Paraná e Mato Grosso do Sul; Fernandes & Esteves (2003), na lagoa Imboassica (RJ); Ludwig et al. (2004) em lagoas do Sistema Hidrológico do Taim (RS) e Ferrari et al. (2007) em igarapés da Amazônia Central.

Este estudo teve por objetivo inventariar as diatomáceas perifíticas aderidas a Polygonum hydropiperoides Michaux no reservatório do Passaúna, providenciando ilustrações, medidas e descrições e comentários taxonômicos para os táxons registrados pela primeira vez para o Paraná, contribuindo-se, desta forma, para o conhecimento das diatomáceas perifíticas do Estado.

Material e métodos

A sub-bacia do Passaúna está localizada no primeiro planalto paranaense, com altitude média de 900 m acima do nível do mar. O clima na região é caracterizado como mesotérmico úmido, sem estação seca, com temperatura média do mês mais quente inferior a 22 ºC e verões frescos (Maack, 1981). O reservatório do Passaúna foi formado pela barragem do rio de mesmo nome entre 1985 e 1989 e compreende uma área inundada de 10,5 km2, próximo à região industrial de Araucária (Smaha & Gobbi 2003, Sauniti et al. 2004). A Área de Proteção Ambiental do Passaúna abrange a área alagada e seu entorno e integra o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Alto Iguaçu, que visa a proteção e a conservação da qualidade da água em sistemas utilizados para abastecimento público (Gobbi & Smaha 2003). Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (2004), as águas do reservatório do Passaúna são moderadamente degradadas, com tendência moderada a eutrofização.

Partes do caule de Polygonumhydropiperoides Michaux (Polygonaceae) foram coletadas em um banco da macrófita a aproximadamente 300 m da barragem do reservatório (49º23'13"W, 25º31'57"S). As coletas foram realizadas em quatro expedições, entre outubro de 2007 e agosto de 2008 (Tabela 1). As amostras foram acondicionadas em frascos com solução Transeau e registradas no Herbário da Universidade Federal do Paraná (UPCB). Para a remoção do material perifítico foram utilizados jatos de água destilada e lâmina de barbear envolta por papel alumínio.

O material perifítico removido foi oxidado pelo o método de Simonsen (1974) modificado por Moreira-Filho & Valente-Moreira (1981) para a confecção de lâminas permanentes. As diatomáceas foram observadas em microscópio fotônico binocular Olympus CH-2 e o registro fotográfico dos táxons através câmera Olympus DP71 acoplada a microscópio Olympus BX40. Adicionalmente, foram preparados suportes metálicos com amostras oxidadas, metalizados com ouro em aparelho Balzers SCD030, para visualização em microscópio eletrônico de varredura (MEV) Jeol 6360LV.

A determinação taxonômica baseou-se em literatura clássica e recente, como Krammer & Lange-Bertalot (1986, 1988, 1991a, 1991b), Metzeltin & Lange-Bertalot (1998, 2007), Metzeltin et al. (2005), Jahn et al. (2001) Krammer (1992, 1997a,b, 2000, 2002, 2003) Lange-Bertalot (1993). Dados morfométricos e merísticos foram providenciados para todos os táxons (Tabela 2).

A indicação de primeiro registro de táxons para o Estado foi baseada em Tremarin et al. (2009b). Estes táxons foram descritos utilizando-se terminologia baseada em Barber & Haworth (1981), Hendey (1964) e Round et al. (1990).

Resultados e discussão

Um total de 106 táxons de diatomáceas foi determinado, dos quais 100 foram identificados em nível infragenérico e 15 constituíram primeiras citações para o Estado do Paraná.

Os táxons distribuíram-se em 39 gêneros, enquadrados em 26 famílias e cerca de 81% dos mesmos pertencem à classe Bacillariophyceae, a qual inclui representantes com rafe, estrutura responsável pela secreção de mucilagem, que promove a adesão do perifíton no substrato.

A família mais representativa foi Fragilariaceae Greville, com sete gêneros caracterizados pela presença de campo de poros apical ou rimopórtulas, responsáveis também pela liberação mucilagem (Round et al. 1990). Os gêneros mais representativos em termos de riqueza de táxons foram Navicula Bory (13 espécies), Gomphonema Ehrenberg (nove espécies e uma variedade) e Nitzschia Hassall (sete espécies e três variedades). Estes gêneros estão entre os cinco com maior riqueza de táxons no estado paranaense (Tremarin et al. 2009b). Os limites métricos, merísticos e a ocorrência dos táxons nas amostras constam na Tabela 2.

Vinte e seis táxons ocorreram em todas as amostras, correspondendo a aproximadamente 24% do total. A amostra de agosto apresentou a maior riqueza taxonômica (79), seguida pelas de fevereiro, de maio (55 e 54 táxons respectivamente) e de outubro (47 táxons). Em agosto, 27 táxons ocorreram apenas nesta estação, o que originou a elevada riqueza de táxons neste mês.

Seguem as descrições, obra original, basiônimo e comentários acerca dos táxons registrados pela primeira vez no Paraná, bem como comentários sobre outros táxons considerados relevantes.

Espécies registradas pela primeira vez para o estado do Paraná

1. Discostella stelligeroides (Hustedt) Houk & Klee, Diat. Res. 19(2): 203-228, 2004.

Basiônimo: Cyclotellastelligeroides Hustedt, Arch. Hydrobiol. 40: 899, pl. 42, fig. 68-69, 1945.

Fig. 3, 127


 




























 

Valvas circulares, superfície valvar plana. Estrias marginais radiadas, regularmente encurtadas, algumas mais curtas que as adjacentes (Fig. 3). Área central com estrias dispostas em forma de roseta em torno de um poro central, às vezes pouco evidente. Em MEV, é possível distinguir um anel de fultopórtulas e uma rimopórtula marginais (Fig. 127 ).

Comentário: os indivíduos de D. stelligeroides são bastante semelhantes aos de D. stelligera (Cleve & Grunow) Houk & Klee, que se caracteriza pelas estrias marginais de igual comprimento e pela ornamentação evidente formada pelas estrias dispostas em forma de roseta em torno do poro central.

2. Punctastriata mimetica Morales, Phycol. Res. 53: 128, fig. 59-73, 115-120, 2005.

Fig. 16-18, 128-131

Valvas rombo-lanceoladas a rômbicas, extremidades arredondadas, área axial linear, área central ausente, estrias paralelas e robustas dispostas de maneira alternada (Figs. 16-18), Em MEV, é possível observar que as estrias são formadas por números variáveis de fileiras de aréolas, que convergem para uma fileira única em direção à área axial e ao manto (Fig. 128 ). As aréolas variam de arredondadas a levemente lineoladas. As interestrias são elevadas em relação à superfície valvar e apresentam espinhos marginais bifurcados que possibilitam a formação de cadeias (Fig. 129 ). Ambas as extremidades valvares apresentam um pequeno campo de poros (Fig. 130 ).

Comentário: em microscopia óptica, a espécie é muito semelhante à Staurosirella pinnata (Ehrenberg) Williams & Round, entretanto, é possível distingui-las em MEV pelo padrão de areolação, uma vez que S. pinnata apresenta estrias unisseriadas com aréolas alongadas apicalmente e P. mimetica apresenta estrias multisseriadas, com aréolas arredondadas (Morales 2005). A ausência de análises de materiais sob microscopia eletrônica, especialmente em trabalhos florísticos, pode ter resultado na identificação errônea de indivíduos de P. mimetica como S. pinnata, espécie frequentemente registrada no Estado (Tremarin et al. 2009b).

3. Eunotia sp. 1

Fig. 28-30

Valvas com margem dorsal convexa e margem ventral reta a levemente côncava, extremidades atenuado-arredondadas levemente destacadas do corpo valvar e levemente curvadas em direção à margem ventral. Nódulos terminais da rafe próximos das extremidades, estrias paralelas na região mediana a radiadas nas extremidades da valva. Comprimento: 28,44-42,66 µm, largura: 3,95-4,74 µm, 13-14 estrias em 10 µm.

Comentário: o contorno valvar e o formato do ápice dos indivíduos encontrados são semelhantes ao apresentado por Metzeltin & Lange-Bertalot (1998, pág. 351, pl. 58, fig. 5-10) como uma suposta nova espécie de Eunotia, entretanto, os indivíduos observados apresentam eixo apical menor do que o apresentado nas ilustrações dos autores citados. Também foi notada semelhança entre Eunotia sp. 1 e as ilustrações de Eunotia sudetica presentes em Frenguelli (1933, pl. 8, fig. 14-15), entretanto, embora o contorno do ápice seja semelhante nas duas espécies, E. sudeticasensu Frenguelli apresenta dimensões maiores do que o observado, e Eunotia sp. 1 apresenta maior continuidade entre corpo valvar e ápice, diferentemente da outra espécie, em que os ápices são mais destacados.

4. Eunotia sp. 2

Fig. 31

Valvas com margem dorsal convexa e margem ventral reta a levemente côncava, extremidades atenuado-arredondadas levemente destacadas do corpo valvar. Nódulos terminais da rafe próximos das extremidades, estrias paralelas na região mediana a radiadas nas extremidades da valva. Comprimento: 20,54-34,76 µm, largura: 3,95-5,53 µm, 13-15 estrias em 10 µm.

Comentário: o contorno valvar e o formato do ápice dos indivíduos são semelhantes ao apresentado por Metzeltin & Lange-Bertalot (1998, pág. 351, pl. 58, figs. 1-4) como uma suposta nova espécie de Eunotia, entretanto, não foi realizada a proposição da espécie. Também foi observada certa semelhança entre os indivíduos de Eunotia sp. 2 e de exemplares pequenos Eunotia luna var. aequalis Hustedt, entretanto a última apresenta extremidades menos destacados do corpo valvar (Metzeltin & Lange-Bertalot, 1998). Os indivíduos menores são semelhantes aos determinados como Eunotia incisa Gregory por Metzeltin & Lange-Bertalot (1998), entretanto apresentam menos estrias em 10 µm. Além disso, o formato dos os indivíduos classificados como E. incisa não corresponde ao relatado por Carter & Flower (1988), em que o material tipo da espécie foi analisado. E. incisa apresenta margem ventral reta e extremidades agudas, formadas pelo estreitamento da valva, e os nódulos terminais da rafe encontram-se mais afastados das extremidades do que o observado em Eunotia sp. 2. Diferentemente de Eunotia sp. 1 as extremidades de Eunotia sp. 2 não apresentam curvatura em direção à margem ventral.

5. Eunotia sp. 3

Fig. 32-36

Valvas com margem dorsal convexa e margem ventral reta a levemente côncava, extremidades atenuado-arredondadas. Nódulos terminais da rafe próximos das extremidades, estrias radiadas em toda a extensão da valva. Comprimento: 60,83 µm, lrgura: 6,32 µm, 11 estrias em 10 µm..

Comentário: foi observada semelhança entre Eunotia sp. 3 e de Eunotia distinguenda Metzeltin & Lange-Bertalot, entretanto o exemplar observado apresentou eixo transapical maior, nódulo terminal da rafe mais próximo à extremidade e extremidades menos destacadas do que o observado em E. distinguenda (Metzeltin & Lange-Bertalot 1998). Eunotia sp. 3 também é semelhante a exemplares de Eunotia flexuosa (Brébisson) Kützing ilustrados por Krammer & Lange-Bertalot (1991, p. 511, pl. 140, figs. 8-10), entretanto o espécime observado apresentou curvatura na valva não compatível com o registrado para E. flexuosa. A mesma constatação pode ser feita na comparação entre Eunotia sp. 3 e Eunotia dacostae Metzeltin & Lange-Bertalot. Além da curvatura pouco pronunciada, E. dacostae apresenta dimensões maiores, estrias mais próximas entre si e o nódulo terminal encontra-se pouco deslocado da extremidade.

6. Encyonopsisruttneri (Hustedt) Krammer, Biblioth. Diatomol. 37(2): 106, pl. 149, fig. 20-27, pl. 151, fig. 8, 9, 18-20, 1997.

Basônimo: Cymbella ruttneri Hustedt in A. Schmidt, Atl. Diatom., pl. 373-376, 1931.

Fig. 43, 136 , 137

 

Valvas lanceoladas, levemente dorsiventrais. Extremidades atenuado-arredondadas. Área axial linear, área central ausente, rafe levemente arqueada na região central, estrias paralelas a levemente radiadas em toda a extensão da valva, aréolas inconspícuas, estigmóide ausente. Em MEV é possível observar que as estrias são formadas por uma série de aréolas expandidas apicalmente, podendo ocorrer algumas aréolas expandidas em outros sentidos. Intermissio ausente. Ambas as extremidades distais da rafe são expandidas internamente em pequenas helictoglossas (Fig. 137 ).

Comentário: Cymbella ruttneri chegou a ser considerada como sinonímia de Cymbella microcephala Grunow (Krammer & Lange-Bertalot, 1986), entretanto, na época, as circunscrições dos táxons eram mais amplas do que o aceito na taxonomia atual, e, por isso, Krammer (1997) sugere que sinonimizações antigas sejam revistas.

7. Gomphonema pumilum var. rigidum Reichardt & Lange-Bertalot in Reichardt, Nova Hedwigia 65: 105; pl. 1, fig. 7, pl. 3, fig. 1-41, pl. 4, fig. 24-25, 1997.

Fig. 53


 


























Valvas clavadas, com pólo superior arredondado e inferior atenuado. Área axial linear, área central retangular, estigma presente. Rafe reta com extremidades proximais dilatadas em poros, levemente fletidas para o lado do estigma. Estrias radiadas em toda a extensão da valva, areolação inconspícua.

Comentário: segundo Reichardt (1997), o táxon difere da variedade típica por apresentar contorno valvar mais linear a linear-lanceolado, pela área axial mais estreita e pela área central expandida transapicalmente, retangular.

8. Gomphonema sp. 1

Fig. 54, 55, 137-139

Valvas lanceoladas, com pólos superior e inferior arredondados. Área axial amplamente lanceolada delimitada pelo encurtamento regular das estrias, área central ausente, estigma presente. Rafe levemente sinuosa com extremidades proximais dilatadas em poros, fletidas para o lado do estigma. Estrias radiadas em toda a extensão da valva, areolação inconspícua. Em MEV, é possível observar que as estrias são formadas por uma fileira de aréolas com formato de meia lua, o estigma apresenta abertura externa arredondada e a área axial é ornamentada por pequenas depressões.

Comentário: foi comum o registro de exemplares com deformações no ápice e/ou na base. Os exemplares observados remetem a espécies como Gomphonema clevei Fricke, G. brasiliense Grunow e G. brasiliensoide Metzeltin, Lange-Bertalot & García-Rodríguez, entretanto, algumas diferenças podem ser ressaltadas. A área axial, amplamente lanceolada nas espécies citadas, é mais estreita em Gomphonema sp. 1, pois é delimitada por estrias mais alongadas. G. brasiliense e G. brasiliensoide não possuem estigma e apresentam terminação proximal da rafe simples (Moser et al. 1995, Metzeltin et al. 2005), diferentemente de Gomphonema sp. 1, que possui estigma e apresenta terminação proximal da rafe em poro (Fig. 139 ). Gomphonema brasiliensoide apresenta estrias bisseriadas, formadas por aréolas alongadas apicalmente (Metzeltin et al. 2005), enquanto G. brasiliense e Gomphonema sp. 1 apresentam estrias unisseriadas formadas por aréolas em forma de meia lua (Fig. 140 ) (Moser et al. 1995).

9. Gomphonema sp. 2

Fig. 56

Valvas heteropolares, lanceoladas, com pólo superior sub-rostrado e pólo inferior atenuado-arredondado. Área axial linear, área central unilateral, limitada pelo encurtamento de uma estria mediana, estigma no lado oposto à área central. Rafe arqueada com extremidades proximais dilatadas em poros, fletidas para o lado do estigma. Estrias radiadas em toda a extensão da valva, areolação inconspícua. Comprimento: 31,6 µm, largura: 8,69 µm, 12 estrias em 10 µm.

Comentário: o indivíduo analisado é semelhante ao morfotipo 1 de Gomphonema turris var. coarctata (Frenguelli) Frenguelli, apresentado por Tremarin et al. (2009a), no entanto Gomphonema sp. 2 apresenta dimensões menores e ápices mais delicados.

10. Sellaphora densistriata (Lange-Bertalot & Metzeltin) Lange-Bertalot & Metzeltin in Lange-Bertalot, Iconogr. Diatomol. 11: 58, 2002.

Basônimo: Sellaphorapupula var. densistriata, Iconog. Diatomol. 2: 102, pl. 25, fig. 9, 1996.

Fig. 81-83

Valvas linear-elípticas com intumescimento na região mediana, extremidades subcapitado-arredondadas, área axial linear, área central lateralmente expandida pelo encurtamento das estrias medianas, rafe levemente arqueada, com extremidades proximais dilatadas em poros, estrias radiadas em toda a extensão da valva, mais espaçadas na região mediana.

Comentário: a espécie pode ser enquadrada no complexo Sellaphora pupula (Kützing) Mereschkowsky, determinado por Mann et al. (2008), pois apresenta área axial estreita, área central não circular, nódulo central inconspícuo e barras polares. Inicialmente o táxon foi descrito como uma variedade de S. pupula (Lange-Bertalot & Metzeltin 1996), entretanto Metzeltin & Lange-Bertalot (2002) optaram por elevar o status do táxon para espécie, não apenas pela maior densidade de estrias, mas também pelo ângulo de disposição das estrias e pelo contorno da valva, diferentes de S. pupula sensu stricto.

11. Sellaphora subbacillum (Hustedt) Falasco & Ector in Falasco et al., Fottea 9(2): 251, fig. 98-107, 127-129, 2009.

Basônimo: Navicula subbacillum Hustedt, Arch. Hydrobiol. 15(2): pl. 18, fig. 3-6, 1937.

Fig. 84-88, 140 , 141

Valvas linear-elípticas, extremidades arredondadas, área axial linear, área central lateralmente expandida pelo encurtamento das estrias medianas, rafe reta com extremidades proximais dilatadas em poros, estrias de difícil distinção, radiadas em toda a extensão da valva, mais espaçadas na região mediana. Em MEV, observaram-se estrias unisseriadas, formadas por aréolas arredondadas, extremidades distais da rafe em gancho e presença de canópio envolvendo o sistema da rafe (Fig. 141 ). Internamente podem-se notar as terminações distais da rafe expandidas em delicadas helictoglossas (Fig. 142).

Comentários: o táxon assemelha-se ao ilustrado por Krammer & Lange-Bertalot (1986, pl. 69, fig. 1-10) como Navicula stroemii Hustedt. Entretanto, as ilustrações referentes a esta espécie em Hustedt (1930) e em Simonsen (1987) não corroboram a determinação de Krammer & Lange-Bertalot (1986). Falasco et al. (2009) estudaram o material tipo de N. stroemii e de outras seis espécies citadas como sinônimos por Krammer & Lange-Bertalot (1986): N. subbacillum Hustedt, N. vasta Hustedt, N. rivularis Hustedt, N. subcontenta, N. ventraloides Hustedt e N. aggerica Reichardt. Com o estudo detalhado dos espécimes em microscopias fotônica e eletrônica, os autores optaram por rejeitar a sinonimização de N. subbacillum e N. vasta como N. stroemii, por entenderem que ambas constituem um grupo distinto, com extremidades sempre arredondadas e área central frequentemente ausente ou pequena e arredondada (diferentemente de N. stroemii que pode apresentar extremidades subcapitadas em indivíduos maiores e área central em forma de gravata borboleta). N. subbacillum e N. vasta foram sinonimizadas e transferidas para Sellaphora subbacillum (Falasco et al. 2009).

12. Pinnularia sp.

Fig. 96


 


























Valvas linear-lanceoladas, extremidades arredondadas, área axial lanceolada, área central levemente elíptica, alcançando a margem de um dos lados da valva. Rafe levemente sinuosa com extremidades proximais fletidas para o lado em que área central é menos expandida e extremidades distais em forma de gancho. Estrias radiadas no centro da valva e convergentes nas extremidades.

Comentários: o formato da valva de Pinnularia sp. é semelhante ao dos exemplares pequenos de Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve ilustrados por Krammer (2000, p. 359, pl. 50, fig. 7 e 8), no entanto, os táxons diferem na amplitude da área axial (mais ampla no primeiro) e na área central (arredondada, alcançando apenas uma das margens no primeiro e retangular, alcançando ambas as margens no segundo).

13. Navicula microdigitoradiata Lange-Bertalot, Biblioth. Diatomol. 27: 123, pl. 58, fig. 9-15, pl. 59, fig. 23-24, 1993.

Fig. 102

Valvas lanceoladas, extremidades atenuado-arredondadas. Área axial linear, área central irregular, rafe reta. Estrias fortemente radiadas na região central a levemente convergentes nas extremidades, estria mediana mais longa que as adjacentes em um lado da valva e mais curta do outro lado. Aréolas inconspícuas.

Comentário: o táxon é bastante semelhante à Navicula digitoradiata (Gregory) Ralfs, entretanto as dimensões dos táxons são diferentes, em N. digitoradiata o comprimento de varia de 25 a 80 µm e a largura de 7 a 28 µm (Krammer & Lange-Bertalot, 1986) enquanto que em N. microdigitoradiata estas dimensões variam entre 15 e 40 µm e 5 e 7 µm, respectivamente (Lange-Bertalot 1993).

14. Navicula neomundana (Lange-Bertalot & Rumrich) Lange-Bertalot, Jarlman & Van de Vijver in Van de Vijver & Lange-Bertalot, Diat. Res. 24(2): 424, fig. 87-95, 2009.

Basiônimo: Navicula viridulacalcis ssp. neomundana Lange-Bertalot & Rumrich In U. Rumrich, Lange-Bertalot & M. Rumrich, Iconogr. Diatomol. 9: 175, pl. 37, fig. 5-8, pl. 38, fig. 1-4, 2000.

Fig.103

Valvas linear-lanceoladas, com extremidades cuneado-arredondadas, área axial linear, área central elíptica, formada pelo encurtamento das estrias medianas, rafe reta com extremidades proximais dilatadas em poro, fletidas para o mesmo lado, estrias grosseiras, radiadas na região mediana da valva e paralelas a convergentes em direção as extremidades, aréolas lineoladas grosseiras.

Comentário: o táxon é semelhante ao complexo Navicula viridula, que inclui as variedades desta espécie e outros táxons semelhantes. No entanto, o nódulo central não é tão espessado e as extremidades proximais da rafe não são fortemente fletidas (Rumrich et al. 2000).

15. Nitzschia valdecostata Lange-Bertalot & Simonsen, Bacill. 1: 58, fig. 260-263, 269, 270, 1978.

Fig. 124

Valvas lineares com extremidades arredondadas, fíbulas marginais não equidistantes entre si, estrias grosseiras, paralelas a levemente radiadas, aréolas arredondadas.

Comentário: Lange-Bertalot & Simonsen (1978) comentam que a principal diferença entre N. valdecostata e N. valdestriata Aeem. & Hustedt é a presença de um nódulo central visível tanto em microscopia fotônica quanto eletrônica, no entanto esta estrutura não pode ser visualizada nas ilustrações apresentadas pelos autores. Em microscopia fotônica, o que pode ser utilizado como caráter discriminante entre os táxons é a variação métrica e o formato das extremidades. Lange-Bertalot & Simonsen (1978) e Krammer & Lange-Bertalot (1988) registram N. valdecostata para lagos de água salina e águas com alto teor de eletrólitos. Este registro é corroborado por Maidana & Seeligman (2006), que citam a espécie para as lagoas Blanca e Salinas Grandes, que são um lago endorreico e uma salina, respectivamente. No entanto, Seeligman et al. (2008) relatam a presença do táxon nas lagoas Ciénga Grande, Isla Grande e Del Arenal, sendo que as duas primeiras são consideradas oligohalinas e a última hiposalina pelos autores, abrangendo o espectro de ocorrência do táxon.

Comentários acerca de alguns táxons já citados para o Estado

Krammer (2002) comenta que indivíduos de Cymbella excisa Kützing têm sido frequentemente incluídos entre indivíduos de C. affinis Kützing ou C. parva (W. Smith) Kirchner. Além dos limites métricos, as principais diferenças entre estes táxons apresentadas pelo autor são a presença de dois a quatro estigmas em C. affinis (e não um como em C. excisa) e o contorno valvar característico de C. parva, mais alongado que C. excisa, com extremidades mais atenuadas, menos destacadas do corpo valvar. O mesmo equívoco pode ocorrer no estado do Paraná, em que C. affinis é frequentemente citada (Tremarin et al. 2009b). Assim como em Lozovei & Shirata (1990), diversos estudos não publicados ilustram C. affinis com apenas um estigma, assemelhando-se mais de C. excisa.

Embora Gomphonema anglicum Ehrenberg seja morfologicamente semelhante à Gomphonema capitatum Ehrenberg, a distinção é possível devido à relação comprimento/largura, que em G. anglicum varia de 4,1-5,8 (média entre 4,8-4,9) e em G. capitatum varia de 3,1-4,6 (média entre 3,5-3,6), ou seja, o maior valor desta razão obtido para G. capitatum ainda é menor do que a média obtida para G. anglicum (Reichardt 2001). Moreira-Filho et al. (1973, pl. 1, fig. 1) ilustram Gomphonema constrictum Ehrenberg, atualmente sinônimo de G. truncatum, entretanto o contorno valvar e as dimensões do exemplar são mais semelhantes à G. anglicum. O mesmo equívoco ocorreu em Tremarin et al. (2009a, p. 117, Fig.10), em que foi representado um indivíduo com razão comprimento/largura mais próxima de G. anglicum entre os indivíduos determinados como G. capitatum.

Hustedt (1930) apresenta três ilustrações de Navicula lagerheimii Cleve (Schmidt 1930, pl. 370, figs. 19-21) e propõe a nova variedade intermedia (Schmidt 1930, pl. 370, fig. 22), notavelmente com contorno mais linear e com área central menos expandida do que os outros exemplares. Entretanto, Hustedt (1961-1966) utiliza as mesmas ilustrações para designar a nova forma intermedia de Navicula mutica, utilizando como sinônimo Navicula lagerheimii sensu Hustedt (1921) e não sensu Cleve (1894). Embora Hustedt tenha se equivocado na identificação de N. lagerheimii em 1930 optou-se por utilizar a combinação proposta pelo mesmo autor em 1961-1966, pois os exemplares observados assemelham-se as formas descritas como N. mutica f. intermedia, e são notavelmente diferentes de N. lagerheimii, que apresenta estigma marginal em fenda e contorno valvar diferente do observado. Sugere-se que o material utilizado por Hustedt seja reexaminado, a fim de definir se os indivíduos com as características apresentadas nas quatro ilustrações realmente pertencem a uma única entidade taxonômica, ou se a designação da forma intermedia refere-se apenas aos indivíduos com contorno valvar mais linear. Embora o táxon claramente pertença ao gênero Luticola a nova combinação ainda não foi realizada, justificando o enquadramento no gênero Navicula.

A análise do complexo formado por Navicula notha, N. leptostriata Jørgensen e N. heimansioides Lange-Bertalot revelou que N. heimansioides e N. notha são variações morfológicas de um mesmo táxon, pois o único caráter utilizado para separar as espécies foi as maiores dimensões de N. heimansioides. Já N. notha e N. leptostriata podem ser distinguidas, pois a segunda espécie é menos silicificada, apresenta terminações proximais da rafe menos espaçadas, estrias mais delicadas (devido à presença de aréolas menores) e área central mais expandida (Morales 2001).

Agradecimentos

Ao Centro de Microscopia Eletrônica da Universidade Federal do Paraná, por permitir a utilização do Microscópio Eletrônico de Varredura; aos professores Maria Regina Torres Boeger e Olavo Araújo Guimarães, do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná, pela identificação da macrófita; à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelas bolsas de pós-graduação; e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pelo apoio financeiro (MCT/CNPQ/ CT-Hidro) e pela bolsa de produtividade científica à Drª. Thelma Alvim Veiga Ludwig.

Recebido em 23/04/2010.

Aceito em 02/12/2010

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    Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      21 Fev 2011
    • Data do Fascículo
      Dez 2010

    Histórico

    • Aceito
      02 Dez 2010
    • Recebido
      23 Abr 2010
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